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cada dia maior o número de opções de dispositivo que favorecem 
um melhor desempenho na conversão alimentar. Parceiros de alimento, eles 
possuem diversas origens e princípios de ação no organismo 
animal. 
 A utilização da tecnologia no processo de produção 
pecuária é hoje uma prática cada vez mais presente no dia-a-dia 
das propriedades rurais brasileiras. A busca de produtividade no campo está 
obrigando o pecuarista a adequar-se a esse modelo de produção globalizado. 
Hoje é consenso no meio pecuário que a nutrição animal 
é um ponto extremamente importante nesse processo de produção 
de carne que prioriza não somente o volume de produção, mas 
a qualidade do produto que vai chegar a mesa do consumidor final. a preocupação 
dos pecuaristas brasileiro da necessidade de mineralizar o rebanho para aumento 
do potencial produtivo é crescente. De acordo com técnicos da embrapa 
em algumas regiões do país esse percentual atinge até 60% 
dos animais recebendo algum tipo de suplementação mineral.
 
 Essa busca crescente por produtividade no setor pecuário está obrigando 
as empresas que atuam no segmento a oferecer um leque cada vez mais diversificado 
de ferramentas para que o produtor rural possa agregar novas ações 
para conseqüente aumento de produtividade. Existem atualmente no mercado 
uma série de produtos que auxiliam no processo de conversão, alimentar 
atuando diretamente na flora ruminal do animal estimulando a liberação 
dos nutrientes oriundos da alimentação. Esses produtos são 
classificados como aditivos alimentares que atuam direto nas bactérias 
e protozoários que vivem no interior do rumem promovendo um controle da 
flora ruminal potencializando a absorção de energia produzida no 
processo de digestão alimentar. De acordo com o diretor técnico 
da Premix Saúde Animal Lauriston Carvalho Fernandes o processo de digestão 
dos bovinos ocorre basicamente no rumem e sua realização é 
através de um processo de fermentação do alimento ingerido 
causado por grupos de bactérias e protozoários que vivem na flora 
ruminal.A finalidade desses estimuladores de digestão é basicamente 
promover esse controle da energia produzida no processo de digestão diminuindo 
eventuais perdas de energia por gases resultantes desse processo.
 
 O diretor técnico da Premix conta que existem no mercado uma gama variada 
de produtos que em tese são fundamentados para o mesmo fim, mas com particularidades 
inerentes em suas composições. São ácidos graxos essenciais, 
probióticos, entre outros produtos que auxiliam o produtor de carne e leite 
potencializar seus resultados. Para Fernandes o que precisa é uma maior 
participação por parte do governo federal no sentido de controlar 
a entrada desses produtos no mercado. É preciso que os órgãos 
de pesquisa ligados ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento 
como Embrapa e Instituto de Zootecnia continuem realizando auditorias junto ás 
empresas no sentido de garantir ao produtor rural, produtos com procedência.
 
 Ionofro por exemplo é uma categoria de aditivo alimentar que 
tem como princípio ativo a monensina sódica, extraída 
de cepas de bactérias que atuam inibindo o crescimento microbiano no rumem 
do animal. De acordo com o gerente de produtos da Elanco Saúde Animal, 
José Roberto Peres o Ionofro é uma molécula que possui 
afinidade por íons atuando no favorecimento do transporte desses íons 
através da membrana celular. Sua forma de atuação é 
agindo nas bactérias que vivem no interior da flora ruminal, injetando 
no interior da célula uma quantidade de íons acima da capacidade 
normal. Isso obriga a bactéria gastar todas as suas energias realizando 
o processo contrário de remoção de íons. Desta forma 
a bactéria chega ao final do seu ciclo de vida sem realizar a sua reprodução. 
Isso segundo o técnico acaba por realizar um processo natural de seleção 
das bactérias que vivem no interior do rumem.
 
 O técnico 
da Elanco explica que existem duas categorias de bactérias que vivem no 
interior do rumem são as Gram+ e Gram-, sendo que o grupo das Gram+ são 
responsáveis pela produção de ácido acético 
e ácido butírico, ácidos graxos essenciais e que servem como 
fonte de energia para o animal. Essas bactérias são produtoras de 
uma quantidade excessiva de Co2 e gás metano também fontes de energia 
e que são expelidos pelos animais causando perda de parte da energia produzida. 
Isso não ocorre com o grupo das Gram- negativas produtoras de ácidos 
propiônicos que no processo de conversão produz esse gases em proporção 
muito menor.
 
 A dose diária desses produtos absorvidos pelo animal 
é em média de 0,2 grama/dia por quilo de matéria seca consumida. 
Essa conversão é determinada pelo peso vivo do animal e as condições 
de manejo. O gerente de produtos da Elanco explica que às forrageiras tropicais 
tem em média 18% de matéria seca, energia, proteínas e minerais 
e essa conversão depende do peso médio do rebanho. Um animal 
criado a pasto come em média 2% de seu peso vivo de matéria seca 
por dia. Se o rebanho pesa em média 300 kg o criador pega 2% desse peso 
que é consumo diário de alimento equivalente a 6 kg e multiplicar 
por 0,2 grama que vai dar a quantidade correta de utilização do 
produto.
 
 No caso de gado de leite essa proporção 
pode tem uma média maior, pois a alimentação do gado leiteiro 
depende da produção de leite. Em algumas condições 
onde as vacas são criadas em regime de alta produção de leite 
esse índice pode chegar até 6 gramas por dia. Dentro de um 
sistema onde existe é uma melhora na conversão alimentar proporcionando 
sensação de saciedade com menor volume de comida.
 
 Além da atuação como promotor de conversão alimentar 
sódica tem ação terapêutica. Age no controle do timpanismo 
ou empazinamento causada pela produção em excesso de gases na fermentação 
provocando no animal um estufamento que bloqueia a respiração podendo 
levar a morte por asfixia. Isso ocorre em condições específicas 
com pastagens com alta concentração de energia e proteínas. 
Em pastagens de inverno isso ocorre com mais freqüência e a utilização 
dessa molécula controla esse processo.
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