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SOLO - Expedição aos solos brasileiros
rev 156 - fevereiro 2011

A chefe geral da Embrapa Solos e coordenadora desse projeto, Maria de Lourdes Mendonça Santos, diz que a ideia era divulgar as principais classes de solos que ocorrem no Brasil, através de fotos dos perfis representativos, distribuição geográfica e as paisagens relacionadas, explicando ainda, algumas características desses solos. "No nível categórico mais alto do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS - EMBRAPA, 2006, 2a. Edição), temos 13 grandes Ordens de Solos, identificadas no Brasil, definidas segundo atributos diagnósticos referentes à gênese dos solos, que possam ser identificadas no campo ou inferidos a partir do conhecimento de solos".

Há então, no País, a ocorrência de (1) Argissolos, (2) Cambissolos, (3) Chernossolos, (4) Espodossolos, (5) Gleissolos, (6) Latossolos, (7) Luvissolos, (8) Neossolos, (9) Nitossolos, (10) Organossolos, (11) Planossolos, (12) Plintossolos e (13)Vertissolos.

O mapeamento de solos do Brasil iniciou-se na década de 50 e desde então, tem-se informação dos nossos solos, de acordo com Santos. A seleção de fotos saiu do acervo digital organizado a partir de 1998, durante viagens de campo para estudos e mapeamento dos solos, principalmente nos Estados do Sul, Sudeste e Nordeste. "Nós precisamos conhecer mais os solos que nos sustentam, que abrigam uma ampla diversidade biológica, que garantem em interação com o clima, a água e outros agentes, a sustentabilidade do nosso planeta. A ideia do calendário é uma forma de difusão da informação, de forma simples, utilizada por outras instituições de solos no mundo, como o fez recentemente a FAO para os solos da África", diz.

A classificação de solos, assim como outras classificações, a exemplo da Botânica, é uma maneira de simplificar o entendimento da natureza, organizando os objetos de acordo com características semelhantes. No caso dos solos, essa sistematização se dá em função das características morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas dos solos. Envolve trabalhos de campo e laboratório e é comum no mundo todo, como parte da Ciência do Solo. Para citar alguns dos principais Sistemas de Classificação de Solos, temos além do SiBCS (Sistema Brasileiro de Classificação de Solos - Embrapa, 2006, 2a. Edição), o Soil Taxonomy dos Estado Unidos da América, o Référentiel Pédologique) da Associação Francesa para o Estudo de Solos (AFES) e o WRB (World Reference Base for Soil Resources) da FAO.

"No campo, os solos são descritos e coletados por horizontes (as chamadas "camadas") a partir da superfície até uma profundidade suficiente para definir a classificação, dependendo da profundidade do solo, mas que em geral é de no máximo 2 metros. Existem solos muito rasos de até 20 centímetros ou menos e outros muito profundos acima de 2 metros de profundidade", explica a pesquisadora.

Muitas características são descritas no campo, como a cor, a estrutura, a textura de campo, a consistência e a transição entre os horizontes. Uma vez tudo descrito no campo e analisado no laboratório entra-se na chave de classificação do SiBCS e determina-se a classe de solos e suas respectivas subdivisões. "Para se ter uma ideia, atualmente no Brasil, foram identificados 812 tipos diferentes de solos em todo o território nacional. Este número pode ser maior, à medida que mais áreas do país forem mapeadas em escalas mais detalhadas. O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, é constantemente atualizado por um comitê interinstititucional permanente liderado pela Embrapa Solos", declara Santos.


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