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MONSANTO - Governo baiano garante apoio à produção do glifosato
rev 148 - junho 2010

Atualmente a única fábrica do País a produzir o glifosato corre o risco de fechar as portas caso o governo brasileiro não reveja as tributações atualmente estabelecidas para os produtos chineses. A Monsanto, empresa multinacional de desenvolvimento de biotecnologia estabelecida no Brasil desde 1951, implantou, em Camaçari, na Bahia, uma unidade de produção de glifosato ácido, que é a matéria-prima essencial para a produção do herbicida Roundup. Agora a empresa se vê numa situação crítica com a concorrência com os produtos chineses.

Diante dessa realidade, o grupo reuniu a imprensa, funcionários da fábrica e personalidades baianas para apresentar a unidade ao governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner, e aproveitar o momento para pedir a ele um apoio para agilizar a revisão tributária ao produto chinês junto à Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao governo federal através do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Em dois anos, a participação da China no mercado nacional de glifosato ácido passou de 13% para 67%. Isso em função da redução da tarifa de antidumping ao produto chinês, que caiu de 35,8%, em fevereiro de 2008, para 2,1%, em fevereiro de 2009.

“Temos um produto diferenciado, de qualidade e tradição, mas o problema é que estamos sendo prejudicados com a concorrência predatória dos produtores chineses, que não têm nenhum investimento no País na produção de glifosato”, destaca Ricardo Madureira, diretor geral para a América do Sul de Proteção de Cultivos da Monsanto.

Inaugurada em 2001, a unidade fabril da Monsanto no Estado baiano conta com uma área de 631 mil metros quadrados, totalizando um investimento de US$ 550 milhões e a criação de 1.500 empregos diretos e indiretos.

A unidade é responsável por toda a produção da matéria-prima do glifosato para a América do Sul. Oitenta e cinco porcento do volume produzido é destinado à unidade da Monsanto, em São José dos Campos, no Estado de São Paulo, responsável por manufaturar o produto final. Os 15% restantes são exportados para outra fábrica da empresa, na Argentina.

Início de importações

Com intuito de não correr o risco de ficar sem a disposição de glifosato diante desse quadro de atual, a Monsanto começa a importar dos EUA matéria-prima para a produção do glifosato no Brasil. O primeiro carregamento chegou ao Brasil no início do mês de maio (11), vindo da unidade fabril em Luling (EUA).

Cerca de 300 toneladas da matéria-prima PIA (Ácido Fosfonometil Iminodiacético), desembarcadas no Porto de Santos (SP), devem ser suficientes para a formulação de aproximadamente 600 mil litros do herbicida Roundup. “A importação deste primeiro lote é experimental. Estamos testando nossos processos de logística para, possivelmente, dar continuidade às importações”, declara Madureira. “Do ponto de vista financeiro de curto prazo, não está valendo a pena produzir mais no Brasil. Com os preços atuais de glifosato e o dumping chinês, a produção local é inviável”, afirma.


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