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ESTRUTIOCULTURA - OS ABATES EM SÉRIE VÃO COMEÇAR
rev 52 - abril 2002

Um passo significativo na história da estrutiocultura brasileira foi dado com a inauguração do Frigorífico Aravestruz. O empreendimento consolida o início dos abates em série no Brasil e fecha o ciclo da cadeia produtiva desta ave no país.

Uma das precursoras da estrutiocultura no Brasil, a Aravestruz inaugurou no início deste mês, em Araçatuba, SP, o primeiro frigorífico nacional especialmente voltado para o abate e corte de Avestruz. O frigorífico entra em atividade prevendo inicialmente o abate de cerca de 80 aves/mês.

Este volume inicial, entretanto, representa apenas 1,8% da capacidade do frigorífico, que, com as instalações que possui, pode abater 4.400 aves/mês (ou quase 10% do rebanho total da ave no Brasil) e estocar 17.600 arrobas de carcaça, o que lhe permitirá atender com folga diversos criatórios, além do rebanho da própria Aravestruz.

De acordo com Maurício Lupfieri, proprietário da Aravestruz e responsável pelo projeto, o empreendimento começa gerando 30 empregos diretos: “Acredito na importância de um plantel grande e saudável, mas entendo que estamos no momento certo de investir para começar a despertar as pessoas para o consumo dos produtos nacionais de avestruz como carne, couro e plumas”, afirma.

Lupfieri justifica o investimento que, conseguiu finalmente, fechar a cadeia produtiva do aravestruz no Brasil: “Por acreditar nesse novo negócio, no qual investiu empenho e dedicação, é que construí esse frigorífico, para que outra ponta dessa cadeia produtiva, que é o consumo de carne e outros produtos seja alcançado, firmando definitivamente a estrutiocultura brasileira.”

Inovadora e criativa

A história da criação da Aravestruz é marcada por diversas ações, muitas inéditas e até criativas na tentativa de tornar a estrutiocultura mais popular.

A mais expressiva delas aconteceu em 1997, quando a Aravestruz realizou a primeira corrida de avestruzes, no Jóquei Clube de Sorocaba, com cobertura total da imprensa, chamando a atenção para o negócio que se iniciava. No ano passado, a corrida promovida pelo criatório no Parque da Água Branca, dentro da programação da Exposição Nacional do Avestruz, foi um dos destaques do evento e atraiu grande público ao parque de exposições.

Em abril do ano passado, a Aravestruz realizou também uma degustação de carne de avestruzes para gourmets, chefes de cozinha e críticos de gastronomia e promoveu em maio o primeiro abate nacional de avestruzes, dando início ao fornecimento de carne para um renomado restaurante em São Paulo.

Em março de 2002, outra novidade: a Aravestruz lançou a carne de avestruz embalada, congelada e resfriada, para o consumidor final, a princípio em dois grandes supermercados da capital paulista. A ação percebeu a inauguração do frigorífico, o sinal mais evidente da aposta que a Aravestruz está fazendo na atividade. O Brasil tem, hoje cerca de dois mil criadores de avestruz e um plantel de aproximadamente 45 mil aves. As previsões menos otimistas garantem que em cinco anos haverá plantel suficiente para o abate em larga escala.


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