Edições Anteriores
EFICIÊNCIA E BAIXO CUSTO
rev 59 - novembro 2002

Esse parece ser o caso das cercas elétricas, que vem apresentando grande procura no mercado, destacando-se como uma ferramenta utilizada dentro do sistema de rotação de pastagens.

Entre as inúmeras vantagens da utilização de cercas elétricas, está o uso bem menor de fios de arame e o distanciamento maior entre os mourões. Enquanto no sistema tradicional é necessário um mourão a cada dois metros, no sistema de cercas elétricas utiliza-se um mourão a cada 15 metros. Só nessa questão a economia pode chegar a 15% do custo, ultrapassando os 20% numa comparação mais completa.

Os técnicos, porém, costumam evitar estas comparações entre os dois sistemas, já que, em regra geral, são produtos destinados a usos diferentes, ou seja, em alguns casos, não há como substituir a velha cerca convencional pela cerca elétrica.

Outra vantagem no uso de cercas elétricas é a demanda menor por mão de obra, consequência também do sistema de pastejo rotacionado, que permite maior aproveitamento de área e melhor controle do que o gado come. A flexibilidade no uso do equipamento faz com que a cerca elétrica caia como uma luva para a rotação de pastagem.

A manutenção também é um item que pesa a favor das cercas elétricas, exigindo apenas o corte do pasto próximo a cerca, a fim de impedir que o capim afete o aterramento.

Mecanismo simples

O sistema é formado por um eletrificador (equipamento que gera um choque elétrico de alta tensão, porém, de baixa corrente) e uma bateria para alimentação que pode ser carregada por uma placa de energia solar ou elétrica. A tensão que percorre a cerca deve ser de, no mínimo, 3 mil volts, pois menos que isso o animal não respeita. Vale lembrar, entretanto, que o choque não machuca, somente assusta os animais. Problemas na utilização, só com produtos mal instalados ou de baixa qualidade.

A atenção a qualidade dos equipamentos pode evitar dissabores desnecessários. O pesquisador da Embrapa Gado de Corte Marcelo Ramos de Almeida alerta, por exemplo que, se um sistema, ligado a uma alimentação comum no campo, de 220 volts não tiver os componentes internos de qualidade, pode ocasionar a queima do transformador interno e transferir a tensão e a corrente da rede pública a toda a cerca, o que poderia provocar grande prejuízos, até com a morte de animais. Isso poderia ocorrer também em equipamentos com problemas de fabricação sobretudo no isolamento do sistema. O técnico aconselha o pecuarista a estar atento a procedência do equipamento e o histórico do fabricante.

As fugas de energia, provocadas pela má instalação ou pela baixa qualidade do equipamento, também podem ocasionar queda de tensão. As improvisações, tão comuns no Brasil por conta da falta de hábito do pecuarista com o uso desse tipo de equipamento, pode por em xeque a eficácia do sistema.

A cerca elétrica ideal é aquela que, com o mínimo de materiais, obtém o máximo controle dos animais. O mercado de cercas elétricas no Brasil cresce na ordem de 10% a 20% ao ano, isso num país que conta com aproximadamente 150 milhões de cabeças de gado e com grandes possibilidades de ser o principal fornecedor mundial de carne bovina do século XXI.


Edicões de 2002
Volta ao Topo
PROIBIDA A PUBLICAÇÃO DESSE ARTIGO SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DOS EDITORES