Os
números apurados pela Rural em 97 chegam a quase R$
95 milhôes, em 656 leilões, que negociaram 29.904
animais, entre bovinos de corte, leite equinos. Este valores
superam as marcas de 96, quando 717 remates movimentaram R$
82 milhôes, em 29.050 animais. A redução
da ordem de 8,5% na quantidade de promoções
não alterou o volume de comercialização,
o que demostra que, em 97, mais do que nunca, os promotores
de leilão tiveram um cuidado ainda maior para evitar
os chamados leilões caça níquel. O custo
de organização de um leilão hoje é
muito alto para ficar brincado com ofertas de qualidade duvidosa.
Agora, só o que dá certeza de retorno compensador
vai para a pista, sentencia Leonardo Pinheiro Machado, um
dos diretores da Pinheiro Machado Assessoria e Leilões,
empresa responsável pelo maior leilão do ano
em números absolutos, entre todas as raças bovinas
e equinas: O Must do Simental, uma venda estreante, que ultrapassou
os R$ 30 mil de média.
A opinião é compartilhada pelo diretor da Programa
Leilões, Paulo Henrique Arantes Horto, outra empresa
que realizou importantes pregões no passado. Segundo
ele, a tendência para os próximos anos é
um apuro ainda maior na oferta dos leilões. Quem não
adotar esta filosofia, vai ficar á margem do mercado,
alerta.
Buscar novas alternativas para a realização
de eilões economicamente mais eficientes e ampliar
os serviços e opções para o comprador
e vendedor de animais também é palavra chave
para a sobrevivência do negócio, de acordo com
os dirigentes das principais empresas leiloeiras do país.
Embora satisfeitas e até um pouco surpresas com a performance
do ano passado, as leiloeiras não arriscam palpites
muito ousados quando o assunto são as perspectivas
para 98. Para Leo Friedberg, diretor da Pro Horse, empresa
especializada na comercialização de equinos,
o mercado de cavalos apresentou significativa evolução
em 97 mas deve ficar estável este ano. Leonardo Pinheiro
Machado também acredita que se 98 repetir o desempenho
de 97 vai ser muito bom.
A Pinheiro Machado trabalhou em 1.997 com raças diferentes,
entre bovinos de corte leite, cavalos e ouvinos. Foram 35
leilões e uma movomentação de quase R$
7,4 milhões. Segundo Leonardo, a empresa - sediada
em São Paulo -, realizou importantes parcerias que
foram significativas para o mercado de bovinos. Dois leilões
realizados em parceiria com criadores dos Estados Unidos com
a raça Jersey, outra com criadores canadenses, que
resultou no leilão Canadá na Gerais, das raças
Limousin e Simental, em Belo Horizonte, além dos leilões
realizados na Expocorte, em São Paulo, que corresponderam
a todas expectativas e o Leilão Shalakó/ Prata/Santo
àngelo, de Quarto-de Milha, que teve ótimos
resultado. Ele garante que as parceirias vão continuar
em 98 e vamos levar leilões de qualidade também
para outro estados.
No mercado de gado de corte, a Programa Leilões - sediada
em Londrina, PR -, realizou 252 leilões no ano passado,
entre gado de elite, cria, recria e engorda. Para Aulo Horto,
o ano de 97 foi positivo, se comparado com os dois anos anteriores,
anos de uma crise muito intensa no mercado de leilões.
Para ele, em 95/96 as leiloeiras tiveram que se adaptar a
um mercado mais real, tanto é que muitas empresas saíram
desse setor. No ano passado, o mercado foi estável
durante todo período, sendo considerado o melhor dos
últimos cinco anos explica. Os leilões promovidos
pela programa movimentaram mais de R$ 40 milhões somando
as vendas de gado comercial.
Bovinos
de corte
Sem
as antigas montanhas russas a quem o preço da arroba
tinha de enfrentar a cada entrada e saída de temporada
e com maior disposição dos pecuaristas em investir
de forma mais efetiva no melhoramento genético dos
animais tendo como palavra de ordem a redução
na idade de abate, o mercado de bovinos de corte de seleção
apresentou boa perfomance em 97. Algumas mudançcas
fundamentais no perfil do mercado, entretanto, se fizeram
necessárias, paradar maior sustentação
á base da pirâmide. Com isso, o número
de leilões de elite caiu consideravelmente passando
de 390 em 96 para 298, segundo dados do balanço Rural
97, uma queda que supera os 23%.
Os dados mais significativos porém, é que, mesmo
com um acentuado enxugamento nos pregões, o faturamento
aumentou em quase R$ 1,300 milhão, sinal evidente de
que o rigor na composição da oferta e a disposição
dos pecuaristas em adquirir produtos de elevado padrão
zootécnico garantiu saldo positivo ao setor. è
verdade que a virada ainda não levou o setor de corte
aos níveis de 95, por exemplo, quando 22 mil animais
movimentaram R$ 44 milhões. De qualquer forma, é
consenso entre os criadores que os passos em que anda o mercado
hoje dão maior tranquilidade e segurança para
as promoções futuras.
O nelore manteve, com folga habitual, sua liderança
entre as raças de corte vendidas no País. Nas
posições seguintes, entretanto, as disputas
começam a ficar um pouco mais acirradas, com Limousin
e Charolês chegando mais perto da segunda colocada:
Simental. Para Jaime Miranda, presidente da Associação
dos Criadores de Nelore do Brasil, essa perfomance da raça
continua não sendo nenhuma supresa. Essa é a
demostração do reconhecimento do criador de
Nelore, dos seus trablhos de seleção e acompanhamento
da modernização da pecuária, comemora
o presidente. Para Miranda, outro importante ponto está
favorecendo ao Nelore, além de ser a raça de
corte que, sem dúvida, tem o menor custo de produção,
ela está mostrando que também em sistema intensivo,
em pequenas áreas, adapta-se muito bem, dando maior
rentabilidade.
Animando com o resultado do balanço de 97, o presidente
informa que, por estar conseguindo manter o preço constante
- tanto nas fazendas como em leilões -, raça
não está conseguindo formar estoques e provalvelmente,
98 será difícil encontrar bons reprodutores,
pois a procura de animais de elite deverá ser muito
grande acredita.
NELORE
A
expectativa apontada pelo presedente da assocoação
de de menor oferta de reprodutores para este ano pode ajudar
a alavancar a média da raça nos próximos
leilões, sobre tudo nos remates de maior expressão.
De qualquer forma, mesmo com uma redução no
estoque dos principais criadores, dificilmente o Nelore poderá
ser ameaçado na liderança entre as raçcas
de corte mais vendidas no país. Dominando os pastos
do Brasil Central, a raçca somando-se os produtos padrão
com os da variedade mocha vende 4,4 mais vezes do que o Simental,
raçca taurina de corte que registra o melhor desempenho
no mercado. Ao todo, foram vendidos em leilão 7.402
produtos por R$ 17,851 milhões, média de R$
2,411.
Desse total 6.580 animais correspondiam a produtos Nelore
Padrão, vendidos á média de R$ 2.483,
enquanto os 822 produtos mochos saíram em 97 á
base de R$ 1.837. Mantendo a tradição, o Leilão
Noite dos Campeões foi o evento de maior peso, quando
31 lotes somaram R$ 650.400, média de R$ 20.980.
SIMENTAL
Mantendo
a segunda colocação entre as raças mais
vendidas, o Simental teve neste ano momentos de grande valorização.
Várias promoções realizadas na capital
de São Paulo demostraram o quanto se mantém
aquecido o mercado do Brasil. Dois deles garantiram lugar
de destaque entre os cincos maiores leilões de bovinos
de corte de todas as raças em 97: O leilão Must
e o Premium Simental. O primeiro, promoção estreante
da Agropastoril Ricci, Fazenda e Haras Santa Maria, Gilberto
Aguitoni, HRO Empreendimentos, Nilson Carvalhos de Freitas
e Pedro Conde, fez média final de R$ 30 mil. Entre
os muitos destaques da noite, Falhaven MS Prestige, oferecida
pela fazenda e Haras Santa Maria, de Antônio de Pádua
Aguiar Barros, atingiu recorde de preço para fêmeas
da raça, ao sair sob lance de R$ 140 mil. A outra promoção,
realizada durante a Expocorte, reuni produtos dos mesmos promotores
do Must e de uma série de outros renomados criatórios,
fechando com média de R$ 17.417, a maior de toda a
Expocorte. Na apuração da Rural, a raça
vendeu no ano passado 1.666 animais por R$ 5,859 milhões,
média 3.517.
LIMOUSIN
Raça
de maior valorização média entre as de
corte, o Limousin, mais uma vez colocou quatro promoções
entre as dez melhores do ano. Os números obtidos por
estes pregões, entretanto, comprometeram a média
geral obtida que foi de R$ 7.197. Sem eles, ela cairia para
R$ 5.289, mesmo assim, um valor cerca de 15% superior ao obtido
pela raças em 96. Em 25 promoções computadas
pelo balanço da Rural, 1.156 animais totalizaram R$
8,320 milhões.
Assim como Simental, coube a uma promoção nova
o melhor resultado da raça. O Leilão Club Sale
Selection, promovido em São Paulo, SP, arrecadou de
R$ 1,006 milhão em 36 lotes, média de 27.935.
O leilão Qualité Limousin, promoção
de Amilcar Farid Yamin, merece grande destaque, negociando
44 produtos por R$ 1,101 milhão, média de R$
25.025.
CHAROLÊS
Em
97, a raça começou a dar novos, contornos ao
seu mercado, ampliando seu raio de atuação.
Além do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina,
estados onde já conta com tradicionalmente com bom
volume de comercialização, o Charolês
começou no ano passado a buscar novas praças,
como Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo,
como bons resultados.
Os melhores números, porém, ainda vieram dos
remates mais tradicionais. O leilão de Elite realizado
durante a exposição da raça em Chapecó,
SC, em maio, fez a maior média: RS 3.664 já
a maior arrecadação ficou por conta do Leilão
da Expointer, quando 38 lotes totalizaram R$ 126.200, média
de R$ 3.321. Em 17 promoções, sem considerar
os remates de produção, foram vendidos 1.145
animais por R$ 1,525 milhão média de R$ 1.332.
ANGUS/BRAGUS
Bom
volume de negócios também registrou o Aberdeen
Angus que, junto com Bragus, comerciolizou 763 animais sempre
sem os remates de produção por R$ 1,308 milhão,
média de R$ 1.715. A melhor média do Angus veio
do Leilão da Expointer, quando 17 animais saíram
á razão de R$ 2.207 animais. Já o Brangus
teve seu melhor momento no Leilão da fazenda Sant´Anna,
em Racharia, SP, quando o preço médio atingiu
RS 2.082.
BLONDED´AQUITAINE
Dois
balanços diferentes podem ser utilizados para avaliação
da raça no ano 97. Em ambos os casos, o resultado pode
ser considerado altamente positivo. Considerando-se apenas
as vendas de elite, a raçca apresentou desempenho semelhanteao
ano anterior,a não ser pelo preço médio
final, que cresceu cerca de 11%, passando de R$ 3.300 para
R$ 3.681. Já incluindo na apuração alguns
remates onde houve também oferta de animasi, comerciais,
a média cai para R$ 1.729, mas, em compensação,
a oferta pula para 436 animais, o que coloca definitivamente
a raça de origem francesa entre as de maior expressão
dentro do mercado nacional, movimentando R$ 753 mil.
Dando ênfase aos remates de exposições,
o Blonde teve na Expocorte seu melhor momento, quando 19 produtos
saíram R$ 4.137, totalizando R$ 78.600.
CANCHIM
A
raça vem demostrando já há alguns anos
uma acomodação no mercado, repetindo quase sempre
a mesma performace. Assim como em 95 e 96, o Canchin também
fez em 95 um total de 10 leilões, arrecadando R$ 58
mil em 431 animais. Só média deu uma ligeira
subida, passando de R$ de 1.100 para R$ 1.355. O melhor da
Nacional, em Araçcatuba, teve a melhor média:
2.203.
CARACU
Outra
raça que mostrou ano passado desempenho semelhante
ao do ano anterior. Ao todo 343 animais movimentaram R$ 368
mil, resultado em média geral de R$ 1.074. Os núros
foram obtidos em sete leilões apurados pela Rural.
A melhor média veio da Expocorte: R$ 2.793, com 11animais
somando R$ 30.720.
MARCHIGIANA
Mesmo
com uma evolução na média da ordem de
47% a Marchigiana foi uma das raçcas que registrou
em 97 a maior queda no número de animais vendidos,
passando dos 420 de 96 para apenas 252 animais, Vendidos em
12 promoções. A média, que tinha batido
em R$ 1.980 no ano anterior, pulou para R$ 2.931, a mais elevada
entre as raça de menor volume de negócios.
O Leilão particular da Fazenda Tamoio, propriedade
do presidente da associação Antônio Delamuta,
obteve o resultado de maior peso, com 20 lotes rendendo R$
96.800, média de R$ 4.610
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