O
ramo da floricultura começa a experimentar um forte
crescimento no mercado interno e a se tornar uma atividade
bastante lucrativa. Basta dizer que atualmente já movimenta
cerca de 1 bilhão entre mercado interno e externo,
sendo este último o mais forte. Dados da associação
brasileira estima em 3.600 o número de produtores que
utilizam uma força de trabalho de quase 23 mil pessoas.
São Paulo é o principal estado produtor com
70%, mais o Rio Grande do Sul e Minas Gerais começam
a despontar neste mercado. Toda a atividade começou
com a imigração japonesa que cultiva em pequenas
áreas e vendiam na capital. Com a chegada de imigrantes
holandeses que trouxeram as técnicas conhecidas em
seu país, o negócio tomou um forte impulso.
Tanto que existe hoje a cidade de Holambra, no interior de
São Paulo, onde existe uma cooperativa com 210 associados,
especializada na produção de flores. A cooperativa
Holambra fatura anualmente R$ 80 milhões e é
responsável por 35% da demanda nacional de flores.
Mesmo parecendo simples é uma atividade que exige conhecimento
e tecnologia sofisticada como estufas, sistemas de aquecimento,
irrigação, nebulização e outros
recursos diversos, conforme a espécie produzida. O
custo médio de produção gira em torno
de 15 a 30 e o retorno começa a partir do terceiro
ou quarto mês de operação. As vendas no
Brasil geralmente acontecem em períodos específicos
como Dia das Mães, finados, Dia dos Namorados ou datas
específicas. Em comparação com outros
países o consumo per capita é relativamente
baixo. Enquanto no Uruguai se gasta US$ 15 a na Argentina
US$ 25, os brasileiros gastam em média US$ 6, sendo
o Rio Grande do Sul o que mais gasta, US$ 16, cerca do triplo
da média nacional. O mercado é tão expressivo
e com tamanho grau de demanda que em Santa Cruz do Sul, 12
produtores fundaram a Cooperativa Rio - Grandense de Produtores
de Plantas e Flores produzindo cerca de 8 mil vasos de diversas
variedades e faturamentos anualmente entre R$ 80 a 100 mil.
Tradição
Italiana - Quatro gerações que sempre trabalharam
no mercado de flores. Este é o currículo de
Valentino Lazzeri, diretor da Lazzeri Flor Plant, empresa
que atua neste mercado há oito anos e comercializa
anualmente, cerca de 30 milhões de mudas não
enraizadas para o mercado externo, principalmente a Europa.
A empresa tem sua matriz no norte da Itália e há
15 anos o pai de Valentino tomou a iniciativa de se mudar
para o Brasil para iniciar um novo projeto. Escolheu a cidade
de Vacaria, na região serrana do Rio Grande do Sul.
Ali iniciou um projeto de plantio de maças. A produção
de flores foi retomada com Valentino que não conseguiu
se afastar da tradição familiar. A Lazzeri cultiva
em 7 hectares cobertos com estufas 52 espécies de flores
ornamentais de várias estações e pretende,
ainda neste ano, começar a conquista do mercado interno.
"O Brasil tem um potencial muito grande para consumir
flores", afirma Valentino, acrescentando que por esta
razão começam neste ano a escolher pontos de
venda para o seu produto.
|