A
vantagem segundo eles é a considerável redução
do índice de mortalidade, de infestação
por verminose, doença do caso (manqueira) e a elevação
do ganho de peso em tempo mais rápido permitindo uma
comercialização dos animais em períodos
conhecidos como de entressafra no caso dos cordeiros, e de
melhor qualidade e apresentação para os puro
de pedigree. Esta diminuição no período
de permanência dos animais na propriedade melhora muito
o retorno financeiro da atividade. Isto mesmo foi o que afirmou
o criador catarinense, Luiz Eugênio Duvoisin, do município
de Campo Alegre, que fica próximo da divisa do Paraná.
Para ele qualquer pecuarista que parar para fazer conta vai
verificar que hoje, a ovinocultura é a atividade que
está dando mais retorno, principalmente, porque ela
é de ciclo curto. " Em menos de um ano, você
coloca em reprodução e abate ou vende o cordeiro
vivo para outros criadores", afirma, acrescentando que
com o boi o tempo é muito maior e a necessidade de
espaço para criar também. Direcionado para o
mercado de reprodutores, Luiz Eugênio mantém
na Cabanha Recanto Verde, que tem 40 hectares, 130 matrizes
entre RGB e PO da raça lle de France, especializada
na produção de carne. Em 20 hectares ele determinou
a repartição em potreiros que possuem entre
meio e um hectare dividindo neste ano com cerca elétricas,
onde estão plantadas pastagens de inverno e de verão.
Em seguida ele programou que cada lote do rebanho fique em
torno de duas horas no piquete determinada para aquele período
do mês e depois retira os animais um galpão.
Em períodos mais críticos de falta de pastagem
ele complementa a alimentação com silagem de
milho. " Depois eu vou alterando os animais de potreiro
para potreiro a fim de completar um ciclo de repouso da pastagem
para que ela possa se recompor em seguida", afirma o
criador. No processo de seleção ele diz que
normalmente fica com cerca de 50% do rebanho nascido. O que
não "passaram" pela análise de veterinários
são abatidos e os outros ainda serão analisados
posteriormente. Conforme o resultado, ficam na cabanha ou
são vendidos para outros criadores.
"A procura aqui tem aumentado e vejo que o interesse
pela ovinocultura cresce, mesmo em Santa Catarina que não
tinha tradição nesta atividade", comenta
Luiz Eugênio. Para ele que é empresário
de setor moveleiro, a criação de ovinos está
se tornando mais que uma paixão; se transformou em
um bom negócio.
"Neste ano eu já estou pagando as contas da cabanha
com o retorno que ela propicia", informa, acrescentando
que tem obtido valores para os animais que variam entre R$
200,00 a 500,00. Os quase 80 anos de vida do "seu"
Cornélio Roden não lhe tiram a disposição
para o trabalho. Ele mesmo diz que começou a criar
ovinos para se distrair depois que se aposentou. Mas a distração
virou um bom negócio. Nos 150 hectares da Fazenda Tapera,
localizada na região do município de Salete,
no nordeste do estado que ele chama de "umas terras",
cria 530 matrizes ovinas de sangue lle de france com Texel,
de quem pretende retirar 450 "filhotes", dos quais
a maioria vão para a abate. Abate que por sinal ele
encomenda. "Seu" Cornélio utiliza tudo que
o ovino pode dar.
Abate, embala e vende temperada. Faz curtimento da pele e
com a lã que sobra ele passa para a mulher fazer acolchoados
para vender. " Sempre fui comerciante e acho que tudo
na vida tem uma utilidade, então com os ovinos, nos
não ficamos parados. Fazemos de tudo com ele",
afirma o criador. Orientado pela Epagri, (empresa de pesquisa
de Santa Catarina), ele resolveu adotar o sistema de semiconfinamento
na criação dos ovinos. Possui pastagem e cerca
elétrica e dividiu os piquetes em 1,5 hectares no qual
coloca em torno de 100 ovelhas a cada três dias. As
vezes, para dar um descanso à área ele libera
o rebanho para o campo aberto, mas isto não demora
muito. " Porque ovelha tem que comer a toda hora para
ficar pronta cedo, não é ?" pergunta. Para
manter o seu negócio funcionando ele busca ter produção
para o ano todo evitando a tradicional entressafra da criação.
Para isto programou alguns nascimentos para o mês de
Abril, assim, quando os cordeiros desmamarem aos três
meses de idade, já poderão ser direcionados
para o engorde, explica. Segundo " seu" Cornélio,
o peso médio de abate dos seus cordeiros deve ficar
entre 8 a 12 Kg, tamanho considerado ideal pela sua clientela
que cada dia aumenta mais. " Acho que o consumo da carne
ovina está aumentando e por isto vejo longo futuro
para o nosso negócio", avisa.
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