Participar
do mercado brasileiro e resolver um antigo problema dos produtores
de leite foram os principais motivos que levaram a Cooperativa
Languiru do município de Teutônia/RS, localizada
no Vale do Rio Taquari, a iniciar um programa pioneiro no
País; a de engorda de terneiros holandeses, os chamados
vitelos.
O programa já está em atividade desde fevereiro
deste ano e pretende abater cerca de 3.800 animais até
o final de 97. Para isto, a Languiru utiliza-se da estrutura
de abate de suínos e aves que possui.
Conforme explica o diretor administrativo da cooperativa,
Renato Kreimeier, o nascimento de um macho dentro do rebanho
leiteiro é um problema na medida em que dificilmente
será aproveitado. Normalmente ele é dado para
outras pessoas, morto ou vendido apreço de nada.
Por outro lado, o Brasil é importador de 30 toneladas/mês
deste tipo de carne, direcionada a mercados tope, como hotéis
e restaurantes de culinária internacional. Concluímos,
então, que se implantássemos um programa de
abate destes machos, estaríamos resolvendo a questão
do aproveitamento deste animal que não seria mais desperdiçado,
rendendo lucros para todos.
Segundo Kreimeier o rebanho total existente dentro da área
de abrangência da cooperativa é em torno de 14
mil vacas, que geram cerca de 5 mil machos, dos quais 3,8
mil serão estabulados neste ano. Ao produtor que vende
o terneiro com 7 dias é pago R$ 20 (R$ 0,50 o quilo),
que equivale ao valor da inseminação.
Este terneiro é repassado a outro produtor que irá
engordá-lo por 70 dias, com um leite especial, rico
em sais minerais e nutrientes específicos para ganho
de peso. Por dia eles ganhavam cerca de 8 litros com o objetivo
de chegar a 100Kg que é o peso mínimo ideal
de abate. Cada invernista recebe no máximo 40 animais
por período e ganhará depois, entre R$ 30 a
40 por terneiro, gerando uma receita, ao final, de R$ 800.
Por enquanto a capacidade da cooperativa para abate está
em torno de 300 animais por semana, mas pode ser aumentada
de acordo com a demanda, pois consta de terneiros em outras
bacias leiteiras. O nosso interesse na produção
desta carne é porque, em termos nutricionais, ela é
considerada branca, ou seja, de baixo teor de colesterol,
produto de excelente colocação no mercado atual,
que tem grandes preocupações com a saúde,
explica Kreimeier.
O dirigente não revela qual o valor pago pelo quilo
da carcaça, mas diz que é bastante compen-sador
o investimento. Já estamos com nossa com nossa produção
colocada no mercado e sabemos que se tivermos mais, toda ela
será vendida, assegura.
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