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Tecnologia – avanço genético no pasto

A Matsuda Nutrição Animal, empresa que atua no segmento de sementes para pastagens, está lançando no mercado três novas sementes de forrageiras híbridas, uma novidade no mercado brasileiro.

Segundo Jorge Matsuda, diretor presidente do grupo Matsuda, o lançamento destas três novas espécies de forrageiras de uma só vez, é equivalente a um verdadeiro pacote tecnológico para o pecuarista. “Assim eles poderão contar com um leque mais amplo de opções na hora de escolher a pastagem que vai utilizar para alimentar seu rebanho”.

Outro aspecto importante observado pelo empresário está relacionado ao atual estado de degradação das pastagens brasileiras. “Embora o Brasil tenha hoje cerca de 100 milhões de hectares ocupados com pastagem, cerca de 50% desse pasto apresenta algum tipo de degradação. Isso diminui a produtividade por área causando sérios prejuízos ao produtor, seja ele de carne ou leite”.

Com o lançamento dessas forrageiras a Matsuda Nutrição Animal vem ratificar sua posição de empresa comprometida com o desenvolvimento do setor pecuário e a parceria com IZ avaliza nosso trabalho argumenta o Dr. Alberto Takashi engenheiro Agrônomo da Matsuda responsável pelo acompanhamento das pesquisas. Takashi recorda que as pesquisas para desenvolver pastagens superiores começaram há 9 anos no departamento de pesquisas da Matsuda em Álvares Machado interior de São Paulo.

Segundo o Técnico o objetivo na época era buscar forrageiras adaptadas nas condições de clima e solo brasileiros, porém que oferecessem ganhos de produtividade e valor nutricional cima das pastagens de panicum maximum, muito comum em algumas regiões do país. “Demos início aos cruzamentos da espécie panicum Maximum com outras espécies buscando a obtenção de cultivares superiores, buscando assim potencializar as características intrínsecas da planta comprovando a superioridade do material pesquisado em relação aos já existentes no mercado”.

Em seguida foi firmado um convênio com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) que forneceu as plantas- mães tiradas do seu banco de germoplasma. O agrônomo explica que para chegar a variedade Capim Híbrido Atlas Matsuda Genética 6, foram selecionados algumas linhagens sexuais do capim Topiatã para servirem de base do cruzamento com a variedade K-68 oriunda da Costa do Marfim. “Desse cruzamento originaram-se diversas progênies que foram selecionadas até o resultado final plenamente satisfatório”.

A variedade “Atlas” é um cultivar que possuí como característica principal a resistência a saturação de alumínio tóxico no solo. Isso segundo o técnico significa que se o terreno mostrar a presença desse metal nas camadas profundas, as raízes da planta tem condições de desenvolver nesse meio. Isso faz com que as plantas se tornem mais resistente às secas características de regiões como o cerrado, por exemplo. “Além disso, essa forrageira apresenta uma boa rebrota, explorando melhor a fertilidade de solo”, observa Takashi.

O cultivar capim Atlas Matsuda Genética 6 tem uma média de produtividade de até 22 toneladas por ha/ano de matéria seca, oferecendo com entre 10 a 12% de proteína e digestibilidade de até 70% dependendo das condições. Segundo o engenheiro agrônomo da Matsuda outra importante característica do Capim Atlas é o fato de ser uma gramínea apomítica, ou seja, que não pode ser utilizada em cruzamento, e possui uma altura variando entre 1,5 a 2 metros de altura perfilhados. “Esse cultivar deverá ser plantado em solos férteis ou adubados sendo recomendado para animais em fase de término de engorda”.

Já para obter o Capim Híbrido Áries os trabalhos começaram há 6 anos e surgiram do cruzamento de dois acessos de panicum maximum, cultivar (LSC) Linhagem Sexual do Centauro e o cultivar Aruana lançamento do instituto de zootecnia e possui alta resistência a solos mal drenados. O objetivo dos pesquisadores era buscar através de uma seleção de indivíduos com boas características nutricionais produtivas e com alta persistência. Como resultado conseguiram plantas de 1,20 a 1,50 de altura rápida rebrota após corte com boa produção de sementes, o que provoca repovoamento constante da área. “O cultivar Híbrido Áries Matsuda genética 7 possui média de produção de 18 a 20 toneladas por ha/ano de matéria seca, com 15% de proteína bruta”, explica o técnico.

De acordo com os agrônomos da empresa, essa forragem pode ser utilizada em pastejo direto ou fenação. “A planta apresenta porte baixo, talos finos, grande número de perfilos o que garante excelente patabilidade. Essas características propiciam ao criador utiliza-lo em animais mais exigentes como, ovinos, eqüinos e bezerros desmamados”.

O terceiro lançamento da empresa é o Capim Jade, nascido de uma parceria da Matsuda Nutrição Animal com o Instituto de Zootcnia (IZ). De acordo com o engenheiro agrônomo do IZ Paulo Bardauil, “ o projeto foi iniciado há 5 anos e se trata de uma leguminosa obtida a partir da seleção de plantas ou progênies de macrotyloma axilare das cultivares Archer e Guatá, ambos providos do banco de genoplasma da instituição. Bardauil conta que a pesquisa teve com o objetivo a obtenção de uma leguminosa de alta persistência para ser consorciada com gramíneas. “Essa associação fornece nitrogênio, gratuitamente ao ecossistema pastagem, além de melhorar a dieta do animal. Outra característica da planta é o fato de apresentar sementes que são atiradas até a um metro de distância quando as vagens maduras se rompem”observa.

Segundo o técnico do IZ a leguminosa Jade apresenta baixa média exigência de fertilidade do solo, além de consorcia-se com várias gramíneas em uso no país. A cultivar possui um ciclo perene, hábito trepador podendo ser classificada como promiscua para Bradyhizobium, isto é associa-se com qualquer bactéria do solo para fixar nitrogênio. “Originária da ilha da Java, Indonésia a leguminosa Jade é capaz de garantir uma produção de 5 a 9 toneladas de matéria seca por ha/ano e 18 a 23% de proteína”, conclui.

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