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SOJA INOX - Parceria de sucesso
rev 163 - setembro 2011

A utilização de sojas resistentes a ferrugem asiática podem reduzir o volume de aplicação de defensivos na lavoura, facilitando o manejo e reduzindo custos. Porém, elas sozinhas não resolvem totalmente o problema e dependem da ajuda de fungicidas para obter melhores resultados.

"Além da maior tranqüilidade e segurança no controle da ferrugem, o produtor que plantar a soja Inox irá economizar no mínimo uma aplicação de fungicida por hectare (custo do produto mais o custo da aplicação)", aponta Sérgio Suzuki, pesquisador da Fundação MT. Suzuki explica que a aplicação deverá ser feita para evitar o ataque de outras doenças fúngicas da soja e que devem continuar sendo controladas com o uso de fungicidas (a mancha alvo é um exemplo dessas doenças).

Dos três maiores produtores mundiais de soja - EUA, Brasil e Argentina - o Brasil é que tem maior incidência de ferrugem asiática nas lavouras. A cultivar Inox lançada para o cerrado tem resistência, mas não imunidade. "A doença se instala na planta, mas a diferença é a velocidade de progressão da ferrugem. Na Inox é bem menor. O objetivo da soja Inox não é livrar totalmente o produtor da aplicação de fungicidas para controlar a ferrugem, mas garantir a ele maior conforto com um número bem menor de aplicações, ao mesmo tempo que assegura maior eficiência e segurança no manejo da ferrugem. Na prática, o produtor tem conseguido uma economia de até três aplicações nas lavouras".

A recomendação dos pesquisadores é que seja feita no mínimo uma aplicação de fungicidas na soja Inox. Comparada às outras safras, em que os produtores rurais chegaram a fazer até quatro aplicações, a soja Inox gerará uma economia aos produtores mato-grossenses de mais de US$ 100 milhões somente em fungicidas. E o meio ambiente também ganha com a tecnologia Inox. A diminuição do uso de agroquímicos no processo produtivo trará menor impacto ambiental. "Com a soja Inox, produtor e meio ambiente ganham", destaca Hugo de Carvalho Ribeiro, presidente da Fundação MT.

O fungo causador da ferrugem asiática, que provocou muitos prejuízos aos produtores de soja pode gerar novas raças rapidamente, e desta forma a resistência genética presente nas cultivares Inox poderá ser quebrada. Desse modo, de acordo com os pesquisadores o trabalho contra a ferrugem asiática não pára. Desde o início do programa Inox, eles já trabalham com a hipótese de quebra da resistência, pois o fungo sempre mostrou que tem uma capacidade muito grande de adaptar-se a novas condições.

"As doenças fúngicas, como é o caso da ferrugem da soja, de modo geral podem criar resistência aos produtos químicos (fungicidas) e podem também quebrar a resistência genética de plantas resistentes", explica Suzuki. De acordo com ele, enquanto que a geração I da soja Inox possui um gene de resistência para a ferrugem, a geração II tem uma combinação de genes diferentes na mesma planta e a geração III terá ainda a associação de genes de resistência com genes de tolerância em uma mesma planta.

"Assim, se o fungo quebrar a resistência da geração I, teremos a geração II, e se quebrar a resistência da geração II, teremos a geração III", destaca. Desta forma, segundo o pesquisador, haverá mais genes com características diferentes e complementares atuando no mecanismo de resistência à ferrugem, garantindo assim a durabilidade da tecnologia Inox.

Enquanto a pesquisa para a criação de mais gerações da soja Inox é feita, os pesquisadores lembram que os produtores têm de seguir fielmente as recomendações de manejo da soja Inox. "O produtor deverá fazer no mínimo uma aplicação de fungicidas na soja Inox devido ao risco de seleção de novas raças de ferrugem. Além disso, há outras doenças, diferentes da ferrugem, que ocorrem na cultura da soja, as quais ainda necessitam de controle por meio da aplicação de fungicidas", reforça Suzuki.

Eficácia comprovada em outros estados

Lançada na safra 2008, em Mato Grosso, a soja Inox rompeu fronteiras e faz sucesso em outras regiões do país, onde pesquisadores testaram a tecnologia 100% mato-grossense e aprovaram. A eficácia da soja Inox foi comprovada até fora do Brasil, pelo National Soybean Reserch Laboratory, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. Pesquisadores deste conceituado laboratório testaram e aprovaram a potência das cultivares TMG 801 e da TMG 803 (variedades Inox).

Em Mato Grosso, os produtores já conhecem esta tecnologia. Quem usou, garante que elas dão segurança para o controle da ferrugem, tem alto potencial produtivo, reduz custo de produção, aumenta a capacidade de pulverização, possibilita a menor pressão de utilização de tratores, colheitadeiras e plantadeiras e inibe o número de aplicações de fungicidas, aumentando a rentabilidade do produtor.

A primeira geração da soja resistente à ferrugem começou a ser plantada em outubro de 2009 e reduziu notavelmente os prejuízos causados pela doença nas lavouras de Mato Grosso.

Aprovada em Mato Grosso e na Bahia - aonde se chegou a obter uma produtividade de até 90 sacas por hectare - a variedade Inox chega à região Sul do país na safra 11/12 com a expectativa de aumentar a rentabilidade dos sojicultores. "A tecnologia estará disponível primeiramente aos produtores de sementes do Paraná e Rio Grande do Sul. Depois, será disponibilizada aos produtores de grãos. Acreditamos que vamos ter um volume de sementes suficiente para atender estes novos mercados em 2012", frisa Suzuki.

Sucesso no campo

Na safra 10/11, a Inox ocupou uma área de aproximadamente 150 mil hectares, em Mato Grosso, com a produção chegando a 540 mil toneladas - produtividade média de 60 sacas por hectare. A sojicultura ocupou nesta temporada mais de 6,4 milhões de hectares no Estado. Segundo Suzuki, além de ser resistente à ferrugem, a soja Inox apresenta excelente potencial produtivo, possibilita maior janela de plantio, controle de doenças e, consequentemente, maior janela de colheita.

"A produtividade, juntamente com o esforço na redução dos custos de produção, é e continuará sendo o principal fator de lucratividade na atividade rural", afirma o pesquisador. Ele explica que as variedades de soja Inox TMG 801 e TMG 803 têm como principais características a resistência ao fungo causador da ferrugem da soja - o Phakopsora pachyrhizi - e boa adaptação às condições do cerrado brasileiro, permitindo uma diminuição no número de aplicações de fungicidas na cultura da soja e, como conseqüência, uma diminuição no custo de produção. "Além disso, a soja Inox dará ao produtor maior tranqüilidade e flexibilidade no controle da ferrugem, possibilitando uma maior janela de aplicação de fungicidas, podendo também aumentar a longevidade dos fungicidas utilizados no controle da doença", explica o pesquisador.

Para o diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), Luiz Nery Ribas, a soja Inox é uma grande ferramenta dos produtores e a tendência é a utilização em escala cada vez maior desta variedade. Segundo ele, a soja Inox - além da sua forte resistência à ferrugem - "significa mais produtividade, redução de custos e ainda contribui com o meio ambiente, pois ela diminui o uso de agroquímicos no processo produtivo".

Cultivar transgênica chega em 2012:

Lançada este ano, a soja Inox transgênica estará disponível no mercado em 2012 e promete ser a vedete das próximas safras. Em produtividade, a nova variedade alcança um rendimento médio de até 60 sacas, em Mato Grosso. "Em algumas situações em que são comparadas variedades Inox e não Inox, plantadas na mesma lavoura, chegou-se a ter uma diferença de até 16 sacas por hectare, considerando a produtividade e o custo menor com fungicidas", conta o pesquisador. Segundo ele, na área plantada com soja Inox, os custos com fungicida foram bem menores.

A tecnologia já foi testada por várias instituições de pesquisas do Brasil e, de acordo com Suzuki, 90% dos produtores que experimentaram a tecnologia foram unânimes em atestar que ela funciona no que diz respeito ao controle da ferrugem.

Potencial produtivo também é diferencial:

O foco principal da soja Inox não é somente sua resistência à ferrugem asiática, principal doença da oleaginosa, mas também seu excelente potencial produtivo. A produtividade, juntamente com o esforço na redução dos custos de produção, continuará sendo o principal fator de lucratividade na atividade rural. "A soja Inox significa mais produtividade, redução de custos e ainda contribui com o meio ambiente, pois ela diminui o uso de agroquímicos no processo produtivo", afirmam os pesquisadores.

Na média dos ensaios comparativos da soja Inox com os padrões mais produtivos plantados atualmente no Estado, a soja Inox superou todos eles, demonstrando assim seu alto potencial produtivo.


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