Atualmente
a única fábrica do País a produzir o
glifosato corre o risco de fechar as portas caso o governo
brasileiro não reveja as tributações
atualmente estabelecidas para os produtos chineses. A Monsanto,
empresa multinacional de desenvolvimento de biotecnologia
estabelecida no Brasil desde 1951, implantou, em Camaçari,
na Bahia, uma unidade de produção de glifosato
ácido, que é a matéria-prima essencial
para a produção do herbicida Roundup. Agora
a empresa se vê numa situação crítica
com a concorrência com os produtos chineses.
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Diante dessa realidade, o grupo reuniu a imprensa, funcionários
da fábrica e personalidades baianas para apresentar
a unidade ao governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner,
e aproveitar o momento para pedir a ele um apoio para agilizar
a revisão tributária ao produto chinês
junto à Câmara de Comércio Exterior (Camex),
vinculada ao governo federal através do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
(MDIC).
Em dois anos, a participação da China no mercado
nacional de glifosato ácido passou de 13% para 67%.
Isso em função da redução da tarifa
de antidumping ao produto chinês, que caiu de 35,8%,
em fevereiro de 2008, para 2,1%, em fevereiro de 2009.
Temos um produto diferenciado, de qualidade e tradição,
mas o problema é que estamos sendo prejudicados com
a concorrência predatória dos produtores chineses,
que não têm nenhum investimento no País
na produção de glifosato, destaca Ricardo
Madureira, diretor geral para a América do Sul de Proteção
de Cultivos da Monsanto.
Inaugurada em 2001, a unidade fabril da Monsanto no Estado
baiano conta com uma área de 631 mil metros quadrados,
totalizando um investimento de US$ 550 milhões e a
criação de 1.500 empregos diretos e indiretos.
A unidade é responsável por toda a produção
da matéria-prima do glifosato para a América
do Sul. Oitenta e cinco porcento do volume produzido é
destinado à unidade da Monsanto, em São José
dos Campos, no Estado de São Paulo, responsável
por manufaturar o produto final. Os 15% restantes são
exportados para outra fábrica da empresa, na Argentina.
Início
de importações
Com
intuito de não correr o risco de ficar sem a disposição
de glifosato diante desse quadro de atual, a Monsanto começa
a importar dos EUA matéria-prima para a produção
do glifosato no Brasil. O primeiro carregamento chegou ao
Brasil no início do mês de maio (11), vindo da
unidade fabril em Luling (EUA).
Cerca de 300 toneladas da matéria-prima PIA (Ácido
Fosfonometil Iminodiacético), desembarcadas no Porto
de Santos (SP), devem ser suficientes para a formulação
de aproximadamente 600 mil litros do herbicida Roundup. A
importação deste primeiro lote é experimental.
Estamos testando nossos processos de logística para,
possivelmente, dar continuidade às importações,
declara Madureira. Do ponto de vista financeiro de curto
prazo, não está valendo a pena produzir mais
no Brasil. Com os preços atuais de glifosato e o dumping
chinês, a produção local é inviável,
afirma.
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