O
Sindicato Nacional da Indústria de Produtos Para Defesa
Agrícola (Sindag) e a associação Nacional
dos Distribuidores de Defensivos Agrícolas (Andav)estão
retomando uma campanha contra a pirataria de agrotóxicos
cuja primeira fase,encerrada no início deste ano, produziu
efeitos "excepcionais", segundo as entidades. Agora,
ambas voltam a abordar na mídia os diversos riscos
a que se expõe quem vende e/ou utiliza agrotóxicos
ilegais (contrabandeados, falsificados ou roubados). O alerta
será dado, sobretudo,por meio da divulgação
de ações policiais na repressão a esses
delitos.
Ao fazer um balanço dos resultados da campanha anterior,
que permaneceu no ar por um período de aproximadamente
seis meses, Sindag e Andav enfatizaram que quase 2000 quilos
de produtos ilegais foram apreendidos pela polícia,
em municípios de seis estados brasileiros: Paraná,
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul e Goiás. Segundo disseram as entidades, em nota
divulgada há pouco, trata-se de um ótimo começo,
sem dúvida, mas pouco ainda perto do que representam
o contrabando, a pirataria e o roubo, atualmente, no mercado
de agrotóxicos. Essas regiões voltam a ser o
alvo prioritário com a nova campanha, além do
estado de Minas Gerais, este mais por sua importância
econômica. Com exceção de Minas, foi nas
demais áreas que se apurou o maior número de
denúncias de utilização e venda de agrotóxicos
ilegais encaminhadas através do Disque-Denúncia
0800 940 7030.
Garantia
de anonimato
De
acordo com o Sindag e a Andav, o Disque-Denúncia absorve
até o momento mais de 1000 ligações.
Por conta disso, vários inquéritos policiais
foram abertos (as associações não dispõem
de números exatos, por ser tratar de informação
sob guarda de autoridades construídas). Sabe-se, no
entanto, que dezenas de processos estão em andamento,
diz a nota que acabam de divulgar. A expectativa para este
ano é no mínimo dobrar o número de denúncias
encaminhadas ás autoridades, destaca o texto. As duas
entidades asseguram o anonimato dos denunciantes e informam
que o sistema do Disque - Denúncia não utiliza
aparelhos do tipo identificador de chamada ou bina.
No ano 2002 houve registros de apreensões de agrotóxicos
ilegais, em volume significativos, no municípios de
Corbélia (PR), palmeiras das Missões (RS) e
Rondonópolis (MT), entre outros. Agricultores, revendedores
e distribuidores de agrotóxicos e até engenheiros
agrônomos suspeitos de envolvimento com esses produtos
foram convocados para prestar depoimentos em diversas delegacias
do País. Os nomes dessas pessoas são mantidos
em sigilo, mas a direção do Sindag calcula em
torno de uma centena o número de suspeitos já
intimados pelas polícias em pelo menos 40 diferentes
localidades.
A campanha anterior produziu resultados formidáveis,
acima do esperado, afirma o texto do comunicado. A polícia
está agindo com rigor e os indicadores de comercialização
de agrotóxicos reportados pelas empresas associadas
ao Sindag sinalizam que o agricultor que havia aderido aos
produtos ilegais está, em tese, voltando á legalidade,
complementa. É preciso continuar mostrando ao campo
que o contrabando só beneficia o contrabandista.
Ibama
assusta
O
prejuízo estimado pela Sindag, em relação
ao montante que se deixa de arrecadar anualmente tributos
federais, inclusive por conta da movimentação
dos agrotóxicos pirateados e contrabandeados é,
atualmente, da ordem de US$ 20 milhões. Com isso, a
indústria limita a abertura de novos postos de trabalho
e se vê obrigada a reduzir investimentos, em virtude
da perda constante de receitas, observa a nota.
A Andav adianta que entre os efeitos mais representativos
da campanha anterior está uma grande conquista: a ação
do Ibama no combate á circulação dos
agrotóxicos ilegais, uma vez que o órgão
ambiental do Governo Federal empreendeu, do ano passado até
maio último, uma série de operações
de buscas por produtos do gênero junto a propriedades
rurais e estabelecimentos comercias das regiões do
Cerrado e dos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul.
Resultado: multas no valor próximo a R$ 1 milhão
foram lavradas e assustaram agricultores e revendas flagrados
pela fiscalização. Queremos crer que o Ibama
estenderá essas operações a outras regiões
visadas pelo contrabando, afirma a nota.
A
força da mídia
A
nova campanha assinada pelo Sindag e pela Andav começou
a ser veiculada nos últimos dias. As peças de
comunicação, com versões para TV, rádio,
outdoor, anúncios (jornais e revistas) e Internet,
além de material de apoio, trazem mensagens de advertência
no tocante ás consequências do uso de agrotóxicos
ilegais. Ênfase especial foi dedicada á ação
das polícias e do Ibama, por exemplo. Essa estratégia
também é um meio de expressar publicamente nosso
agradecimento ás autoridades policiais, ambientais
e sanitárias pelas primeiras vitórias colhidas
no combate ao agrotóxico ilegais, enfatiza a nota das
entidades. Sindag e Andav disseram ainda que o apoio que as
duas entidades receberam da Imprensa durante a campanha anterior
foi decisivo para o sucesso alcançado. Ambas se comprometem
a transmitir, em tempo real, a toda e qualquer nova informação
resultante da campanha 2003. Não teríamos chegado
aonde chegamos se a impresa não tivesse desempenhado
um papel ativo para infor-mar o campo, conclui a nota.
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