Se
a união realmente faz a força, a despeito de
todas as dificuldades enfrentadas pelo setor leiteiro, esta
foi a solução adotada pelos produtores de leite
da região do sul do estado de São Paulo para
incrementar seus negócios e a performace de seus criatórios.
Fundada há pouco mais de dois anos, a Leite Sul é
o mais novo dos 11 núcleos da raça Holandesa
no estado, abrangendo uma área que atinge desde a cidade
de Mogi Mirim até Avaré, passando por Itapetininga,
Piracicaba, Itu, Salto e Campinas. A união não
apenas fez a força como também expôs a
vitalidade econômica dos criatórios da região.
Tanto assim que, de todos os núcleos da raça
Holandesa, a Leite Sul, que tem sua sede em Piracicaba, é
atualmente o núcleo que congrega o maior número
de sócios e de animais registrados. O núcleo
contabiliza cerca de 170 associados e aproximadamente 20 mil
animais registrados; são 33 os rebanhos que tem o controle
leiteiro efetuado pelo núcleo, o que significa cerca
de 2 mil cabeças. " Havia a necessidade de se
estabelecer um núcleo com o propósito de defender
os interesses dos criadores, mas que também divulgasse
o trabalho de seleção do rebanho Holandês
na região", explica Luís de Moraes Barros,
diretor da Leite Sul. Com o preço do leite em queda,
a ação do núcleo tem uma importância
decisiva para os criadores. " A nossa preocupação
maior é a redução de alguns custos essências
ao criador e, obviamente, a criação de receitas",
argumenta o diretor da Leite Sul. Para tanto, o núcleo
concentrou suas atividades em duas linhas de atuação:
passou a gerir o controle leiteiro dos rebanhos associados,
adotou convênio para garantir suporte técnico
aos criadores ( tal como o firmado com a ESALQ, em Piracicaba)
e tratou de promover a raça em eventos oficiais e leilões.
Titular da Fazenda Nova Larga, no município de Buri,
região de Itapetininga, Elizabeta Roncoroni reconhece
os aspectos positivos após a implantação
do núcleo. A Nova Larga tem um plantel de 130 animais,
dos quais 60 em lactação e com um rendimento
de 1.100 litros/dia. Segundo Elizabeta Roncoroni, " o
núcleo possibilitou uma série de benefícios,
com um atendimento mais próximo do criador e, além
de tudo, com custos mais próximos da nossa realidade.
Nós só passamos a fazer o controle leiteiro
somente com a chegada da Leite Sul".
Esta assessoria aos criadores permitiu, por exemplo, um estreitamento
comercial com os produtos de leite de Goiás, fixados
ao redor da capital Goiânia. Com o plantel de gado leiteiro
em franca expansão e a obtenção de preços
mais compatíveis na comercialização do
leite, os criadores da região apostaram no trabalho
de seleção desenvolvido pelos associados da
Leite Sul. O núcleo já realizou três leilões
da raça holandesa em Goiânia e a demanda tende
a crescer. Este estreitamento se revelou tão positivo
que o núcleo passou a prestar serviços técnicos
aos criadores goianos, tendo em vista o melhor aproveitamento
produtivo dos animais. Aliás, produção
econômica e racionalização de custos são
os pontos principais da política gestora do núcleo.
" Hoje em dia é muito fácil importar leite,
principalmente o leite altamente subsidiado de alguns países.
Então ocorre que o produtor nacional está numa
situação extremamente vulnerável. Muitos
abandonaram o controle leiteiro e deixaram de registrar seus
animais. Tudo por conta do baixo preço do leite. O
que nós desejamos é que os produtores da nossa
região encontrem formas de produção mais
eficientes, envolvendo todo o processo de criação,
e que desta maneira tornem o seu produto mais interessante",
avalia Luís Moraes Barros.
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