Na
temporada 94/95, os produtos analisados registraram um valor
de R$ 6,93 bilhôes, em valores de novembro de 1.995,
dos quais R$ 4,78 bilhôes referem-se a vegetais (69%)
e R$ 2,15 bilhões ( 31%) oriundos de produtos animais.
Em comparação á safra 93/94, houve uma
queda de 17%, pois a receita bruta da agricultura paulista
crescerá 17´1% em relação a 92/93,
graças á produção vegetal, que
teve um aumento no valor de 27,9%, compensado a queda de 1,6%
na produção animal. Com esse comparativo, constatase
que a receita da produção agrícola paulista,
em 94/95 foi 2,8% manor que o ano agrícola 92/93, com
a temporada 93/94 registrando o melhor desempenho do setor.
De acordo com o levantamento de Tsuneshirio, dos 32 produtos
analisados, apenas 14 tiveram aumentos de receita bruta em
94/95, com destaque para a melancia ( +174%), mandioca de
mesa (+127,5%), uva fina de mesa (+120,8), banana( +110,9%),
borracha (+ 66,8%) e limão (+ 49,6%). Entre os que
sofreram as maiores quedas de receita, em termos absolutos,
destacam-se o café (R$ 412 milhões), laranja
para indústria ( R$ 269 milhões), tomate de
mesa R$ 222 milhões, feijão R$ 165 milhões
e ovos R$ 165 milhões.
Segundo o agrônomo, as geadas de junho e julho de 94
explicam a grande oscilação da receita bruta
entre 93/94 e 94/95, levando em conta seu efeito sobre o mercado
de apenas um produto, o café. Embora a geada tenha
afetada a produção de café apenas na
temporada seguinte 94/95 provocou altas substancias de preços
na própria safra 93/94. O resultado foi a elevada participação
do produto pelos níveis de produto, e preço,
gerando aumento da receita agropecúaria do estado de
29,5% e queda na produção em 94/95 de 29,10%.
Excluindo o café e a laranja para a indústria,
a queda do valor da produção vegetal, em 94/95,
foi de 6,7% e de 10,2% do total geral.
A receita bruta do conjunto dos grãos, algodão,
amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, sorgo
e trigo, em 93/94, em São Paulo, aumentou 4,6% e na
safra seguinte houve uma queda de 20,7%. O conjunto das frutas
banana, laranja, limão melancia, tangerina e uva, registrou
redução real de 15,8%, em 94/95, depois de um
crescimento de 11,8% na temporada anterior, em relação
á precendente.
Tsuneshiro é categórico ao afirmar que a diminuição
real da receita agropecuária de 94/95 se deve, fundamentalmente,
á queda geral dos preços recebidos produtores
e á suspensão das operações de
crédito rural pelo Banco do Brasil, no pico da colheita
de grãos, apesar do aumento na maioria dos produtos
do país. Em São Paulo, os vegetais cresceram
em índice de quantidade 3,4% em 93/94 e caíram
1,5% na temporada seguinte. A produção agropecuária.
A produção agropecuária total cresceu
1% em 93/94 e 3% na safra seguinte.
O índice de preços dos produtos vegetais caiu
33´1% em 94/95, em termos reais, após um crescimento
de 24% no ano-safra anterior. Os preços dos produtos
animais caíram, em média, 23,2% em 94/95, após
aumento de 1,2%, em 93/94. O índice geral de preços
agrícolas caiu 29,7% em 94/95, após aumento
de 15,6% no período anterior. A exceção
importante, apontanda por Tsuneshiro, está relacionada
com a quebra de 50% na safra do café em 95, devido
á geada de 94, que foi mais relevante que o declínio
do preço do produto. Ainda conforme o agrônomo
do IEA, somente onze dos 32 produtos apresentaram aumentos
reais de preços em 94/95, com altas mais expressivas
para mandioca de mesa, melancia, banana e uva fina de mesa.
Em termos de quedas reais, os destaques ficam com os preços
do algodão, arroz, mandioca para indústria,
milho, tomate para indústria, carne de frango e leite
B. Tsuneshiro enfatiza que, devido á queda da receita
dos demais produtos, a cultura da cana-de-açucar aumentou
sua participação no valor da produção
total da agricultura paulsta, de cerca de 25% nos dois anos
anteriores para mais de 30% em 94/95, visto que teve pequena
perda real nos preços, em virtude dos reajustes aplicados
pelo governo. Em sua pesquisa, Tsuneshiro constatou que alguns
produtos apresentam quedas sucessivas na produção,
entre eles, arroz, banana, café, feijão e limão.
Para outros, o volume de produção mostra crescimento,
como é o caso do algodão, batata, borracha,
cana-de-açucar,cebola, mandioca para indústria,
uva de mesa, carnes bovina, suínas e de frango.
O agrônomo também aponta mudanças na composição
da produção agrícola do estado de São
Paulo, ao assinalar que elas vêm associadas á
intensificação do processo de modernização
do setor e devem-se, basicamente, as substituições
de atividades no grupo dos vegetias e pastagens. Segundo afirma,
há muitos anos a fronteira agrícola paulista
está esgotada, com estimativas de que a área
ocupada por culturas, pastagens e floresta esteja em torno
de 20 milhões de hectares.
Nesse contexto, afirma, a expansão da produção
de uma determinada cultura sobretudo vegetal, somente ocorre
via aumento de produtividade e da área cultivada e,
neste caso, em substituição de outra atividade
menos rentável do ponto de vista econômico, o
que tem acontecido, principalmente, com a área de pastagem.
Tsuneshiro lembra, ainda, que a estabilização
da moeda, aliada á abertura da economia brasileira
ao mercado internacional, expondo diretamente os agricultores
á competização dos produtos estrangeiros,
vem acelerando a modernização dos processos
de produção e comercialização,
além de estimular a substituição das
atividades de menor pelas de maior valor. Nesse aspecto, verifica-se,
em São Paulo, uma expansão das atividades mais
intensivas em capital e menos nos fatores terra e trabalho.
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