O
laboratório Intervet/Schering-Plough e a Genoa Biotecnologia
anunciaram, no mês de abril, uma parceria para a comercialização
de marcadores moleculares. Tecnologia de ponta que chega no
pasto.
No ano passado, 300 cientistas de 25 países, entre
eles o Brasil, concluíram o sequenciamento do genoma
bovino, um avanço que podia permitir a partir dali
diversas melhorias na produção pecuária.
O estudo, o mais completo feito até aquele momento,
passou a fornecer novas informações sobre a
evolução da espécie bovina e aponta,
até hoje, para novos caminhos de pesquisas, que podem
gerar maior sustentabilidade da produção de
carne e leite aos países produtores, como o Brasil.
Seguindo essa corrente, recentemente cientistas
da Universidade de Alberta, no Canadá, em colaboração
com o laboratório da Intervet/Schering-Plough obtiveram
recentemente mais um sucesso quanto a sequência de um
importante touro Nelore.
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O
estudo, ou melhor, o mapeamento do genoma desse touro irá
possibilitar aos cientistas definir de maneira mais precisa
os marcadores genéticos, responsáveis por características
de importância econômica. As informações
foram obtidas a partir do sequenciamento de um touro Nelore
denominado 7308/04 PO Perdizes (que pertence à Quilombo
Ltda, de Indaiatuba, no interior do Estado de São Paulo).
O touro teve o DNA sequenciado pela Genoa Biotecnologia, em
parceria com a Universidade de Alberta, no Canadá,
sendo a Intervet/Schering-Plough, responsável pela
comercialização do projeto.
De acordo com um dos pesquisadores e responsáveis pelo
estudo, Stephen Moore e diretor do Programa de Genoma Bovino
da Universidade, conhecendo essas diferenças é
possível explorá-las na seleção
daqueles animais que possuem características de grande
interesse ao pecuarista, como ganho de peso. Além de
que a tecnologia favorecerá na avaliação
de traços de difícil mensuração,
como: maciez e sabor da carne, conversão alimentar,
resistência a doenças e, principalmente a docilidade.
Essa última característica do traço
fenotípico de estudo no rebanho Nelore foi sugerido
pelo Sr. Reinaldo Bertin, criador e industrial, durante uma
reunião nos nossos laboratórios. Na época,
ele expressou que o comportamento dos animais considerados
dóceis (tolerantes ao estresse) em relação
aos bravios, traz ganhos impressionantes para o resultado
da pecuária em função de maior ganho
de peso, fácil manejo e precocidade no acabamento de
carcaça, frisa Câmara Lopes, presidente
executivo da Genoa Biotecnologia, empresa que integra o Programa
de Genoma Bovino, junto à Universidade de Alberta.
Além dos ganhos no campo, a serem usadas como uma ferramenta
poderosa para aumentar a produtividade e o custo de programas
de seleção genética, o consumidor também
poderá se beneficiar deste estudo. O benefício
esta sempre relacionado à produtividade, quanto mais
produtividade menor custo e mas o ganho para o consumidor
na questão da qualidade da carne, diz o presidente
da Intervet Schering Plough, Vilson Antonio Simon.
O trabalho durou sete meses e teve um custo de US$ 65 mil.
Para os pesquisadores, a sequencia genética bovina
pode trazer benefícios referente ao Brasil, que poderá
ser visto não apenas como exportador de proteína,
mas como exportador de carne de qualidade. Esta
imagem começamos a modificar com o sucesso dos primeiros
resultados das pesquisas que está levando a pecuária
a um novo patamar, finaliza Simon.
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