Negócios

Brasil será o principal exportador de carne e soja em 2003

Conforme estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) indica que o Produto interno Bruto(PIB) do complexo do agronegócio brasileiro registrou crescimento acumulados de 5,3% até maio. Em igual período de 2002, o crescimento acumulado foi de 2,1% em termos reais.

Com base no crescimento acumulado nos cincos primeiros meses do ano, o estudo projeta que o PIB do agronegócio brasileiro fechará o ano na marca de R$ 446,70 bilhões: frente os R$ 424,32 bilhões registrados no total de 2002. É um crescimento acima de 5%. Em outro estudo, que calcula o faturamento bruto dos principais produtos do setor, fica claro que é o complexo soja o responsável pelo vigor dos negócios do agronegócio brasileiro neste primeiro semestre.

Tanto a agricultura como a pecuária demonstraram crescimento no início deste ano. Isoladamente, o agronegócio da agricultura registrou aumento do PIB de 6,80% no acumulado do ano e de 1,54% somente em maio. O agronegócio da pecuária, por sua vez, registrou crescimento de 1,69% no acumulado dos cincos primeiros meses do ano e de 0,52% em maio. Nos cincos primeiros meses do ano passado, o agronegócio da agricultura registrou variação positiva de 2,63%; e a pecuária, 0,96%, resultados inferiores, portanto, ao que já foi verificado em 2003.

As projeções são positivas também para os resultados primários da agropecuária (ou seja, considerando a produção dentro da porteira, sem incorporar demais fases da cadeia produtiva, como distribuição). O consolidado do PIB primário da agropecuária indica crescimento acumulado de 7,77% nos cinco primeiros meses do ano (sendo 1,87% somente em maio) . O estudo da CNA/Cepea- USP indica que o PIB da agricultura será de R$ 81,60 bilhões em 2003; contra os R$ 72,72 bilhões registrados em 2002. O PIB da pecuária deverá chegar a R$ 53,96 bilhões; frente os R$ 53,07 bilhões do ano passado.

Ao calcular o faturamento bruto dos 20 principais produtos da agropecuária brasileira ( valor Bruto de Produção – VBP) durante o primeiro semestre deste ano, a CNA também verificou bons resultados, confirmando o desempenho positivo do PiB do setor. O resultado consolidado indica que o VBP total atingirá a marca de R$ 156,6 bilhões este ano, em crescimento de 16,7% na comparação com os R$ 134,2 bilhões registrados em 2002. O VBP do trigo, por exemplo, deve saltar de R$ 1,080 bilhão, conforme apurado no ano passado; para R$ 2,257 bilhões, este ano, em crescimento de 108,8%.

O VBP projetado para o milho é de R$ 15,579 bilhões, indicando aumento de 61,8% na comparação com os R$ 9,629 bilhões obtidos no ano passado. O melhor resultado para o segmento de milho, entretanto, está sendo gerado pelo forte aumento da produção (35,5 milhões de toneladas, no ano passado; frente 45,823 milhões de toneladas, este ano).

A forte expansão da oferta, porém, depreciou preços de negociação do milho, o que pode gerar perda de renda acima de R$ 183 milhões na comercialização da produção e causar desestímulo ao plantio do grão na próxima safra.

O destaque entre todos os produtos, porém, fica com a soja, setor que apresentou crescimento de 54,8% em faturamento nos primeiros seis meses do ano e com colheita recorde de 51,2 milhões de toneladas no ano. A partir desses dados, é possível projetar que VBP soja chegará a R$ 32,040 bilhões este ano, em crescimento de 54,8% na comparação com os 20,701 registrados em 2002. Entre os produtos agrícolas, é estimada queda do VBP apenas para seis produtos, sendo o pior resultado projetado para o café beneficiado de R$ 7,063 bilhões, em 2002; para R$ 5,390 bilhões, este ano, em queda de 23,7%),. Também devem cair os faturamentos dos setores de cana-de-açúcar; cebola; laranja; mandioca e uva.

Soja é destaque no saldo recorde

Entre janeiro e julho, a balança comercial do agronegócio acumulou um saldo comercial positivo de US$ 13,5 bilhões, o que representa novo recorde. Em igual período do ano passado, o agronegócio apresentou superávit comercial de US$ 9,62 bilhões. Houve um aumento, portanto, de 40,3% no resultado comercial do agronegócio, quando comparados os resultados dos sete primeiros meses de 2002 e de 2003.

As importações do agronegócio brasileiro somaram US$ 2,717 bilhões entre janeiro e julho deste ano (frente US$ 2,650 bilhões, em igual período do ano passado). As exportações do agronegócio nos sete primeiros meses de 2003 chegaram a US$ 16,214 bilhões (contra US$ 12,272 bilhões, em igual período do ano passado). O complexo soja foi responsável por exportações de US$ 4,472 bilhões nos primeiros sete meses deste ano, que representa crescimento de 76,6% na comparação com o resultado acumulado pelo setor entre janeiro e julho do ano passado. Além do aumento da produção interna (51,265 milhões de toneladas este ano, contra 42,027 milhões de toneladas, no ano passado), o setor foi beneficiado pela recuperação dos preços internacionais. Entre janeiro e julho deste ano, o preço médio de negociação do complexo soja foi de US$ 218,5 por tonelada; frente US$ 183,5 por tonelada, em igual período do ano passado. O complexo carnes também obteve resultado positivo nos sete primeiros meses, com exportações de US$ 2,078 bilhões; contra US$ 1,626 bilhão, em igual período do ano passado. Trata-se de um crescimento de 27,8%. O preço médio pago ao setor de carnes, porém, apresentou queda na comparação com o ano passado. Entre janeiro e julho deste ano, o valor médio da tonelada exportada foi de US$ 1,1001 mil; contra US$ 1,189 mil, considerado os sete primeiros meses do ano passado.

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