Isso,
em uma propriedade de 28 mil litros/mês, por exemplo,
pode significar um desperdício de 4.200 litros/mês,
ou R$ 1.302,00 tomando como base o preço médio
pago ao produtor de leite B no país, por conta de um
problema que, com alguns cuidados pode ser reduzido. Higiene
é palavra de ordem entre os produtores que querem ver
a mastite longe do seu rebanho. É verdade que existem
condições para contágio que escapam ao
controle, como as de origem traumática, mas, uma ação
direta durante a fase de ordenha reduz as chances da mastite.
Quase tudo numa sala de ordenha pode representar fonte de
contaminação: toalhas, teteiras, água
usada na limpeza e as mãos do operador. A imersão
dos tetos em desinfetantes após a ordenha com o objetivo
de eliminar as bactérias da pele e o tratamento de
todas as vacas secas é a base do programa de prevenção.
O uso de desinfetante muito diluído, entretanto, pode
tornar este trabalho ineficaz. Atenção redobrada
para identificar o surgimento de casos também é
fundamental, realizando diariamente o teste da "caneca
de fundo preto" ou "caneca telada", antes da
ordenha, para detectar mastites clínicas agudas. A
identificação se faz através da visualização
de alterações macroscópicas do leite,
como pus, grumos, sangue etc. Após a confirmação
de casos, o tratamento deve ser iniciado imediatamente. Esta
prática permite ainda a seleção dos animais
para que os sadios sejam sempre levados à ordenha primeiro,
reduzindo as chances de disseminação do problema.
O tratamento de vacas secas deve ser feito através
de antibiótico de longa ação (específicos
para vaca seca). Na última ordenha do período
de secar, deve - se aplicar antimastítico via intramamária
em cada teta do animal. Esta prática é muito
boa para controlar mastite subclínica. Além
disso, no tratamento no período seco há uma
melhor resposta do tratamento por atuar no úbere quase
em repouso e elimina - se os prejuízos com descarte
de leite por presença de antibióticos. O tratamento
de vacas no período seco reduz tanto o número
de infecções durante a fase seca quanto o de
novas infecções no o início da lactação.
Vacas que apresentem problemas crônicos devem ser segregadas
ou, se possível, até descartadas do rebanho,
já que provocam despesas e cuidados constantes.
Orientação
Importante - Todas essas recomendações são
feitas pelo professor do Departamento de Higiene Veterinária
e Saúde Pública da Faculdade de Medicina veterinária
e Zootecnia da Unesp/Botucatu, Paulo Francisco Domingues.
Segundo ele, entre 90 e 95% dos casos de inflamação
da glândula mamária são provocados por
microrganismo, ficando entre 5 e 10% os casos de origem traumática.
"A queda na produção de leite é
o efeito mais duro no produtor, respondendo por mais da metade
do prejuízo. Mas outras conseqüências como
leite descartado, custo de reposição, gasto
com medicamentos e despesas com veterinário também
afetam diretamente o bolso do produtor de leite.
Problemas
sérios - Estima - se que, no Brasil, cerca de 70% das
vacas possuem pelo menos um teto infectado. Um lado preocupante.
Nos Estados Unidos, por exemplo, essa incidência cai
para 40%, sendo que a média mundial gira em torno de
17 a 20%.
Para contabilizar melhor este prejuízo, basta tomar
como referência um trabalho realizado por Domingues
e Langoni em 93, onde os tetos infectados chegaram a produzir
30,7% menos que os normais. "Um trabalho preventivo evita
perdas muito maiores, sem contar questões importantes
ligadas a saúde pública, pelos riscos de veiculação
de microrganismos patogênicos ao consumidor". Isso
ocorre, na maioria dos casos, com as chamadas mastites secundárias,
como as tuberculosas e brucélicas. Elas costumam atacar
outros órgãos primeiramente, depois é
que se instalam no úbere.
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