AGRONEGÓCIO - CAVALO GALOPA RUMO AO DESENVOLVIMENTO
rev 102 - agosto 2006

O Estudo do Complexo do Agronegócio Cavalo mostra que a eqüinocultura tem ganhado espaço no Brasil e revela a verdadeira amplitude econômica e social desta atividade. “Foi constatado que o agronegócio cavalo tem um enorme potencial de crescimento no país”, diz o vice-presidente executivo da Confederação da Agricultura e pecuária do Brasil (CNA) e presidente da Comissão Nacional do Cavalo, Pio Guerra. “Hoje, o agronegócio cavalo movimenta quase R$ 7,5 bilhões por ano”, afirma.

A pesquisa – encomendada pela CNA à Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP) – coloca o Brasil como “o terceiro maior rebanho de eqüinos do mundo”, diz o vice-presidente da CNA. Segundo ele, o Brasil possui 5,9 milhões de cavalos. A China fica em primeiro lugar no ranking com 7,9 milhões e o México vem em seguida com 6,3 milhões de cabeças. Além disso o país é o quinto maior exportador líquido de carne de cavalo do mundo.

O Complexo do Agronegócio Cavalo oferece mais de 3 milhões de empregos diretos e indiretos. Os medicamentos veterinários e as rações movimentam, juntos, cerca de R$ 107,5 milhões. “Apenas 360 mil animais consomem ração industrializada enquanto 250 mil utilizam medicamentos veterinários”, conta Guerra. De acordo com o estudo os medicamentos veterinários movimentam em torno de R$ 54 milhões de reais.

Estado de alerta

Elaborou-se, a partir dos resultados da pesquisa, uma agenda propositiva a fim de melhorar alguns pontos do setor. “Há poucas iniciativas de marketing principalmente em relação a esportes e criação”, conta Pio Guerra. Segundo ele, é necessário buscar patrocinadores e maior espaço nos canais de comunicação de massa. “Precisamos buscar espaço junto aos meios de comunicação e sensibilizar outros setores do Complexo para investirem no segmento”, comenta.

Além do baixo apoio às atividades específicas de eqüinocultura, é preciso ter, também, um maior controle sanitário dos criadores de animais para lida. O número nada significativo de profissionais e a falta de qualificação nas áreas de casqueamento e ferrageamento são pontos críticos que também precisam ser melhor estudados. “Para isso tentaremos incentivar o aumento do número de ferradores e criar novos cursos de formação e capacitação profissional”, responde Guerra.

Problemas como a falta de acesso a linhas de crédito, custo elevado e entraves operacionais nas exportações e importações de animais vivos e a revitalização dos jockeys clubs e do turfe são alguns dos muitos pontos fracos do agronegócio cavalo. No entanto, pode-se dizer que o estudo realizado mostra um grande avanço do setor e auxiliará na descoberta de soluções para os problemas, até então, desconhecidos.


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