Os produtos ambientalmente corretos invadem o mercado, prometendo tecnologia de ponta aliada à preservação ambiental. Mas afinal de contas, o que são os tão falados produtos sustentáveis e o que eles realmente apresentam de diferenciais em relação aos seus concorrentes?

A indústria tem buscado desenvolver novos produtos e tecnologias com maior eficiência e eficácia, visando oferecer ao mercado fórmulas cada vez mais seguras com menor agressividade ao usuário e ao meio ambiente. Esses, em resumo, são atualmente os conceitos básicos que definem as principais características dos produtos sustentáveis – nomenclatura que também é conhecida como produtos “verdes” – e que ganhou espaço no comércio em tempos em que a preservação ambiental é preocupação em todo o mundo. A demanda por essas fórmulas é irreversível e a tendência é de que ele aumente cada vez mais ao passo que a conscientização da sociedade em geral sobre os cuidados do meio ambiente também cresce.

Na opinião de Nairo Piña, gerente de produto da Arysta LifeScience, a quantidade de empresas e produtos nesse mercado nos próximos anos deve aumentar. Por conta dos custos de desenvolvimento e produção desses produtos serem elevados, as empresas têm que realizado fortes investimentos. “Apesar desse mercado ainda ser pequeno em todo o mundo e no Brasil, esse segmento representa uma grande oportunidade para as empresas que sejam pioneiras, pois a tendência de todos os mercados é cada dia mais exigir o uso de produtos naturais ou com baixo residual de químicos para o futuro das próximas gerações”, acrescenta. Seguindo o conceito de produtos naturais, a empresa disponibilizou ao mercado o Pronutiva, conjunto de soluções que visa proteger e favorecer o desenvolvimento das lavouras por meio da integração dos produtos de proteção de plantas com especialidades em Nutrição Vegetal.

Segundo o gerente, a linha composta por seis produtos tem origem natural e é obtida por meio de extratos vegetais, que tem a função de complementar a nutrição das plantas com fontes orgânicas e minerais que são prontamente assimiláveis e estimulam seu processo fisiológico. “Devido a essa composição, não oferecem riscos ao meio ambiente. São produtos com componentes orgânicos naturais do solo e das plantas. Isto faz que estes produtos melhorem a nutrição e produtividade das culturas tratadas”, ressalta ele apontando que a Arysta LifeScience ainda como parte da linha de produtos verdes, estão em fase de desenvolvimento o fungicida Plantgreen, específico para o mercado de Oídio e o inseticida acaricida Bug Oil. Avaliações têm sido feitas a fim de definir a dosagem exata que permita obter a maior eficiência do produto, um bom controle com custo competitivo, e são avaliados com entidades de pesquisa como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para ter uma visão mais clara e objetiva dos resultados que permitam fazer um adequado posicionamento no mercado.

A DuPont Produtos Agrícolas anunciou recentemente a chegada de sua molécula Rynaxypyr ao Brasil por meio dos inseticidas Premio e Altacor, que, segundo a empresa, inaugura também uma nova geração de agroquímicos, que combina eficácia agronômica ao perfil ambiental. A molécula que exigiu anos de estudos deverá ser comercializada em cerca de 90 países e é resultante de um pacote anual de US$ 700 milhões em investimentos da companhia, no mundo, na área de Agricultura & Nutrição. Nas 13 culturas para as quais estão registrados até este momento no Brasil, os produtos controlam cerca de 23 alvos biológicos. Marcelo Okamura, diretor de marketing da DuPont Produtos Agrícolas, destaca o modo de ação da molécula Rynaxypyr sobre os chamados ‘insetos-pragas’. “Seu efeito é imediato, com a ocorrência de uma parada alimentar em questão de minutos. O uso em baixas doses que caracteriza os produtos constitui outro diferencial importante, sobretudo em comparação aos inseticidas tradicionais. A DuPont, ressalta ele, detém estudos que dão conta de que na cultura da soja, por exemplo, com a aplicação de 2 a 10 gramas do ingrediente ativo Rynaxypyr® por hectare, é possível obter “ótimo padrão no controle de lagartas”, explica.

Também em produtos sustentáveis, a Dow AgroSciences oferece ao mercado, atualmente, três soluções para o controle de pragas na agricultura dentro de seu portofólio de produtos ambientalmente amigáveis, como parte de seu Programa de Atuação Responsável. Estes produtos são o Tracer, Success e Intrepid, os dois primeiros à base de spinosad, cuja matéria-prima é de origem natural e orgânica, e que não passam por processo sintético em sua formulação. Trata-se de ingredientes de baixa toxicidade e, ao mesmo tempo, seletivo para os chamados insetos benéficos. A empresa aguarda a aprovação de registros, no Brasil, de três novos produtos para as culturas de hortaliças, frutíferas e outras lavouras, como soja, por exemplo. Os produtos Delegate e Exalt (com o principio ativo spinetoram) e Entrust (spinosad) cuja aprovação regulatória é esperada ainda no segundo semestre deste ano.

“Eles representam um avanço na tecnologia de combate a pragas em culturas de frutas e hortaliças, dentro do conceito de agricultura sustentável e amigável ao meio ambiente e à saúde das pessoas”, declara Luiz Pavan, líder de Pesquisa da DowAgroSciences, lembrando que da mesma forma que todos esses investimentos da companhia visam trazer opções para o agricultor, seja ele de uma agricultura convencional ou orgânica, para que ele possa manter sua propriedade produtiva e em harmonia com o meio ambiente e aspectos sociais, de forma continuada, isto é, sustentável. “Desde sua pesquisa, descobrimento, desenvolvimento, produção, comercialização e uso, são produtos com baixo impacto sobre o ambiente e as pessoas, muito alinhados com às necessidades atuais de sustentatibilidade”.