No setor, ao contrário da média anual de empregos
recuperou cerca de 10%, alcançando 22.663 empregados
trabalhando nas principais indústrias instaladas no
país. A produção em 97 foi de R$ 3,34
bilhões, para um consumo aparentemente de R$ 3,24 bilhões.
Nas exportações, os dados não são
menos animadores, movimentando um total de R$ 217 milhões,
contra R$ 107 milhões em importações,
o que representa superávit da ordem de R$ 110 milhões.
Uma rápida análise deste desempenho e ainda
criação de linhas de crédito alternativas
para o produtor servem para justificar o entusiasmo das grandes
empresas, todas com novos produtos no mercado e grande expectativa
de vendas. O ano de 97 foi um alento para nós,
já que em 96 tínhamos enfrentado o que se pode
chamar de pior ano da história de máquinas no
Brasil, quando os juros altíssimos e os preços
dos principais produtos agrícolas em baixa emperraram
as vendas e inviabilizaram qualquer tentativa de reversão
de um quadro extremamente desfavorável, afirma
Alistair Mclelland, diretor para América Latina da
AGCO Corporation, empresa responsável pelos tratores
Massey Fergusson no mundo inteiro, que lançou em abril
uma nova série de tratores, a linha 5.000, com a qual
pretendem ampliar sua participação no mercado
brasileiro. Foi um árduo trabalho, de dois anos,
e mais de 30 encontros com agricultores ouvindo sua opiniões
e exigências para de chegar num trator plenamente adaptado
a realidade brasileira, capaz de atender a todas as necessidades
de uso, esclarece Fábio Piltcher, gerente de
marketing e Comunicação da AGCO.
A importância de se investir na melhoria dos produtos
disponíveis no mercado brasileiro é endossada
pelo vice-presidente mundial da AGCO, James Seaver. Ele lembra
que a América do Sul Concentra hoje 15% dos negócios
da AGCO no mundo inteiro, sendo 9% dessa fatia referente ao
mercado brasileiro. O Brasil consome três vezes
mais trator do que a Argentina, por exemplo, compara
Seaver, justificando o investimento de US$ 50-60 milhões
feito no desenvolvimento da nova linha. Foi com essa
mentalidade que conseguimos saltar de US$ 200 milhões
em faturamento anual registrado em 90 para US$ 3,2 milhões
em 97/98, assegura.
Além dos tratores Massey Fergusson produzidos e comercializados
aqui, a AGCO pretende importar enfardadeiras e trituradores
de outras marcas de sua propriedade para atender ao mercado
nacional.
Outra empresa que garante acreditar numa seqüência
de anos positivos para o setor de máquinas agrícolas
é a Case Brasil. Ele também aproveitou o mês
de abril para lançar no mercado um novo trator, o Maxxum
MX. Nossas vendas no Agrishow chegaram a US$ 20 milhões,
o dobro do faturamento da empresa feita do ano passado,
comemora o vice-presidente da Divisão Agrícola
da Case Brasil, Mário Hirose. A empresa fechou 97 com
faturamento da ordem de US$6,024 bilhões, o que representa
um crescimento de 11% em relação a 96. Em lucratividade,
o desenvolvimento melhorou ainda mais, cerca de 15%.
O trator lançado recentemente pela empresa, e que deve
ajudar no crescimento das vendas da Case, traz entre outras
coisas, dispositivos que permitem maior segurança e
dirigibilidade.
A New Holland sedimentou seu crescimento em 97 na conquista
de maior espaço no mercado externo. Entrando de vez
nas possibilidades oferecidas pelo Mercosul, a New Holland
aumentou no ano passado 27% suas vendas para países
como a Argentina, Uruguai e Paraguai, além de África
do sul, Leste Europeu e Ásia. Ao todo, em 97, saíram
da fábrica brasileira para fora do País 2.491
máquinas, na maioria, tratores.
Linhas
de crédito alternativas ajudam na aquisição
de novas máquinas
Além
dos financiamentos oferecidos pelos as próprias fábricas
estão buscando formas de tornar a aquisição
de novos equipamentos mais fácil e menos onerosa para
o produtor. Na Agrishow, por exemplo, maior feira do gênero
realizada no Brasil, 90% do volume faturado diretamente na
feira pelas empresas, foi lastrado por algum tipo de financiamento.
É o caso da AGCO, por exemplo, que formou parcerias
com o Bradesco e o Banco do Brasil a fim de facilitar seus
negócios. Mas estas linhas de financiamentos estavam
disponíveis para todas as empresas, desde que acordadas
antecipadamente. Em geral as linhas de crédito propunham
um juro de 9% ao ano com prazos de pagamento que iam até
cinco anos em prestações anuais ou semestrais,
dependendo do módulo de produção de cada
pretendente. Toda esta movimentação proporcionou
uma infinidade de negócios concretizados no evento
e outros que serão acertados ainda durante o mês
de maio. Mas sabe-se que tradicionalmente, este é um
período para venda de tratores, por isto, o maior volume
de venda foi deste tipo de produto. O mercado está
em expansão, e os dados indicam a manutenção
de resultados positivos já neste ano de 98, afirma
Sérgio Magalhães, presidente da Abimaq.
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