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FUTURO GARANTIDO
rev 58 - outubro 2002

Na opinião de José Eduardo Anzaloni, presidente da Confederação das Federações de Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), o mercado "será muito bom para as ciências agrárias. Afinal, o Brasil é o celeiro do mundo".

Atualmente, o Brasil possui 120 mil engenheiros agrônomos. Desse total, 40 mil estão concentrados em São Paulo; 20 mil, em Minas Gerais; 15 mil, no Paraná; 12 mil, em Mato Grosso;12 mil, em Mato Grosso do Sul; e 12 mil, em Goiás.

O restante espalha-se pelo país e pólos importantes estão localizados no Ceará, Maranhão, Bahia e Pernambuco. O Rio Grande do Sul registra aproximadamente cinco mil agrônomos, já que grande parte migrou para o Centro-Oeste. Santa Catarina detém cerca de quatro mil agrônomos, maior parte dos quais na área de cultivo de maçã.

Grande parte dos agrônomos trabalha como funcionário público, em órgãos como Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Agronômico e Campinas (IAC), Instituto Biológico, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), Secretarias de Agricultura e demais órgãos dos Estados.

Anzaloni explica que, ao longo dos últimos 20 anos, a situação sofreu modificações, em função do enfoque do agronegócio. "Antes, o agrônomo ficava atrás da porteira. Hoje, fica pós-porteira", explica. Isso permite trabalho como funcionários públicos, autônomos, em empresas e como empreendedores, os que ficam em suas próprias propriedades.

Anzaloni afirma que o perfil da profissão também sofreu alterações. Antes, o agrônomo era responsável por gradear a área, plantar e colher. Hoje, além dessas obrigações, ele cuida também do meio ambiente e da comercialização dos produtos.

Essa alteração implicou em interesses por novas áreas, como paisagismo, por exemplo. A busca por especialização, por sua vez, também cresceu. O agronegócio é a mais procurada, entre 40% e 50% dos alunos recém-formados. Em segundo lugar vem o meio ambiente, com cerca de 25% dos formandos. Irrigação, responde por 40% da procura no Nordeste. E parques e jardins, com 5%.

As especializações em gado de corte e leite são poucas. A área de corte foi assumida por veterinários. E o leite, em função da baixa remuneração cedeu espaço para novidades como o ecoturismo, cada vez mais intenso em São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas e Pernambuco.

Esse crescimento ocorre em função da abertura de mercado e do fato de "a agropecuária crescer mesmo sem ter política específica", explica ele. Anzaloni garante que parte dos alunos que se formam fica nas faculdades e atua como professores. Cerca de 15% fazem pós-graduação. Há 20 anos, apenas 5% faziam mestrado e doutorado. Aproximadamente 10% e 12% dos formandos não permanecem na área agronômica ou ficam em fazendas próprias. E o restante trabalha como agrônomo nas diversas opções da profissão.

Ano a ano cresce o número de formandos, na base de 6.392 alunos. Atualmente, aumentou em 30% o número de mulheres que buscam o curso, se comparado há 20 anos. O Brasil possui 87 cursos de agronomia. Desse total, 30 estão no Sudeste; 25, no Sul; 14, no Nordeste; 12, no Centro-Oeste e seis, no Norte.

O primeiro curso brasileiro foi criado na Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia, em 1 de novembro de 1859. O segundo, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade Estadual de São Paulo, em 18 de março de 1901. E o terceiro, na Escola de Agronomia Eliseu Maciel da Universidade Federal de Pelotas, em 18 de maio de 1918. Os cursos tem cinco anos de duração.

Rigoroso, Anzaloni garante que o sucesso do profissional consiste em apresentar os conhecimentos agronômicos, conhecer outra língua e informática.


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