O
crescimento de vendas internas na categoria de tratores de
rodas nacionais foi de 2,6%, no acumulado de
janeiro a novembro de 2009, em comparação ao
mesmo período de 2008, segundo os dados da Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O crescimento foi baixo, se analisado todo o contexto no qual
o setor produtivo de máquinas passou, e poderia nem
ter existido, não fosse os programas governamentais
de financiamento de tratores de até 75 cavalos que
atendiam aos pequenos produtores do País iniciativas
que trouxeram, de certa forma, um alívio ao setor.
Em
termos gerais, a indústria de máquinas agrícolas
vendeu menos em 2009, cerca de -1%, em relação
a 2008, de acordo com a Anfavea. A produção
também ficou 22,3% menor. Já sobre as exportações,
a queda
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f oi mais dramática, com uma redução
de 52,2% no acumulado de janeiro a novembro (2009-2008).
Coincidentemente, a nossa previsão para o ano
de 2009, feita lá por março, se confirmou em
novembro, afirmou Gilberto Zago, vice-presidente da
Anfavea, na última reunião da entidade no início
de novembro de 2009. O fator que contribuiu para essa
queda, pode-se destacar primeiramente as exportações,
que caíram drasticamente em função da
crise internacional. A Argentina, que é um dos principais
clientes do Brasil, teve uma retração significativa
em função até do comportamento climático
naquele país. A seca, principalmente, fez com que a
safra de soja e de outros grãos quebrassem num volume
que não permitiu mais ao produtor rural argentino reinvestir
na modernização de máquinas, explica
Zago.
Em 2009, foram comercializadas 13.062 unidades no mercado
externo, contra 27.337 em 2008 (janeiro a novembro). Já
o saldo geral no mercado doméstico de máquinas
agrícolas, em 2009, foram 49.854 unidades vendidas
contra 50.764, em 2008.
Com os programas de governo em 2009 o Mais
Alimentos [do governo federal], o Pró-trator,
no Estado de São Paulo, e o Trator Solidário,
no Estado do Paraná, fez com que a demanda de tratores
de até 75 cavalos subissem em relação
aos demais produtos, chegando a quase 50% de toda demanda
nacional, se não fossem esses programas, a queda no
mercado interno seria maior, analisa Zago.
Outro aporte do governo que também se mostrou fundamental
ao setor produtivo de máquinas brasileiro, segundo
Zago, foi o financiamento para produção e aquisição
de máquinas e (ou) equipamentos novos, de fabricação
nacional, credenciados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), por meio do BNDES Finame
- Máquinas e Equipamentos. O benefício permite
acesso a máquinas de grande porte com juros de 4,5%
ao ano, com um prazo de pagamento de oito a dez anos e uma
carência de três anos. Este programa foi
importantíssimo e permitiu que, desde que foi anunciado,
no início de 2009, se alavancasse o processo de renovação
da frota de máquinas no País, principalmente,
as de maior valor agregado como as colheitadeiras, que influem
diretamente nas perdas das colheitas, afirma Zago.2010
A previsão para este ano é positiva para o setor,
em todos os quesitos. Em vendas no mercado interno, estima-se
um crescimento de 1% em relação a 2009. Para
isso se realizar, as indústrias deverão comercializar
54,5 mil unidades, contra as 54 mil de 2009. A recuperação
das exportações também são esperadas,
tanto em volume (+12,8%) como em valor (+12,2%) isso
considerando o mercado de veículos com um todo (incluindo
também o embarque de carros e caminhões). Sobre
a produção de máquinas, o crescimento
é estimado em 1,5% saindo de 66 mil unidades,
em 2009, para 67 mil, em 2010.
Apesar da queda sofrida no ano passado, na categoria de colheitadeiras
(-32,3%), a New Holland prevê um 2010 melhor, não
nos patamares de 2008, mas que represente um fôlego
para as colheitadeiras. E para este ano, a New Holland
promete novidades bastante diferenciadas, no mercado de colheitadeiras,
adianta Eduardo Nunes, gerente de Marketing da empresa. A
máquina vai ser focada na cultura de grãos como
soja, milho e trigo, e vai trazer uma tecnologia bastante
inovadora, um produto que ainda não existe no Brasil,
e com certeza será uma máquina com um custo-benefício
acessível ao Finame, declara em primeira mão
tores
Líder no segmento, a Massey Ferguson se beneficiou
com os programas de financiamento do governo e fechou 2009
com um saldo positivo em vendas internas com um crescimento
de 8,7% na categoria de tratores de rodas, no acumulado de
janeiro a novembro (2009-2008). Para o vice-presidente de
Engenharia para a América do Sul da AGCO, Luiz Fernandes
Ghiggi, o trator tem um destaque no campo pela versatilidade
que a máquina representa nas diversas atividades que
ela desempenha na lavoura. No entanto, o trator não
é a unanimidade do produtor, pois este também
quer adquirir colheitadeiras e plantadeiras, ou seja, esse
agricultor está focado em todo um contexto de mecanização
da lavoura, pondera.
A John Deere foi outra montadora que obteve êxito no
segmento de trator. Segundo os dados da Anfavea, a empresa
registrou um crescimento de 8,8% na categoria, no acumulado
de janeiro a novembro (2009-2008). O trator se constitui
num mercado diferente do de plantadeiras, o qual é
difícil de se justificar valor, mas foi um mercado
que veio para ficar na John Deere, e estamos crescendo e muito,
declara o gerente de Negócios de Plantadeiras para
a América do Sul da John Deere.
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