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                    Considerando que a idade de abate é um dos principais 
                    componentes da qualidade da carcaça, toda e qualquer 
                    atitude que propicie um bom desenvolvimento, explorando as 
                    capacidades zootécnicas dos animais, estará 
                    propiciando também a redução da idade 
                    de abate e dessa maneira, aumentando a qualidade do produto 
                    final. Dentre todos as perdas no processo de produção 
                    de carne a pasto, os parasitos, sejam eles vermes, moscas, 
                    carrapatos, bernes entre outros são os maiores depravadores 
                    do capital do pecuarista. 
 Pensando nesses prejuízos diversos estudos têm 
                    sido delineados em todas as regiões do Brasil, no intuito 
                    de reduzir esse danos e estabelecer os programas integrados 
                    de controle e combate desses parasitos, otimizando a produção 
                    reduzindo a idade de abate, com uma carcaça bem desenvolvida 
                    e com cobertura de gordura adequada. Além desses fatores 
                    a redução da idade de abate aumenta o giro do 
                    capital, maior desfrute e retorno econômico do sistema 
                    de produção. A sobrevivência dos vermes 
                    (sejam eles nematóides, trematódeos ou cestódeos) 
                    e dos ectoparasitos (carrapatos, moscas e bernes) é 
                    dependente de condições intrínsecas aos 
                    animais parasitados (idade, raça, tipo de exploração), 
                    aos próprios parasitismo, ciclo de vida, resistência 
                    ás condições adversas, entre outros) 
                    e ao meio ambiente temperatura, umidade, tipo de solo pastagem. 
                    Com a seca, que atingem a maioria dos estados brasileiros, 
                    em coincidência com a queda das temperaturas (inverno), 
                    a sobrevivência desses parasitos fica diminuída 
                    nessa época do ano. Dessa maneira, a carga parasitária 
                    ambiental fica reduzida nessa época, sendo o organismo 
                    animal a única chance de sobrevivência parasitária. 
                    Quando pensamos em vermes, é nessa época também 
                    que os prejuízos a economia animal ficam exacerbadas 
                    devido á somatório de efeitos negativos sobre 
                    o animal, ou seja, a reduzida condição nutricional 
                    aliada á espoliação causada por esses 
                    parasitos. Já na época das águas, que 
                    coincide com as temperaturas mais altas do ano, o desenvolvimento 
                    e sobrevivência desses organismos aumenta, crescendo 
                    assim as chances de infecção nos animais. É 
                    nessa época que os ectoparasitos causam os maiores 
                    prejuízos á economia animal.
 
 Sendo assim as medidas de controle devem ser tomadas no o 
                    intuito de reduzir esses prejuízos, atacando os parasitos 
                    na época correta, ou seja, quando eles estão 
                    mais vulneráveis as medidas de tratamento, como aplicação 
                    de vermífugos, banhos carrapaticidas, aplicações 
                    de produtos pour-on entre outros.
 Quando pensamos nos vermes, diversos são os mecanismos 
                    de lesão a integridade animal, sendo o hematofagismo, 
                    lesões nas mucosas, absorção de nutrientes 
                    os principais. Devido a esses mecanismos, os animais deixam 
                    de aproveitar todos os nutrientes ingeridos, assim como perdem 
                    muitos outros na forma de tecido e células lesadas. 
                    Lembrando que esses prejuízos não são 
                    levados em conta pelos produtores pois são de difícil 
                    mensuração e não visualização.
 
 O controle dos vermes nas diversas faixas etárias de 
                    bovinos de corte, quando corretamente efetuado trazem retorno 
                    econômico, na forma de maior desenvolvimento corpóreo. 
                    Para bezerros vermifugados antes da desmama resultou em ganhos 
                    de 22,5 kg, quando comparados com animais não tratados. 
                    Para animais de recria, que é a faixa etária 
                    de maior susceptibilidade aos prejuízos, o controle 
                    adequado chega a representar um incremento em peso de mais 
                    de 50% kg ao abate, além de evitar mortalidades de 
                    até 10% com tem sido observada em locais onde não 
                    existe qualquer tipo de controle.
 
 No caso de carrapatos, a espoliação de sangue, 
                    transmissão de enfermidades, como a tristeza parasitária 
                    bovina, inoculação de toxinas e depreciação 
                    do couro representam a pecuária nacional um prejuízo 
                    superior a um bilhão de dólares anualmente, 
                    não inclusos nesses números os prejuízos 
                    indiretos como mão de obra para seu controle, assim 
                    como os custos de instalações banheiros, equipamentos 
                    de pulverização e compra de carrapaticidas.
 
 Já a mosca-dos-chifres, Haematobia irritans, presente 
                    no Brasil desde o início da década de 1980, 
                    e atualmente distribuída em todas as regiões 
                    do país, tem a necessidade de predar o animal varias 
                    vezes ao dia, devido a sua grande necessidade de sangue, dessa 
                    maneira picando o animal durante o dia todo. Além de 
                    sugar, o incomodo permanente não deixa com que os animais 
                    se alimentem. Diversos trabalhos têm quantificado os 
                    prejuízos desse parasito. Cargas de 120 moscas/animal 
                    reduziram a média de ganho de peso diário em 
                    90 gramas e 40 gramas com animais de engorda e bezerros respectivamente.
 
 Quanto ao berne, sua ação principal se dá 
                    pela perfuração do couro e incomodo ao animal. 
                    O parasitismo por 20 a 40 bernes reduz o ganho de peso em 
                    até 14% e peles com 10 a 20 perfurações 
                    reduzem o seu valor em até 40%, o o que para o Brasil 
                    representa prejuízos da ordem de 36 milhões 
                    de dólares ano.
 
 Pensando em vermes, devemos atacá-los no animal, quando 
                    a sua sobrevivência no meio estiver reduzida, ou seja, 
                    no trimestre mais seco do ano, que conforme colocado anteriormente, 
                    em mais de 70% do país seriam nos meses de maio a setembro. 
                    Sendo assim a utilização de sistemas de tratamento 
                    antiparasitários estratégicos, ou seja, a utilização 
                    vermifugações nas épocas onde três 
                    aplicações em maio, julho e setembro. Em estudos 
                    realizados no Brasil central, pela EMBRAPA, a utilização 
                    de vermífugos nessas épocas incrementaram o 
                    peso em 20 quilos durante a seca e na estação 
                    das águas seguinte um outro ganho adicional de 22 quilos, 
                    quando comparados com animais não tratados, o que justifica 
                    economicamente os tratamentos.
 
 O ideal no controle de ectoparasitos também seria atacá-los 
                    quando a sua sobrevivência no ambiente é baixada, 
                    prevenindo sua multiplicação no início 
                    das águas (verão), ou seja, fazer pelo menos 
                    três aplicações no início das águas 
                    com intervalos entre 14 a 21 dias e após essa aplicação 
                    transferir os animais para pastagens livre. Dessa maneira 
                    os meses que seguem são de grande importância 
                    para o controle dos prejuízos, escolhendo os princípios 
                    ativos adequados, consultando sempre um técnico que 
                    possa ajudá-lo no programa melhor para cada região.
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