Pecuária

Pecuária – encontro nacional do boi verde

Os impactos da pecuária no meio ambiente, o marketing da carne bovina e a organização da cadeia produtiva foram temas discutidos no evento, que reuniu mais de 750 pecuaristas técnicos em Uberlândia.

A terceira edição do Encontro Nacional do Boi Verde, realizada em Uberlândia, MG entre os dias 23 e 25 de agosto, trouxe à discussão um tema novo para a pecuária brasileira: o respeito ao meio ambiente. Nenhum outro evento sobre produção de carne vermelha abriu espaço para discutir esse tema, que ainda pode estar longe da realidade da atividade no País, mas já se torna um requisito importante para ganhar espaços no concorrido mercado internacional. “Os grandes compradores de carne bovina já estão convencidos de que o Brasil produz gado a pasto, com alimentação verde. Mas começam a solicitar informações sobre a preservação das matas nativas e fontes de água. Pode parecer algo insólito para nós, mas esse fator tende a ser imprescindível para conquistar mercado nos próximos anos”, ressalta Paulo Roberto Andrade Cunha, presidente do sindicato rural de Uberlândia e coordenador – geral do evento.

Além do meio ambiente, o III Encontro Nacional do boi Verde manteve a tradição das edições anteriores, trazendo à discussão os mais importantes temas da pecuária no momento, criação a pasto, alianças mercadológicas e marketing, casos de sucesso e dia de campo. Esta receita tem agradado os pecuaristas. Este ano, 753 criadores e técnicos de 15 estados brasileiros compareceram a Uberlândia para acompanhar o evento.

“O Boi Verde foi o primeiro evento a discutir a rastreabilidade e a profissionalização do produtor rural. Neste ano discutimos a preocupação do meio ambiente e apresentamos dois casos de projetos rentáveis – um com baixa e outro com alta tecnologia. Essas inovações agradam os pecuaristas, que vêm em peso a Uberlândia trocar idéias entre si e com grandes especialistas”, ressalta Paulo Roberto Andrade Cunha.

O 3º Encontro Nacional do boi Verde foi promovido pelo Sindicato Rural de Uberlândia juntamente com Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, Conselho Nacional de Pecuária de Corte, Embrapa Gado de Corte e Federação da Agricultura de Minas Gerais. Em 2000, a balança comercial brasileira fechou com superávit de US$ 785 milhões. O resultado seria muito pior não fosse o saldo positivo de US$ 12,8 bilhões do agronegócio. Os dados são oficiais e já conhecidos, mas foram apresentados no 3º Encontro Nacional do Boi Verde, por Gilman Viana Rodrigues, presidente da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg), com o intuito de “acordar os produtores rurais e mostrar que eles têm uma força descomunal, só que mal aproveitada. Sem o campo, a economia brasileira estaria muito pior do que está, com déficit comercial superior a US$ 12 bilhões no ano passado”.

Isso não é tudo. O desempenho das exportações agrícolas no primeiro semestre de 2001 apontam para o novo superávit na faixa dos US$ 11/12 bilhões este ano e, mais uma vez, segurando o resultado da balança comercial brasileira. “Na primeira metade de 2001, as vendas externas de carne bovina saltaram de 29%, as de frango aumentaram 40% e a carne suína dispararam 158%. É um crescimento impressionante”, ressalta Gilman Viana. Porém, quais os ganhos políticos do setor rural com este desempenho? Quase Nenhum. E sabe por quê? Por falta de organização da classe”.

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