Não
se trata de um "parque de diversões para animais.
A imagem, embora pareça futurista, expressa simplesmente
uma tendência já vista em outros países
e que, agora, começa a ser implantada em propriedade
leiteiras no Brasil. Trata - se do autorotor, sistema rotativo
de ordenha que pode ser adotado por médias e grandes
propriedades.
"Uma fazenda que possui a partir de 150 vacas em produção
está apta a ter um sistema como esse, que pode ser
tanto em tandem (onde os animais ficam em fila), side - by
- side (lado a lado) ou no tradicional espinha - de - peixe",
esclarece Evandro Schilling, gerente técnico da Westfalia,
empresa responsável pela implantação
do primeiro sistema de gênero no Brasil, que já
está em pleno funcionamento na Agropecuária
Bianco, em Descalvado, SP.
A propriedade, de 2.300 hectares, abriga cerca de 650 animais
em regime de ordenha, o que garante uma produção
média de 14mil litros. "Nesse sistema, há
economia em quase todos os aspectos. Conseguimos reduzir custos
com mão de obra, com luz etc e ainda por cima agilizamos
em muito o manejo dentro e fora da sala de ordenha, poupando
tempo", garante um dos proprietários da fazenda,
Archimedes Bianco. Há 43 anos atuando na atividade
leiteira, a Agropecuária Bianco é tocada hoje
por Archimedes, seu irmão Luiz e o sobrinho Adalberto.
Além do leite, a propriedade dispões de instalações
para a criação de suínos a aves e para
a engorda de gado comercial.
O sistema autorotor, segundo os técnicos da Westfalia,
oferece a possibilidade de se ordenhar em uma hora até
100 vacas, com um único operador. No caso da Agropecuária
Bianco, onde acomoda - se 36 animais com dois operadores,
a capacidade chega a 200 vaca/hora. Somando - se mais dois
funcionários para o manejo externo, são quatro
funcionários, em três turnos. "Antes precisávamos
de 35 pessoas para tal serviço", lembra Archimedes
Bianco, que contabiliza também economia significativa
no consumo de energia elétrica, que caiu em mais de
50%, segundo ele.
Projetos grandes - "A estrutura da Agropecuária
Bianco é grande, mas, para se ter uma idéia,
há projetos funcionando no México e na Austrália
com capacidade para 60 postos", esclarece Evandro Schilling,
apostando na popularização desse sistema também
aqui. "O próprio mercado vai exigir. Quem não
enxergar a atividade rural como atividade industrial vai ficar
para trás", garante Schilling, afirmando que está
mentalidade está diretamente ligada a busca constante
de maior produtividade. Todo o sistema é acionado por
motor hidráulico, igual aos utilizados em carrossel
de parque de diversões. O emprego de motores elétricos,
de acordo com o gerente técnico da Westfalia, acabou
descartado por apresentar maior incidência de problemas.
A base, que conta com rodas de poliuretano para reduzir o
desgaste gira sobre trilhos a uma velocidade variável,
dependendo do fluxo de entrada e saída dos animais,
mas com condições que permitem a ordenha total
da vaca antes de completar uma volta inteira, que dura de
8 a 10 minutos. Quanto ao custo de um projeto como esse, quem
determina é o próprio produtor, dependendo da
sua necessidade e do tamanho do seu rebanho.
|