As
aplicações de fertilizantes juntamente com a colheita, são
os dois fatores que atualmente mais oneram o custo de produção do
milho. Por essa razão a adubação é uma prática
que deve ser levada a efeito sob uma orientação segura.
A base para essa orientação é a análise química
do solo e as demais informações sobre a gleba, contidas no questionário
enviado ao laboratório, juntamente com a amostra de terra. Cada gleba de
terra, conforme a análise, o tipo de solo e o seu uso atual, constitui-se
num caso particular para recomendação de uma adubação
racional, razão pela qual não se deve indicar uma fórmula
geral.
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A adubação da cultura de milho é feita normalmente em duas
fases:a adubação básica e a adubação nitrogenada
em cobertura. A adubação básica NPK é aplicada no
sulco, via de regra, concomitantemente à operação de semeadura.
Nessa ocasião aplica-se a dose total recomendadas de fósforo e potássio
e apenas 1/4 a 1/3 da dose total de Nitrogênio.
Deve-se tomar cautela
para que os fertilizantes fiquem fora de contato com as sementes, para que não
haja perigo de prejudicar a germinação. A posição
ideal do fertilizante em relação às sementes no solo é
que fique ao lado e pouco abaixo das mesmas. A aplicação de Nitrogênio
em cobertura deve ser processada aos 35 dias após a germinação
e preferivelmente após um dos cultivos, para que o fertilizante não
venha a beneficiar ervas daninhas existentes no terreno, em prejuízo das
plantas de milho. Um outro ponto de referência para a aplicação
do fertilizante nitrogenado em cobertura, é quando as plantas estejam a
altura dos joelhos.
Tanto na aplicação da adubação
básica como em cobertura o fertilizante deve ser distribuído mais
homogeneamente possível e na dosagem correta. Para isso há necessidade
de regular com exatidão as adubadeiras.
Esse equipamento quer
seja de tração animal ou motora, só fica bem regulado quando
o teste é feito em condições de trabalho, sobre a terra que
vai ser trabalhada. Para isso o lavrador primeiramente faz uma regulagem grosseira,
depois com o recipiente devidamente cheio de adubo, percorre uma determinada distância,
50m, por exemplo, no próprio terreno, como se estivesse realmente semeando
e adubando, tendo o máximo cuidado de fechar a saída do adubo, próximo
ao solo, com um saquinho plástico.
Percorrida essa distância
previamente marcada, retira-se o saco plástico e pesa-se, verificando,
posteriormente, se a quantia de adubo que caiu, confere com a quantia que deve
ser distribuída por metro de sulco. Se cair demais ou de menos, por tentativa,
deve repetir essa operação até que a quantia caída
seja a recomendada. Esse trabalho feito em terreno firme, sobre piso ladrilhado
ou girando a roda motora da adubadeira quando levantada, nunca dá a regulagem
exata que se obtém quando se efetua essa tentativa sobre o próprio
terreno e nas condições que se apresenta, condições
essas reais de trabalho. O evidente que dá um pouco mais de trabalho, mas
compensa.
É conveniente que de vez em quando a regulagem seja
conferida, pois pode haver alteração principalmente com as mudanças
do estado de umidade do solo, condições de preparo do mesmo e também
por variações de umidade e estado de agregação do
fertilizante.
Quantos aos resultados da adubação química
em termos de aumento de produção, de modo geral há uma resposta
positiva, mas é conveniente que o lavrador não despreze o aspecto
econômico dessa prática, pois nem sempre a maior produção
é a mais econômica, ou seja, a que dá mais lucro. As recomendações
de adubação devem levar em consideração não
só as exigências da planta e do solo, mas também o fator econômico
dessa prática, e os resultados obtidos em condições de grandes
culturas no Estado de São Paulo, comprovam que a adubação
feita segundo as recomendações técnicas, via de regra, dão
resultados econômicos altamente compensadores.
Finalmente outro
aspecto importante sobre adubação e que tem grande significado no
aumento de produção é relativo à matéria orgânica.
É notadamente sabida a deficiência de matéria orgânica
na grande maioria de nossos solos. Qualquer adição de matéria
orgânica quer seja através da adubação verde, esterco
de curral, de galinha, etc., obtém-se respostas altamente significativas.
Nota-se em geral, grande desperdício de tão valioso material
nas nossas fazendas, razão pela qual faz-se um alerta aos lavradores que
procurem racionalmente levar esse material aos campos de cultura, ao invés
de perdê-lo por simples abandono. |