Edições Anteriores
ALUGUEL DE MÁQUINAS
rev 170 - abril 2012

A novidade parece surtir efeito no País e possui a vantagem de liberação de investimentos para outros segmentos da atividade agrícola.

A dinâmica da atividade agrícola permitiu, ao longo do crescimento dela, a oferta de serviços que servissem de suporte para o fortalecimento de uma produção de maior qualidade. Aí podem-se destacar serviços como o transporte e armazenagem de grãos, por exemplo. São de fato, operações extremamente importantes, mas, bem pontuais que, necessariamente não precisam ser desenvolvidas pelo próprio produtor rural.

Com o avanço da agricultura, o qual, praticamente, força a adoção do uso de mais tecnologia no manejo da lavoura, o serviço de aluguel de máquinas passa também a ser mais um desses serviços ao homem do campo. Empresas historicamente focadas em serviços de logística, como o Grupo Gafor, há três anos tem atendido a demanda de aluguel de máquinas e implementos agrícolas. Agora, até o Grupo AGCO, detentor das marcas Massey Ferguson e Valtra, passa também a oferecer esse mesmo serviço aos produtores rurais.

Taylor made

O termo ‘sob medida’ é o sistema que molda o atendimento do Grupo Gafor, que já atua no Brasil desde 1951. A empresa foi criada para o ramo de transporte rodoviário, mas com o passar dos anos, o empreendimento ganhou o aspecto de um conglomerado de empresas que atuam nos segmentos de logística, produção e comercialização de filmes e papéis autoadesivos, distribuição de produtos químicos, setor imobiliário e agropecuária. Dentro do segmento de logística, um dos braços é justamente o de locação de máquinas e implementos agrícolas e de construção.

“Fazemos a visita ao cliente e analisamos as necessidades dele”, diz Luiz Carlos Magalhães, diretor comercial da Gafor Logística. “A partir dessas informações, traçamos o melhor serviço e os tipos de máquinas que atenda a ele”. Como tudo dependerá dessa análise prévia, não há uma tabela de preços pré-fixada, mas, em termos gerais, o que se pode dizer é que o serviço pode custar até menos de 3% do equipamento.

A partir desse conceito “taylor made”, são oferecidas todo o tipo de máquina que for necessária, tanto para os tratos agrícolas (plantio, colheita, preparo de solo, adubação e pulverização) como para serviços de obras civis, através de locação de equipamentos da linha amarela (construção civil). A força do negócio se mostra até nos recentes investimentos da empresa nesse segmento. De acordo com Magalhães, nos últimos dois anos, foram investidos cerca de R$ 140 milhões nesse segmento da empresa, e a expectativa é intensificar o atendimento desse serviço ainda nessa safra de 2011/2012. Este ano, serão investidos ainda R$ 50 milhões no ramo do agronegócio, especialmente para o setor madeireiro e de transporte de cargas.

Ao todo, a Gafor Logística possui 40 filiais – somando-se aí Brasil, Chile, Argentina e Uruguai. Só no Brasil, são 36 unidades espalhadas de norte a sul, para o atendimento do produtor rural. A grande clientela do grupo são usinas canavieiras, empresas de produção de sementes (milho, soja e cana) e o ramo de construção civil, estimulado pelo próprio governo federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Esse mercado tem se mostrado bastante ávido e tem recebido bem a ideia do aluguel desses equipamentos. Nesse sentido, desenvolvemos toda uma gama de opções que desempenharão a eficiência do negócio do contratante. Podemos, por exemplo, oferecer apenas a máquina, mas também a operacionalização dela e a manutenção do equipamento. Nesse sentido, verificamos a quantidade adequada, a região onde as máquinas vão operar e o perfil do cliente”, explica o executivo do Grupo Gafor.

A locação tem um prazo de 36 a 60 meses e é só feita com máquinas nacionais. Aí, também não há preferência de marcas, pois o grupo trabalha com todas e indica as que mais vão se adaptar às necessidades do cliente. A grande vantagem incide justamente no valor da máquina em si durante a compra – um investimento que tende a engessar os produtores por um longo período, em alguns casos. Com a opção do aluguel, o recurso pode ser utilizado para o incremento da própria lavoura ou das instalações da fazenda.

Jogando nos dois lados

A AGCO, grupo que controla os produtos Challenger, Massey Ferguson e Valtra, tem, pelo seu histórico, oferecido máquinas agrícolas para os produtores rurais do País. Além de vender, o grupo também passa a atuar no nicho de locação, com as marcas Massey e Valtra, através da criação da unidade AGCO Rental. “O aluguel de máquinas e equipamentos é uma tendência mundial”, avalia Gladimir Franco, gerente da AGCO Rental. “Especialmente no mercado norte americano e dentro dessa visão de que na América do Sul esta demanda está aumentando, o grupo decidiu por ofertar por meio de suas redes de concessionárias o aluguel de máquinas e equipamentos de uso agrícola”.

A manutenção dos equipamentos é feita pelas concessionárias autorizadas e o treinamento realizado por um monitor credenciado pela AGCO para operar adequadamente as máquinas e tirar o máximo proveito da produtividade na operação. A ideia é que o produtor dedique todos os esforços e recursos no real objetivo da atividade dele – a produção de alimentos.

Apesar de atuar na venda, Franco não vê uma concorrência no próprio grupo. Segundo ele, os segmentos que fazem a opção por esse tipo de serviço são bem específicos, constituídos basicamente de produtores de nichos de mercado específicos, como frotistas e prestadores de serviço.

“O produtor, ao optar pelo aluguel de equipamentos, pode direcionar os recursos diretamente para a sua atividade fim, não necessitando a imobilização de capital em equipamentos”, avalia Franco. “No caso da AGCO, o aluguel possui abrangência nacional, nas redes de concessionárias do grupo. O processo está em implantação nas concessionárias e até 2014 deverá estar implantado em 80% delas”, estima.

Entre as aplicações, o grupo também presa pela diversidade de máquinas para dispor de opções ao produtor. Aí, insere-se o uso agrícola, mas também usos em reboque de barcos, movimentação de aeronaves e aviões, ou mesmo no auxílio aos serviços de manutenção e limpeza, feitos pelas prefeituras. O modelo de negócio foi estruturado inicialmente na AGCO América do Sul, posteriormente poderá ser aplicado nas demais regiões, de acordo com Franco.


Edicões de 2011
Volta ao Topo
PROIBIDA A PUBLICAÇÃO DESSE ARTIGO SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DOS EDITORES