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                   Sem 
                    as grandes montadoras de máquinas, pouco público 
                    e uma renda de negócios baixa, a 16ª edição 
                    de uma das feiras mais importantes para o País teve 
                    de amargar a síndrome de um mundo em recessão. 
                    Dos 775 expositores esperados inicialmente, a Agrishow 2009, 
                    fechou com 725, numa área 240 mil m². E o público 
                    visitante, desavisado, que só apareceu em peso nos 
                    últimos dias da feira, ainda procurava, em vão, 
                    pelas grandes montadoras de máquinas agrícolas, 
                    que deixaram de participar neste ano em função 
                    da crise. Fato que fortaleceu, de certa forma, os negócios 
                    das pequenas montadoras e o desempenho no setor de implementos 
                    agrícolas. 
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                    Programas como o Mais Alimentos, do governo federal, e o Pró-Trator, 
                    do governo do estado de São Paulo, ajudaram a impulsionar 
                    os negócios. Esses dois programas funcionam como uma 
                    ferramenta de financiamento de máquinas, implementos 
                    e insumos agrícolas para os agricultores familiares. 
                    A Tramontini tratores, que está inclusa no programa 
                    do Mais Alimentos, foi a que registrou os melhores resultados 
                    em relação ao Agrishow de 2008. De acordo com 
                    o gerente comercial da empresa, Júlio César 
                    Cercal, o índice foi 40% superior. Das máquinas 
                    levadas até Ribeirão Preto, nenhuma ficou para 
                    contar história  todas vendidas. Sem a 
                    presença das grandes montadoras, tivemos a oportunidade 
                    de apresentar melhor o nosso produto e, com isso, fechar negócio, 
                    declara. 
                  Demonstrações 
                    de campo 
                   
                    Com o objetivo de apresentar as máquinas e implementos 
                    agrícolas em ação, seja no plantio, na 
                    colheita ou mesmo no trato com o solo, a feira organizou uma 
                    série de demonstrações tanto para produtores 
                    familiares como para industriais. As grandes vedetes não 
                    estavam  o que deu espaço, novamente, para as 
                    pequenas montadoras mostrarem a que vieram para a feira. O 
                    produtor de cana e água ardente, de Juruaia (MG), Ilton 
                    José Bueno, estava presente na apresentação 
                    de uma colhedora de cana. Minha intenção 
                    é ver de perto o que tem de tecnologia aqui na feira 
                    e ver se eu consigo fechar negócio, e levar uma para 
                    eu usar na minha propriedade, declara. 
                    Já para o engenheiro agrônomo, Paulo Abreu, que 
                    representa uma empresa americana de pulverizadores e implementos 
                    agrícolas, essas demonstrações servem 
                    de referencial sobre como está o nível de tecnologia 
                    das empresas brasileiras. Há 10 anos, Abreu acompanha 
                    a Agrishow e defende a participação dos produtores 
                    nessas dinâmicas, para conferir o que há de lançamento, 
                    novas tecnologias, novos processos de preparo de solo, além 
                    de softwares que são usados pelo maquinário 
                    agrícola. Ao longo de todos esses anos, uma das 
                    grandes coisas que tenho visto, com a adequação 
                    das feiras, é que os próprios fabricantes passaram 
                    a melhorar a qualidade de seus produtos, tanto na questão 
                    de acabamento de solda, como em termos de qualidade de pintura, 
                    destaca. 
                    Entre as práticas e dinâmicas apresentadas, os 
                    visitantes puderam conferir tecnologias voltadas para colheita, 
                    plantio mecanizado, preparo de solo, pulverização, 
                    entre outras técnicas direcionadas às culturas 
                    de cana-de-açúcar, feijão, milho e produção 
                    de pastagem. 
                  Saldo 
                    negativo 
                   
                    O mundo em recessão e a situação do setor 
                    de máquinas brasileiro seriam mais do que suficientes 
                    para dizer que qualquer resultado na Agrishow seria ótimo. 
                    Nesse sentido foi aberta coletiva a jornalistas, no segundo 
                    dia do evento. A primeira notícia: o mercado de exportação 
                    de máquinas agrícolas fechou o primeiro trimestre 
                    do ano com uma queda 44% em relação ao mesmo 
                    período no ano passado. De acordo com a análise 
                    de Luiz Aubert Neto, presidente da Associação 
                    Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos 
                    (Abimaq), a crise fez com que países estrangeiros reduzissem 
                    drasticamente os valores das máquinas agrícolas, 
                    produzidas por eles, o que prejudicou o Brasil no desempenho 
                    de vendas. 
                    A segunda notícia, para fechar o saldo negativo brasileiro: 
                    a apresentação um estudo de 10 anos, desenvolvido 
                    pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
                    (IGBE), no qual relacionava a taxa de investimento no setor 
                    industrial de máquinas. O Brasil ficou 1,8 ponto porcentual 
                    abaixo da média dos países da América 
                    Latina, com 16,9%. No mundo, a média ficou em 23,7%. 
                    Em termos de vendas, o presidente da Abimaq acredita na recuperação 
                    gradual nos próximos meses. Chegamos no fundo 
                    do poço em março, e a tendência é 
                    melhorar daqui para frente, acredita. Já no setor 
                    da indústria, Aubert diz que está nas mãos 
                    do governo em melhores políticas para o setor, nos 
                    quesitos disponibilidade de crédito e, principalmente, 
                    tributação  o que onera a produção 
                    brasileira e a torna sem competitividade no mercado externo. 
                  
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