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                    Embrapa detecta inoculante voltando para gramíneas, 
                    um importante material para os produtores que ainda não 
                    tinham essa opção em culturas importantes, como 
                    milho, arroz e trigo. Produtores de milho, trigo, aveia, sorgo, 
                    arroz, centeio e demais gramíneas já podem contar 
                    com um inoculante para a semeadura destas culturas. Após 
                    cinco anos de pesquisas realizadas pela Embrapa Soja, de Londrina 
                    (PR)  em conjunto com a Universidade Federal do Paraná 
                    (UFPR)  foram selecionadas seis estirpes da bactéria 
                    Azospirillum brasiliense, capaz de melhorar o desenvolvimento 
                    radicular da planta e, consequentemente, potencializar a fixação 
                    biológica do nitrogênio (N). 
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                    Segundo a pesquisa, as plantas inoculadas com a bactéria 
                    tiveram aumentos médios de 25 a 30%, no caso do milho, 
                    em comparação com as não inoculadas. 
                    As pesquisas foram produzidas tanto na Embrapa Soja, como 
                    na UFPR, o que trouxe diferentes rendimentos Como a 
                    bactéria aumenta o poder de absorção 
                    da raiz, vai depender do solo para determinar o grau de desenvolvimento 
                    da planta, por isso que tivemos resultados diferentes entre 
                    as plantações na Embrapa e na universidade, 
                    explica Rubens José Campo, pesquisador de biotecnologia 
                    do solo, da Embrapa Soja, responsável pela pesquisa. 
                    Já no caso do trigo, o incremento ficou entre 8 e 11%. 
                    Não foram realizados testes em outras culturas, mas 
                    segundo Campo, qualquer tipo de gramínea deve se beneficiar 
                    com a bactéria. Entre as seis estirpes, quatro são 
                    mais produtivas para a cultura do milho e quatro para o trigo. 
                    As pesquisas se encerraram em 2004, e as informações 
                    ficaram disponíveis para empresas com interesse em 
                    elaborar produtos comerciais. A Stoller do Brasil foi uma 
                    das que desenvolveu, por exemplo, o Masterfix Gramíneas, 
                    que, segundo a empresa, pode significar a redução 
                    de 50% do uso de nitrogênio químico. 
                    O uso de inoculantes pode aumentar a produtividade e também 
                    diminuir os gastos com fertilizantes, responsáveis 
                    por boa parte dos custos do agricultor, já que são 
                    compostos por cerca de 70% de nitrogênio. Dependendo 
                    da cultura, os gastos com o produto podem representar até 
                    40% dos custos totais com a lavoura. Estima-se, que o inoculante 
                    pode resultar em uma economia de até 1 bilhão 
                    de dólares por safra, considerando 13 milhões 
                    de hectares (ha) cultivados. Apesar dos números, os 
                    pesquisadores não esperam que os produtores substituam 
                    fertilizantes por inoculantes, já que o uso combinado 
                    pode trazer maiores níveis de produtividade. 
                    Pesquisas mostram que, ao usar o inoculante, pode reduzir 
                    em 50% o uso de fertilizantes para se manter a produtividade. 
                    Com isso, o produtor pode escolher se prefere diminuir o custo 
                    de produção ou se prefere manter a quantidade 
                    de fertilizantes e aumentar a produtividade. 
                    O nitrogênio é o principal nutriente na maioria 
                    das culturas, como no milho, que extrai cerca de 217 kg de 
                    nitrogênio por ha. O nitrogênio é 
                    fundamental para o desenvolvimento da planta, sem ele, não 
                    adianta ter todos os outros nutrientes e micronutrientes em 
                    quantidades suficientes. Sem o N, a planta não desenvolve 
                    tudo o que poderia, explica Campo. 
                    Ao inocular sementes, o produtor está realizando um 
                    processo que mantém a lavoura classificada como orgânica, 
                    o que significa que o produto é uma ótima ferramenta 
                    aos produtores do ramo, que têm dificuldade de encontrar 
                    produtos para aumentar a produtividade. 
                  Meio 
                    Ambiente 
                   
                    Além de ser um produto considerado natural e contribuir 
                    com o meio ambiente, ele ajuda a diminuir o uso de fertilizantes, 
                    que pode ser um grande inimigo da natureza ao ser mal utilizado. 
                    Isso se deve ao nitrato, elemento resultante do produto. O 
                    nitrato é o vestígio dos adubos químicos 
                    e acaba chegando ao lençol freático, contaminando 
                    a água e o solo da região quando usado em excesso. 
                    O uso abusivo de fertilizantes é responsável 
                    por parte das emissões de gás carbônico 
                    (CO2) no planeta. O excesso de fertilizantes provoca a emissão 
                    de óxido nitroso (N2O), que é 300 vezes mais 
                    forte que o CO2, em relação a mudança 
                    climática. O Brasil não tem problemas com o 
                    uso excessivo do produto, diferentemente como no caso da China, 
                    já que o governo daquele país subsidia o produto 
                    buscando incentivar a produtividade agrícola, o que 
                    resulta em uso abusivo pelo produtor e na degradação 
                    do meio ambiente. 
                    O produto Maxterfix já está sendo comercializado 
                    a R$ 10,00 dose/hectare, e a empresa tem capacidade para produzir 
                    300 mil doses por mês. Ele é vendido na forma 
                    líquida e sólida. Os pesquisadores alertam para 
                    a aplicação e manuseio do produto, já 
                    que se trata de microorganismos vivos. O produtor deve 
                    tomar todos os cuidados que se toma na inoculação 
                    da soja, por exemplo. O sol, a umidade, e o prazo entre a 
                    aplicação e a semeadura devem ser muito bem 
                    observados pelos agricultores, comenta o pesquisador. 
                    Além dessa pesquisa, a Embrapa continua estudando o 
                    assunto em busca de novos inoculantes. No momento, temos 
                    ensaios sob condições controladas e de campo 
                    onde 60 estirpes pré-selecionadas estão sendo 
                    avaliadas como candidatas a inoculantes, além da participação 
                    da Embrapa Milho e Sorgo em rede de ensaios de testes de inoculantes 
                    formulados pela Embrapa Agrobiologia, comenta o pesquisador 
                    Ivanildo Evódio Marriel, da área de eficiência 
                    de uso de nitrogênio da Embrapa Milho e Sorgo. 
                   
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