No
Estado, na mesma safra, foram avaliados o desempenho de cultivares
em Passo Fundo, Vacaria, Santo Augusto, Júlio de Castilhos,
São Gabriel, São Luiz Gonzaga (regiões
de coxilha - áreas de colinas cobertas por pastagem).
Lá, os ensaios têm apoio da Federação
da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).
De acordo com Victor Sommer, engenheiro agrônomo da
Fundação Pró-Sementes, os resultados
da primeira edição em área de várzea
trouxeram uma experiência muito positiva que despertou
não apenas o interesse dos produtores, como também
de outras entidades que tornaram-se parceiras no desenvolvimento
desses testes. "O sucesso foi tanto que para a safra
2010/2011 estabelecemos parcerias com o Instituto Rio Grandense
do Arroz (Irga) e com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), unidade Clima Temperado, de Pelotas. Juntos, estamos
conduzindo novos ensaios em áreas de várzea
em oito locais do Estado", conta.
Os ensaios foram divididos da seguinte forma: a Embrapa Clima
Temperado os conduzirá em Capão do Leão,
Santa Vitória do Palmar e Arroio Grande; O Irga fará
os ensaios nas cidades de São Gabriel, Camaquã
e Capivari e a Fundação Pró-Sementes
conduzirá em Pelotas três épocas do ECR,
em condição de coxilha e dois ensaios em áreas
de várzea, em Pelotas e Cachoeira do Sul. Atualmente,
o Rio Grande do Sul cultiva cerca de 1 milhão de hectares
de arroz, por isso, segundo o engenheiro agrônomo, a
perspectiva para essa parceria é muito promissora.
A Fundação Pró-Sementes aponta que um
dos grandes problemas encontrados nos arrozais é a
forte atuação de plantas invasoras, que são
de difícil controle, prejudicando a qualidade e o rendimento
da lavoura. Assim, segundo Victor Sommer, a soja entra como
opção na rotação de culturas em
áreas com grande quantidade de invasoras. Por se tratar
de uma leguminosa, a soja funciona perfeitamente na rotação
de culturas de espécies, reduzindo o aparecimento dessas
invasoras e melhorando a produtividade. "Essa é
uma excelente forma de fazer com que se elimine esse problema
que tanto atrapalha a produção de arroz. Além
disso, existem poucas informações sobre o desempenho
das cultivares de soja em solos de arrozeiros. Geralmente,
quem planta soja nessas áreas, se utiliza de informações
de desempenho de cultivares de outras regiões do Estado",
aponta.
Apesar do ineditismo desse estudo, a Fundação
Pró-Sementes, existente há 11 anos, tem realizado
ensaios desde a safra 2008/2009, com o objetivo de auxiliar
o produtor rural e a assistência técnica na hora
escolha das melhores cultivares para determinada região.
A Rede Experimental está presente no Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato
Grosso do Sul. Além das culturas de soja e trigo, que
contemplam a maior parte dos trabalhos, os estudos também
são realizados com forrageiras de inverno e de verão,
canola, cevada, aveia branca e preta. Os resultados são
disponibilizados aos produtores e demais interessados por
meio de uma publicação física com distribuição
em congressos, reuniões técnicas e simpósios.
A versão digital é divulgada no site da Fundação.
Outra forma de divulgação é através
de dias de campo organizados, normalmente, na pré-colheita
de cada cultura. "Nesses eventos, os participantes conhecem
todas as cultivares semeadas nas mesmas condições.
Na verdade, não fazemos propaganda de nenhuma cultivar,
apenas as demonstramos para que cada um chegue a suas própria
conclusão".
Na safra 2010/11 estão sendo conduzidos 39 Ensaios
de Cultivares Indicados de Soja. Para se ter uma ideia do
crescimento do projeto, Victor Sommer aponta o aumento observado
na safra 2009/2010. "No Rio Grande do Sul, considerando
os ensaios da Fundação juntos aos dos parceiros,
foram 20 ensaios de cultivares transgênicas e paralelamente
temos mais três convencionais, totalizando 23; Em Santa
Catarina são dois transgênicos e dois convencionais;
No Paraná, são seis ensaios de cultivares em
rede de transgênicos e quatro convencionais; Em São
Paulo são quatro transgênicos e dois convencionais
e em Mato Grosso do Sul são cinco transgênicos
e dois convencionais; No total, 37 transgênicos e 13
convencionais na Rede Experimental", explica.
Com exceção do Mato Grosso do Sul, em todos
os outros Estados a Fundação conduz os ensaios.
Naquela região, há um profissional realizando
o trabalho para a entidade. Para a safra 2011/2012 há
a perspectiva de que esses estudos também sejam feitos
no Mato Grosso, pois há uma demanda muito grande, principalmente
em relação à importância da soja
convencional naquele Estado, diferente do que há no
Rio Grande do Sul. "O experimento abordará ambas
variedades. É importante lembrar também que
o número de cultivares aumentou bastante no Brasil.
Da Região Sul até o Mato Grosso do Sul, temos
181cultivares, entre RR (transgênica) e convencional",
diz. "No Rio Grande do Sul são 90 RR e 19 convencionais;
Em Santa Catarina são 94 transgênicas e 20 convencionais;
No Paraná 92 e 26; Em São Paulo 89 e 24 convencionais;
No Mato Grosso do Sul são 98 e 28 convencionais. No
Total são 138 cultivares de RR e 43 convencionais",
completa.
Sediada em Passo Fundo (RS), a Fundação Pró-Sementes
possui uma filial em Campo Mourão (PR) e conta com
23 profissionais entre área técnica e administrativa.
Em Rondonópolis (MT), a instituição conta
com um ponto avançado para certificação
de sementes, um pilar de sua atuação em todos
os Estados em que atua. "O que temos de inédito
nesse sentido são os nossos campos de pré-controle,
nos quais semeamos amostras de lavouras de agriculturas que
querem certificar sementes. Somos a única empresa no
Brasil a realizar essa fiscalização prévia
visando observar possíveis variações
e misturas nas amostras e com isso garantir que apenas sementes
dentro dos padrões de qualidade de certificação
cheguem ao agricultor", finaliza.
O primeiro levantamento realizado pela Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab) referente à safra de grãos
2010/2011 prevê uma produção entre 145,72
e 147,93 milhões de toneladas. O estudo divulgado em
outubro aponta uma redução de 887,60 mil (-0,6%)
a 3,10 milhões de toneladas (-2,1%0) em relação
à safra passada e que a área destinada ao plantio
deve variar entre 47,32 (-0,1%) e 47,99 milhões de
hectares (+1,3%), em relação à 2009/2010
que ficou em 47,37 milhões de ha. De acordo com a companhia,
a soja está entre os principais responsáveis
pela variação negativa na produção
e na área plantada desta safra, já que a previsão
é que os sojicultores colham de 67,60 (-1,5%) a 68,90
milhões de toneladas (+0,3%) sobre a safra anterior
(68,68 milhões de toneladas). A área destinada
à cultura varia positivamente de 23,76 (+1,3%) a 24,20
milhões de ha (+3,1%), sendo que a da safra anterior
foi de 23,46 milhões de ha.
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