Com
uma receita de exportação na casa dos US$ 2,107
bilhões, em 96, e outros US$ 2,02 bilhões até
novembro de 97, a madeira manufaturada figura como quarto
item mais importante na pauta de produto de origem agropecuário
voltado para o comércio exterior. Em 96, foram exportadas
5,5 milhões toneladas, volume que, até novembro
do ano passado ficou em 5,3 milhões/ton. No mesmo período,
o Brasil importou 2,8 milhões/ton (96) a um custo de
US$ 226,542. Até novembro de 97, essa importação
bateu nos 2,2 milhões de toneladas, representando uma
despesa de US$ 197,9 milhões, mostrando um saldo positivo
de US$ 1,88 bilhão (96) e US$ 1,78 bilhão (nov/97).
Os dados constam de um levantamento da balança comercial
brasileira, elaborado pela Conab Companhia Nacional
de Abastecimento, sob a supervisão de José Carlos
Bast, de São Paulo, abrangendo 40 produtos e derivados
ao comércio exterior. O estudo, além de mostrar
a qualidade e o potencial do setor de madeira serve, também,
numa interferência, para justificar o interesse de empresas
estrangeiras na Amazônia.
A pesquisa demonstra que a participação dos
produtos agrícolas na balança comercial brasileira
fica bem acima dos poucos mais de 30%, constantemente divulgados,
fixando-se num patamar de 41,34% dos resultados obtidos até
novembro do ano passado, que registraram US$ 48,45 bilhões.
Em 96, quando a receita ficou em US$ 47,74 bilhões,
a parte do setor agrícola foi de 40,61%, representando
um faturamento de US$ 19,39 bilhões. Em 97, a renda
obtida pela agricultura de exportação foi de
US$ 20,03 bilhões.
Assim como mostra que o Brasil está entre os grandes
produtores e exportadores de madeira, o documento deixa evidente
e até confirma a teoria de que o comércio é
uma vida de duas mãos, pois compara o volume exportado
com o importado de um determinado produto inserido dentro
do universo da pesquisa. A subtração dos valores
obtidos com a venda e compra vai mostrar se a mercadoria é
deficitária ou superavitária.
Dessa forma, tomando a soja como exemplo, o país exportou
em 96, 16,2 milhões de toneladas de soja, incluindo,
grão, farelo, óleo bruto e refinado, obtendo
uma receita de US$ 4,46 bilhões. Porém, no mesmo
período, importou 1,2 milhão/ton do complexo,
pagando US$ 359,6 milhões. Subtraindo os números
das duas operações constata-se que o Brasil,
efetivamente, exportou 15 milhões/ton e faturou US$
4,10 bilhões.
A pesquisa vai mais fundo ao detalhar as transações
não apenas de um determinado produto, mas também
de seus derivados. Ainda usando como exemplo o complexo soja,
se houver interesse em saber qual o volume exportado em grão,
farelo ou óleo, basta consultar o estudo. No caso do
farelo de soja, foram exportados 11,2 milhões/ton,
e obtida uma receita de US$ 2,730 bilhões. Em contrapartida,
foram importadas 91,8 mil/ton com um gasto de US$ 24,6 milhões.
Feita a operação de subtração,
o saldo da balança comercial mostra que foram exportadas,
efetivamente, 11,16 milhões/ton com receita de US$
2,706 bilhões.
Um estudo da Fipe Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas, da USP, divulgado recentemente,
mostra que as exportações agrícolas tiveram
um superávit de US$ 11,5 bilhões, no encerramento
do ano passado. Esse valor, não é o mais exato.
De acordo com o levantamento feito pela Conab, até
novembro de 97, o superávit obtido pela venda externa
de produtos agrícolas foi de US$ 14,02 bilhões.
Essa diferença de mais de US$ 2,5 bilhões é
atribuída, por José Carlos Bast, o modelo de
metodologia aplicado na pesquisa. Sem contestar os números
da Fipe, Bast afirma que o levantamento da Conab foi feito
utilizando um universo maior de produtos e, sobretudo,
aqueles que mostram um razoável índice
de expressividade no contexto de comércio exterior.
A intenção acrescenta, é dar continuidade
a esse trabalho, tornando-o o mais abrangente possível,
de forma a demonstrar de uma maneira mais transparente, mais
nítida, a real participação bem com a
economia do país.
Produtos incluídos no levantamento: Açúcar,
algodão e derivados, amendoim e derivados, arroz com
casca, beneficiado, partido/quirela, farelo, aveia, azeite
de oliva, azeitona, cacau e derivados, café em grãos
e solúvel, carne bovina, suína, frango, castanha
de caju, castanha do pará, cera de carnaúba,
cevada em grão e malte, couro e calçados, erva
mate e chá, feijão, flores e plantas vivas,
frutas exceto laranja, fumo, cigarros girassol
semente, farelo e óleo, lã pêlos
finos, grossos, laranja e derivados, leite e laticínios.
madeira manufaturada, mamona e derivados, mandiocas e derivados,
milho grão, óleo e farelo, óleo
de dendê, gordura e óleos vegetais, ovos, papel
e celulose, peixes e crustáceos, pimenta, seda, sisal
e derivados, soja e derivados, sorgo, sucos menos de
laranja, trigo em grão e farinha.
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