A
utilização dos complexos orgânicos de
minerais permite a multiplicação e a ativação
da flora do rúmen, para um melhor desdobramento da
celulose e uma eficiente utilização dos nutrientes
das pastagens, explica Marcos Baruselli, gerente de
desenvolvimento de novos produtos, para o setor de bovinocultura
de corte da Tortuga, maior empresa de suplementos minerais
do País, que está desenvolvendo há dez
anos pesquisas sobre os complexos orgânicos de
liberação controlada, substâncias
que são trabalhadas bioquimicamente para que sejam
melhores assimiladas pelo organismo dos animais.
O projeto boi verde, resultado dessa pesquisa, lançado
há um ano, consiste em fornecer aos animais, em suas
diferentes fases de idade, minerais que completam a dieta
do pasto. Desta forma, segundo a empresa, é possível
obter um animal pronto para o abate com peso entre 16,5 a
17,0 @, aos 24 meses de idade, em condições
de pastagens de qualidade, adequado controle sanitário
e utilizando-se animais de bom padrão genético.
Barucelli cita dados da embrapa CNPGC, para ressaltar
a importância da utilização de programas
de suplementação mineral. Segundo a empresa,
os índices zootécnicos da pecuária de
corte a pasto no país são baixos, com a idade
média de abate de 4,5 anos, taxa de fertilidade de
60% e mortalidade de bezerros entre 8% e 10%. Descobriu-se
que, entre outros problemas, o fator principal destes
baixos índices está relacionado a deficiência
nutricional, afirma o gerente da Tortuga.
Dentro da contabilidade comercial da Tortuga, os produtos
do Projeto Boi Verde respondem por cerca de 15% do volume
de vendas da empresa, o que segundo Baruselli, demonstram
que cada vez mais, os pecuaristas estão despertando
para a importância desse programa, extremamente econômico
e que representa um alto ganho de produtividade para o todo
rebanho.
Como
funciona o projeto Boi Verde
O
programa é formado por seis produtos colocados à
disposição no cocho, diretamente nas pastagens.
O primeiro, utilizado para os bezerros e fornecidos em sistema
de creep feeding, é o Fosbovinho, específico
para a fase de aleitamento até a desmama. O consumo
previsto é de 40g/dia/bezerro, em média, o permite,
de acordo com Baruselli, a obtenção de bezerros
53 Kg mais pesados na desmama do sistema tradicional.
Este peso equivale a 200 kg do bezerro, aos sete meses
de idade, afirma Baruselli, dizendo que o consumo total
de Fosbovinho será de, aproximadamente, 8 kg por bezerro
desmamado.
A segunda etapa do projeto é o fornecimento do Foscromo
nas especificações águas e seca
-, após a desmama. Além de benefícios
como a diminuição dos fatores negativos do estresse
e um melhor desenvolvimento de carcaça, o Foscromo,
com condições boas de pastagens -, garante um
ganho de peso superior a 700g/dia/cabeça, durante a
fase da recria, declara o gerente. O consumo médio
é de 80gr/animal/dia.
Na fase de determinação, o projeto prevê
o fornecimento de Fosbovi Engorda para os animais. Esse produto
tem duas características importantes. Aumenta
a capacidade de assimilação dos nutrientes da
pastagem e é menos tóxico, explica. O
consumo médio por animal/dia é de 90gr, sendo
que, o consumo no período de cinco meses será
de, no máximo, 15 kg e o ganho de peso, no final do
período, de 130 kg.
Para as vacas em fase de reprodução, foi desenvolvida
uma linha composta pelo Fosbovi 20 TQ para as águas
-, e o Fosbovi Seca. Eles têm a função
de melhorar a taxa de fertilidade para 80%, declara Baruselli.
A taxa média do país, segundo a Embrapa, é
de 60%.
Todos esses dados foram colhidos em fazendas experimentais,
segundo o gerente. No Brasil, como o Boi Verde foi lançado
há apenas um ano, ainda não têm fazendas
que tenham completado o programa, porém, a Fazenda
Sonho Real, em Tirenos, MS, do invernista Antônio José
de Oliveira, já notou diferenças em seu rebanho.
Recentemente, havia tido um problema sério de
desnutrição no rebanho, com a morte de alguns
animais, lembra o criador, que mantém um programa
de engorda de 10 mil bois.
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