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LABORATÓRIO A CÉU ABERTO
rev 58 - outubro 2002

São elas: a BRS 211, indicada para a região das Missões, no Rio Grande do Sul; a BRS 212, BRS 213, BRS 214 e BRS 215, indicadas para a região do Paraná; a BRS 216, especial para a produção de "natto", cerca de 43% de proteína; a BRS Rosa, indicada para cultivo em Goiás e no Distrito Federal; a BRS Barreiras, para cultivo no Estado da Bahia, desenvolvida em colaboração com a Fundação Bahia; a BRSGO Luziânia, para Goiás, Tocantins, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia, e para semeadura no mês de novembro, em solos de média a alta fertilidade; e a BRSGO Paraíso, indicada para semeadura em novembro, em solos de média a baixa fertilidade, no Distrito Federal e nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e da Bahia.

Além dessas, a Embrapa lançou este ano cultivares de soja desenvolvidas exclusivamente para as condições de cultivo do Estado de Roraima. Fazem parte deste rol de cultivares de ponta a Embrapa 63 (Mirador), MGBR-46 (Conquista), BRS Pati, BRS Samambaia, BR/Emgopa-314 (Garça Branca), BRS Parnaíba, BRS Tracajá, BRS Boa Vista e a BRSMG-Nova Fronteira.

Destas, as mais recomendadas para o Estado, conforme o pesquisador da Embrapa Roraima, Boa Vista-RR, Vicente Gianluppi, são as BRS Samambaia, Tracajá e a Boa Vista.

A BRS Samambaia é uma cultivar resistente às doenças do cancro da haste, mancha conhecida como "olho-de-rã", e pústula bacteriana, sendo recomendada pela Embrapa para solos adequadamente corrigidos. A cultivar BRS Tracajá foi recomendada para o Estado devido ao tipo de crescimento determinado, boa resistência ao acamamento e à deiscência de vagens, alta qualidade fisiológica de sementes, altura média de planta de 75 centímetros, além de obter uma produtividade média de 3.706 quilos por hectare (Kg/ha). Esta cultivar é indicada para áreas novas de lavrado após a correção da fertilidade. Além disso, a BRS Tracajá é resistente ao nematóide de cisto - a mais séria doença da soja brasileira. Na safra passada, cerca de 1,7 milhão de hectares foram seriamente prejudicados por esse verme microscópico que penetra nas raízes da soja, causando a morte da planta. As cultivares BRSMT Matrinchã, BRSMT Piraíba, BRSMT Caxara, desenvolvidas pelos pesquisadores da Embrapa Soja e da Fundação Mato Grosso, também são ao nematóide de cisto.

A outra cultivar de ponta recomendada pela Embrapa, a BRS Boa Vista, tem ciclo curto, tipo de crescimento determinado, boa resistência ao acamamento e a deiscência de vagens, boa qualidade de sementes, altura média de planta de 65 centímetros e uma produtividade em torno de 3.876 Kg/ha. De acordo com o pesquisador, estas cultivares têm alta produtividade, pois a média brasileira não passa de 2.700 Kg/ha.

Gianluppi ressalta que de todas as tecnologias recomendadas para a cultura da soja, a que representa menor custo e facilidade de adoção é a escolha correta da cultivar, pois nenhuma prática cultural adotada pelo produtor irá elevar a produtividade além daquela imposta geneticamente pelo material cultivado.

O produtor deve considerar para a escolha da cultivar a área do cultivo, as características agronômicas desejáveis, o potencial produtivo e a estabilidade de produção. Também deve observar a resistência da cultivar com relação à resistência a doenças e principalmente estar sempre buscando informações de novas cultivares que estão sendo lançadas no mercado por órgãos de pesquisa. Para Gianluppi, a Embrapa Roraima está sempre ampliando suas pesquisas para atender a demanda dos produtores do Estado e de outras regiões com objetivo de que estes consigam impulsionar o desenvolvimento sustentável de Roraima por meio de agricultura forte.

A cultivar BRS Nova Fronteira leva este nome para homenagear os pioneiros e desbravadores da última fronteira do país, os nossos lavrados, explica Vicente Gianluppi. Já a BRS Tracajá recebeu este nome para reverenciar um tipo de quelônio existente no Estado e a Boa Vista lembrar a capital.

Em 27 anos, foram desenvolvidas 177 cultivares de soja. As pesquisas desenvolvidas pela Embrapa garantiram a independência tecnológica brasileira nessa cultura. Para se ter uma idéia, na safra 2001/2002 a área plantada com soja, no Brasil, o segundo maior produtor mundial, subiu de 13,7 milhões de hectares para cerca de 15,5 milhões. Além de ser fonte de alimento, a cultura da soja promove a geração de empregos em toda a cadeia produtiva.


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