O cultivo da mandioca predomina na região de floresta alterada, onde se encontra a maioria dos assentamentos de produtores rurais, fazendo-se presente também nas inúmeras malocas indígenas espalhadas na região das savanas, onde os plantios são feitos no sistema broca – derruba – queima em ilhas de mata próximas.
A produção é em grande parte direcionada ao fabrico da farinha, de ampla aceitação local, com consumo estimado per capita de mais de 50Kg/habitante/ano-1, sendo que predomina a farinha d’água, de textura grossa. A incipiente, porém crescente ocupação produtiva das savanas locais com grãos e outros cultivos, ampliarão a demanda por cultivares de mandioca para este ecossistema, assim como já ocorre com comunidades indígenas que carecem de matas próximas e buscam orientação para o cultivo da mandioca em ambiente de savana.
Roraima apresenta uma estação seca pronunciada com chuvas de abril a setembro; os solos utilizados na região de mata pelos assentados apresentam melhor fertilidade natural para o cultivo da mandioca do que o ecossistema de savana, onde invariavelmente torna-se necessária uma adubação para qualquer cultivo.
A Embrapa Roraima tem avaliado com maior ênfase em região de floresta alterada e mais recentemente na região de savanas diversas variedades de mandioca (bravas e mansas), sendo feitas também coletadas no interior do Estado e recebidos materiais promissores de outras coleções para testes locais de comportamento e produtividade.
As avaliações consistem em ensaios iniciais de poucas plantas (fileira de 7 plantas, repetidas três vezes), as quais conforme características produtivas e qualidades apresentadas são selecionadas ou não para novos ensaios, já mais maiores ou mais precisos, objetivando chegar-se a materiais produtivos e adaptados para as condições de plantio. A Embrapa Roraima tem realizado ensaios em áreas de produtores visando a melhor seleção do material em estudo.
Apresentamos algumas características agronômicas e resultados de materiais mais produtivos, tanto para mandiocas bravas quanto para as mansas, entre os estudados, segundo o ecossistema em que foram utilizados (mata e savana), em resposta à adubação e precocidade, envolvendo de 1 a 9 ensaios de campo.
O teor de amido variou de 24 a 30%. A preferência para a fabricação de farinha é pelos materiais amarelos. Verifica-se que os melhores desempenhos de produção são obtidos em área de produção são obtidos em área de floresta alterada pelos materiais RR – 0065, RR – 0064, RR – 0061 e RR – 0060.
Em ambiente de cerrado, os estudos são poucos até o momento, sendo que os materiais RR – 0065, RR – 0033, Araçá e Panati despontam como promissores para cultivos de dois ciclos. A produtividade média maior apresentada pelo plantio em cerrado sobre o plantio em área de floresta deve-se aos 2 ciclos de desenvolvimento observado em um único ensaio conduzido em cerrado. Considerando-se a precocidade dos materiais, os dados apontam como mais precoces os materiais RR – 0064, RR – 0065, sendo que RR – 0065, RR – 0033 e RR – 0058 suportam um período mais longo em cultivo.
