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AVE GANHA MERCADO E NOVOS ADEPTOS
rev 68 - agosto 2003

Segundo Marcelo Kornfeld responsável pelo departamento técnico da Associação dos criadores de Avestruzes do Brasil (ACAB), hoje já são mais de 1500 criadouros espalhados por praticamente todos os estados do país, e a população de animais já ultrapassa as 150 mil aves registradas.

A entidade criada no ano de 1996 sempre teve como preocupação racionalizar o sistema de criação de avestruzes no país. O trabalho em parceria com os princpais órgãos federais busca desenvolver uma legislação própria para atividade. Kornfeld conta que a estrutiocultura no Brasil até alguns anos não possuía um estatuto próprio que regulamenta-se suas ações de forma específica. A ave fazia parte do estatuto de leis do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), clasificada como uma ave exótica. Por esse motivo o criador para conseguir qualquer liberação junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento ( Mapa), tinha de enfrentar uma série de burocracias.

A partir de 2002 com o enquadramento do avestruz na instrução normativa nº a comercialização tornou-se uma atividade mais viável, porém o estrutiocultor ainda era mais viável, porém o estrutiocultor ainda era viável, porém o estrutiocultor ainda era muito carente de um conjunto de leis próprias da atividade, oferecendo a ele uma autonomia de gerenciamento maior do seu negócio.

O responsável técnico da ACAB falou ainda sobre o 5º Congresso Brasileiro de Estrutiocultura a realizar-se nos dois dias 20 a 22 de novembro, no Centro de Eventos do Pantanal em Cuiabá (MS). O tema principal deste ano explica o técnico está relacionado as perspectivas de criação de avestruz e seus produtos para o mercado brasileiro e mundial. O evento deve contar com a participação de pelo menos 400 convidados, Técnicos e criadores do Brasil e também do exterior. Serão apresentados vários trabalhos científicos abordados diferentes temas ligados a cadeia produtiva.

Um dos assuntos em voga atualmente entre os estrutiocultores brasileiros é a hospedagem de avestruzes, realizadas em sua maioria por criadores que possuem uma infraestrutura com máquinas e equipamentos que possibilitam aos pequenos criadores da cadeia usarem desses recursos para viabilizar seu negócio. Segundo Mauro Branco proprietário da Primave Pontocom Avestruzes, empresa localizada na cidade de Piracaia (SP), a hospedagem é uma atividade de prestação de serviços e consiste no alojamento de aves de terceiros. O criador assina um contrato de prestação de serviços confiando seus animais para posterior criação nas dependências de sua empresa. A hospedagem existe principalmente para atender o investidor que quer participar do agronegócio e não possui terra ou condições para viabilizar seu criadouro. O processo pode ser realizado, desde os criadores que pretendem fazer a incubação seus ovos, podendo se estender até o momento da retirada dos animais, já adultos para a propriedade do dono.

O criador diz que as vantagens de se utilizar desse recurso, é que a estrutiocultura é uma atividade relativamente nova no país e os criadores de avestruz ainda enfrentam uma série de dificuldades com formação de estrutura na propriedades. Existem alguns gargalos na criação como os problemas relacionados a infertilidade dos ovos, a falta de estrutura para incubação e criação dos filhotes. Problemas que segundo o criador, ainda causam perdas substanciais a produção em muitas regiões do país. Uma das vantagens que nos possibilita manter o negócio, é primeiro por contar com uma estrutura própria e outro fato que contribui é que nós já vivemos da estrutiocultura.

A estrutura conta com mão de obra especializada formada por veterinários e os preços cobrados em média podem variar entre R$ 1,50 e R$ 2,00 por ave/ dia, dependendo da idade e quantidade de animais a serem hospedados. Branco explica que estes valores cobrem custos com estadia dos animais, alimentação e assistência veterinária. O tempo que demanda para o criador recuperar o capital investido na criação de avestruz depende da variação de alguns fatores ligados a estrutura da propriedade além de questões mercadológicas. Se o Brasil se firmar como um exportador de produtos do avestruz o retorno pode surgir a partir do segundo ou terceiro ano após a implantação.

Outro mercado que apesar de ainda ser pouco explorado, vem apresentando um potencial comercial bastante grande dentro da estrutiocultura é o da exploração dos sub-produtos derivados do avestruz. Roseli Oliveira presidente da Plumabel empresa que atua no comercio de plumas de avestruz diz que a infinidade de produtos manufaturados que podem ser feitos através da exploração desta ave está chamando a atenção das indústrias que atuam em outros segmentos. A pluma do avestruz utiliza como adereço em fantasias de carnaval ou pela indústria de confecção vem se mostrando um a vertente muito boa para o criador que pretende se especializar dentro da atividade. O Brasil ainda importa quase a totalidade das plumas que são comercializadas no mercado interno. São necessárias para suprir essa demanda interna, que é formada principalmente pelo carnaval e pelas festas regionais realizadas ao longo do ano, nos quatro cantos do Brasil, são importadas de países como África do Sul e EUA todos, uma média de 15 a 2 toneladas de plumas. Esse produto adentra o mercado brasileiro a um custo médio que varia de R$ 20 a R$ 280 o quilo do produto in-natura, dependendo da do tipo e da qualidade da pluma explica.

Segundo a diretora presidente da Plumabel que também é criadora, a pluma é um dos subprodutos do avestruz que precisa ser melhor aproveitado pelos custos operacionais com as aves. Roseli observa que os animais possuem um ciclo produtivo entre os 3 e 12 anos, com garantia de qualidade do produto e que um animal adulto pode render de 1 Kg. a 1,2 Kg. de penas curtas e entre 400 e 450 grams de plumagens longas dependendo do sistema de manejo, conclui.


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