Em
comum, todos pneus (desde automóveis até tratores)
têm a mesma formação, são constituídos
por um tubo circular composto basicamente por borracha envolvendo
malhas de fibras (de algodão, de aço, entre
outros produtos), porém, longe dos asfaltos, os pneus
agrícolas desempenham funções bastante
duras. São eles que participam diretamente
dos trabalhos de preparo de solo, plantio, cultivo e colheita
de produtos agrícolas. Além de sustentar o peso
do trator, eles ainda precisam fazer menor pressão
sobre o solo, contribuir para não compactá-lo,
além de outras atribuições. O mercado
demanda por pneus que além de fazer com que o trator
trabalhe mais, dê tração para a máquina.
Além é claro, de favorecer para uma economia
de combustível possível, afirma Leandro
Pavarin, marketing de serviços da Goodyear do Brasil
Produtos de Borracha.
Diante dessas atribuições, o que não
falta são opções para o agricultor. Os
mercados mais exigentes atualmente estão adquirindo
pneus agrícolas radiais, introduz Mauro Oliveira,
responsável técnico comercial de pneus agrícolas
da Michelan no Brasil. Esta tendência já
é observada em alguns segmentos agrícolas, como
setor sucroalcooleiro. O pneu radial, que é uma evolução
do pneu diagonal, tem uma elipse de contato com o solo 23%
maior em relação ao similar diagonal, proporcionando
ao equipamento, maior força de tração
e potência na barra, redução do índice
de patinagem oferecendo, menor desgaste de pneu, menor consumo
de combustível, maior velocidade de deslocamento (melhor
produtividade ha/h), maior conforto ao operador devido à
maior flexibilidade, melhor distribuição dos
esforços do pneu para o solo, possibilidade de montagem
sem câmara de ar, menor custo por hora trabalhada,
explica Oliveira.
E é o que o mercado mais disponibiliza hoje. Segundo
Mário Barros, gerente nacional de vendas da Bridgestone,
com toda essa tecnologia, as características básicas
e principais de um pneu sempre se voltam às questões
de durabilidade e resistência. Ele tem de resistir
a cortes e perfurações, uma vez que, dependendo
da severidade do solo, os pneus ficam mais vulneráveis.
Além disso, eles têm de ser resistentes à
velocidade. Hoje os tratores estão cada vez mais ágeis,
pontua Barros.
O solicitado
Com o aperfeiçoamento dos processos de obtenção
da borracha e combinação de outros elementos
utilizados na produção do pneu, ele passou a
apresentar vantajosas características de resistência
e aderência ao solo. Hoje no mercado existem tipos que
apresentam características que possibilitam vantagens
em diversas situações de campo. Na verdade,
os pneus têm sofrido grandes inovações
e incorporações de novas e avançadas
tecnologias de fabricação. Uma das evoluções
mais importantes dos pneus refere-se ao tipo de trama das
fibras que passou de diagonal para radial, permitindo uma
pressão de inflação menor e, consequentemente,
uma maior área de contato, para uma mesma carga suportada.
De acordo com o gerente de marketing Goodyear, Leandro Pavarin,
praticamente 90% do mercado, requer pneus radiais, pela durabilidade
e economia de combustível. Ao testar um pneu
radial e um diagonal, no mesmo implemento e na mesma área,
o consumo de combustível e o tempo são perceptíveis.
Há uma economia de combustível em torno de 7%
utilizando pneus radiais e o ganho de velocidade em torno
de uns 12%, pontua. Ao adquirir um pneu radial
o agricultor poderá desembolsar um pouco mais, comparando-se
aos diagonais, entretanto, o ganho a médio e longo
prazo na economia de combustível, em tempo disponível
da máquina para trabalhar e durabilidade são
maiores em comparação aos diagonais, conclui.
Durabilidade
Para atender a essas exigências, o pneu tem de apresentar
determinadas características de resistência de
carcaça, de aderência ao solo e de autolimpeza.
Mas para garantir durabilidade é preciso evitar os
danos mais frequentes. Segundo o responsável técnico
comercial da Michelan, nesses casos, as estatísticas
que mostram que os danos estão relacionados com a montagem,
desmontagem dos pneus (na região do talão),
relacionados com a sub inflação dos pneumáticos
(trincas radiais na região do flanco), danos acidentais
no flanco e na banda de rodagem, relacionados com a super
inflação dos pneumáticos (arrancamentos
de tacos na banda de rodagem por excesso de patinagem), são
os mais frequentes.
Para evitar prejuízos, em primeiro lugar é necessário
um cuidado preventivo com os pneus. A começar
que são de custo alto e precisam ter manutenção
preventiva adequada, um fator decisivo é sempre manter
as pressões, de utilização sempre dentro
de um patamar de frequência de correção
razoável para evitar que se perca a pressão
e, portanto, as barras dos pneus sejam afetadas por baixa
pressão por sobrecarga e tudo isso ele tem de tomar
cuidado, diz Mário Barros, da Brigestone, marca
da Firestone.
Recomendações de fabricantes
E para aproveitar de um bom produto, é fundamental
que não se chegue a uma loja pedindo pneu para o trator
x, porque o trator admite mais de uma medida de
pneu. É necessário dar, pelo menos, as medidas
de largura do pneu e de diâmetro do aro para que se
compre o pneu adequado. E para se ter uma eficiência
de utilização, esses cuidados são fundamentais.
Muito da energia produzida pelo trator se perde na interface
pneu-solo, o que leva a contínua necessidade de estudos
que visam à melhoria de sua construção,
utilização e seleção adequada,
em função da operação a ser executada,
do tipo e condições de solo e das características
do trator.
É necessário conhecer bem os pneus, para fazer
uso correto da pressão de inflação e
ter os cuidados necessários na manutenção.
Segundo os fabricantes é necessário que se veja
a pressão de inflação antes de iniciar
os trabalhos de campo ou movimentar o trator. Pelo menos uma
vez por semana é preciso ver a regulagem da pressão
dos pneus de trator; Não utilize os pneus radiais com
pressões acima do recomendado. Neste caso, o agricultor
poderá perder tempo e dinheiro e a vida dos pneus não
será maior; Pneus diagonais com baixas pressões
poderão sofrer sérios danos e diminuir a sua
vida útil; Procurar não utilizar água
em pneus radiais, uma vez que este irá modificar a
rigidez do pneu e reduzirá a habilidade de controlar
as vibrações e corcoveios (power
hop) do trator; Na hora da armazenagem dos pneus, é
necessário que eles não devam ser estocados
montados. Todavia, quando isto se fizer necessário,
devem ser observadas as orientações seguintes:
cuidados especiais devem ser tomados para que os pneus não
fiquem em contato com água, óleo ou graxa, nem
fiquem perto de motores elétricos, pois estes geram
ozônio, danificando a borracha rapidamente. E por último
uma mão de obra especializada (para a montagem, desmontagem
e reparações pneumáticos).
Custo
Quando se fala em custo, os especialistas são unânimes.
Os preços variam de acordo com o tamanho e de carga,
dependerá da construção e de sua aplicação.
Entre as faixas podem se valer de R$ 200 a R$ 20 mil. Para
Michelan, uma maneira de adquirir pneus agrícolas não
é levando em conta apenas o custo de aquisição
do produto, mas sim analisar o custo-benefício do produto
comprado. O pneu radial agrícola tem um custo
inicial maior em relação ao similar diagonal,
porém, no decorrer da sua utilização
vai proporcionar, entre outras coisas, maior força
de tração e potência na barra, e maior
vida útil do pneu. A contabilização de
todos esses benefícios faz com que o pneu radial tenha
um menor custo, por hora trabalhada, frisa Mauro Oliveira.
Câmaras de Ar
Em geral, os pneus são constituídos por duas
partes distintas: o pneu propriamente dito, que forma o invólucro
externo e a câmara de ar, localizada no interior do
pneu. A câmara de ar é um tubo fechado, constituído
de borracha muito fina, elástica e impermeável
ao ar (característica que lhe é conferida pela
adição de enxofre). O único contato com
o exterior é feito por uma válvula que permite
a introdução de ar, mantendo-o no seu interior.
As câmaras de ar agrícolas foram desenvolvidas
para durarem o mesmo tempo dos pneus. Hoje, existem inúmeros
tipos de câmeras no mercado, destinadas para caminhões,
ônibus, comercial leve, máquinas agrícolas
e motos. Só o segmento agrícola existem 23 modelos
de câmaras, sendo que as mais utilizadas são
as medidas 2024, 2424, 3030 e 3034. As câmaras
de ar agrícolas podem custar para o consumidor de R$
115,00 a R$ 300,00 dependendo da aplicação e
tamanho do pneu, afirma Rafael Ubiali Bolzan, gerente
de marketing da Tortuga Câmaras de ar, que atende 100%
do mercado agrícola de câmaras de ar, além
do mercado de caminhões e ônibus.
Assim como as máquinas agrícolas, os pneus que
tiveram uma baixa nas vendas, voltaram esse ano no mercado
surpreendendo com tecnologia. Novidades para o agricultor
não falta. Umas delas é que a empresa Tortuga
traz são as câmaras de ar flutuadoras,
que são feitas exclusivamente para os pneus flutuadores
que não compactam o solo. Nós somos a
única empresa que possui este tipo de câmara
de ar, original (OE) para as grandes montadoras de máquinas
agrícolas no Brasil, sua fórmula possui mais
borracha dando assim mais resistência a cortes e durabilidade
aos pneus, conta.
A
vez dos reformados
Mas
quando o assunto é a reforma de pneus, a Vipal é
a referência. A empresa é especializada no mercado
brasileiro de produtos para reparo e reforma de pneu e câmaras
de ar. Recentemente, ela adquiriu 15% da principal produtora
e exportadora de pneus da Argentina, a Fate que reúne
1.600 colaboradores em sua planta em San Fernando, província
de Buenos Aires. A parceria garante a comercialização
no País de uma linha completa de pneus para passeio,
carga e agrícola. Com a compra da Fate a Vipal
irá disponibilizar uma linha de produtos específicos
para este segmento como o Fateagro GR-850. Até então,
a empresa contava com o mais completo mix do mercado para
reforma e reparos de pneus e câmaras de ar. Agora, passa
a oferecer uma linha que cobre toda a vida do pneu, desde
novo até á reforma, diz Eduardo Sacco,
gerente de marketing da Vipal.
Segundo Sacco, a reforma de pneus é importante e ainda
reduz em até 60% os custos do agricultor. É
preciso destacar ainda a questão ambiental. Pneus reformados
utilizam menos petróleo, energia e evitam o descarte
prematuro de pneus usados na natureza, ressalta.
Assim como os novos, os custos para a reforma também
variam. Hoje, para garantir mercado e não perder para
os novos, empresas como a Vipal garante não somente
a reforma, mas também a carcaça. Graças
à condição técnica diferenciada
de uma Rede Autorizada, asseguramos a reposição
imediata em caso de falha de produto ou de processo, tanto
para reformas a frio ou a quente, cobrindo a maioria dos pneus
radiais e convencionais disponíveis no mercado,
explica João Carlos Paludo, presidente executivo da
Vipal.
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