Pecuária

Uma associação que não para

Sempre preocupada em mostrar dados comprovados sobre a raça, Associação Brasileira de Criadores de Marchigiana (ABCM) não dispensa as informações científicas e leva á frente o slogan “ A Raças de Resultados”.

A evolução que a raça Marchigiana vem apresentando nos anos mais recentes é fruto de um sólido relacionamento entre criadores e a entidades que os representa, a ABCM. Não fosse isso, talvez o gado tivesse um desempenho aquém do vem apresentando nos últimos tempos. Afinal, chegar ao que se tem chamado hoje em dia de animais modernos, mais baixos e encorpados, foi um trabalho árduo, de muita insistência, mas que representou o grande salto qualitativo da raça. Para se ter uma ideia, em quatro anos, os pecuaristas brasileiros investiram tanto em genética que conseguiram reduzir a altura, antes composta de 50% da cernelha ao externo e 50% do externo ao solo, passando para 60% e 40%, respectivamente.

Nas palavras do presidente da Associação, Gilson Katayama, trata-se da consolidação do Marchigiana no Brasil, que vem atraindo novos criadores e Incentivando os antigos características têm atraído criadores que desejam aliar rusticidade com precocidade, uma vez que sua semelhança com o Nelore – pele preta, pelo branco – permite alta resistência ao clima tropical.

Nesse cenário, 1999 pode ser considerado a ano que tal padrão racial partiu firma no contexto da comercialização de animais da pecuária brasileira. Marcou o início da nova fase do Marchigiana, de carcaça moderna, colocada no mercado de forma mais disseminada, com os resultados alcançados a partir de reorientação da seleção. Concentrado nos Estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás, o rebanho puro de Marchigiana soma algo em torno de 25.000 cabeças. Para este ano, o presidente da entidade espera que o número de comunicações dos nascimentos cerca em torno de 30% a 40%, em relação a 1999, quando houve 2.200 nascimentos de animas puros, com motivos desse otimismo está relacionada á retomada de muitos criadores que se voltaram a realizar um trabalho de qualidade, calcado na técnica de transferência de embriões.

Por sua vez, o gado mestiço controlado pela entidade perfaz aproximadamente 130.000, mas, informalmente, calcula-se que esse número seja quatro vezes maior, presente de Norte a Sul do País, com produções do Amazonas ao Rio Grande do Sul. “ Temos conseguido alta precocidade no cruzamento industrial, com machos desmamando com peso entre 240 kg a 250 kg, ressalta Katayama, lembrando que, dos 18 aos 24 meses, atingem de 16 a 18 arrobas a pasto.

Fora isso, o presidente comemora o fato de, ao contrário de outras raças européias, o touro Marchigiana ser capaz de viabilizar a monta natural, sem baixar o desempenho frente ás condições do clima brasileiro. Com tradição de divulgar apenas as informações oriundas de análises especializadas, a ABCM aparece como uma das mais sérias entidades do setor. Não é á toa que carrega o slogan “Marchigiana: a Raça de Resultados, mostrando que só diz o que é provocado em testes.

Os convênios com a Faculdade Zootecnia da USP/Pirassununga e o Instituto de Zootecnia da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, no município de Brotas, têm fundamentado qualquer discurso de marketing da entidade. Um dos resultados mais aguardados da atualidade é do estudo “Efeito da Suplementação de Sal Proteinado no Ganho de Peso de Bovinos Marchigiana X Nelore Criados a Pasto em Diferentes Espécies de Gramíneas”, feito em acordo com o IZ/Brotas, cuja a divulgação está prevista para o mês de abril, quando os animais estarão completando 18 meses, idade de abate. “Depois desses dados, vamos traçar outras metas de análises, sempre com o intuito de testar o desempenho do Marchigiana no Brasil, para conhecermos seus pontos positivos e negativos, acrescenta a superintendente Executivo da ABCM, Luciana Neuenhaus. Além da parte técnica, a ABCM não esquece de também atuar no âmbito da divulgação da raça. Anualmente, a diretoria traça diretrizes de marketing e direciona recursos destinados especificamente a essa função. Um valor que, no passado, chegou a 25% do orçamento da entidade, perfazendo um investimento 60% maior que em 1998. De acordo com Luciana, ainda há espaço para essa verba crescer. Para o ano 2000, os recursos destinados ao trabalho de marketing devem representar pouco mais do que foi registrado em 1999, mas no entanto, sem ultrapassar a marca dos 30% do orçamento geral. O marketing é uma ferramenta importante, mas não pode comprometer a parte técnica que a associação desenvolve”, pontua a superintendente. Já em fevereiro, inicia o Programa “Marchigiana na Escola”, com o intuito de levar palestras colégios técnicos agrícolas e faculdades. Um trabalho que deve acontecer pelo menos uma vez por mês – p primeiro será em Minas Gerais. Outra estratégia de marketing para 2000 é o lançamento de uma nova logomarca da raça. Dessa vez serão duas: uma exclusiva da ABCM e outra para divulgação do Marchigiana em geral.

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