Tradicionalmente,
as montadoras nacionais e estrangeiras de veículos
e máquinas para o campo reservam seus principais lançamentos
para a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia em Ação),
sendo uma das maiores feiras do agronegócio, realizada
em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Nessa 17ª edição, que aconteceu entre os
dias 26 a 30 de abril, novidades não faltaram e o que
deixou muitos produtores boquiabertos. Uma das grandes vedetes
deste ano foi a colheitadeira de duplo rotor CR9060. Equipada
com dois rotores um sistema exclusivo e do qual a marca
New Holland é pioneira que realizam um tratamento
mais suave do grão em uma área de debulha e
separação maior, a máquina contribui
para alcançar a qualidade máxima, além
de reduzir ao mínimo a perda de grãos por quebra.
Com o duplo rotor, a fabricante afirma que a máquina
divide o processamento do grão em duas partes, tornando
o trabalho de limpeza ainda mais eficiente. Uma vez que ao
dividir o produto em dois rotores, o sistema gera uma camada
de debulha mais fina, o que facilita de debulhar, retirando
assim mais rapidamente o grão da massa trilhada. Além
deste diferencial, há uma velocidade superior do rotor
que permite uma dinâmica de colheita ainda mais ágil
pelo processamento. O modelo também oferece uma cabine
maior, com ar condicionado, com suspensão pneumática,
além de proporcionar um grande conforto para o operador
durante as longas jornadas de trabalho.
A máquina já está disponível na
Europa e nos Estados Unidos e chega finalmente para os produtores
brasileiros. O Brasil terá a mesma oferta de
tecnologia, por uma razão muito simples, nós
acreditamos que a agricultura brasileira demanda o que há
de melhor no mundo, frisa o gerente de marketing da
New Holland, Eduardo Nunes.
Guardadas as devidas proporções, a exibição
da CR9060 causou frisson durante a feira. O modelo foi apresentado
aos produtores durante dinâmicas, que aconteceram no
campo. Lá, todos puderam ver a colheitadeira trabalhando
a todo vapor. A aposta da fabricante além das tradicionais
máquinas de sistema convencional, e que junto ao novo
brinquedinho, as expectativas de vendas se superem,
com um crescimento em torno de 15%, para esse ano.
Tecnologia de plantio
Sem dúvida, a tecnologia tornou-se a maior aliada dos
produtores na luta pelo aumento da produtividade. Hoje são
máquinas adaptadas à produção
em larga escala, uma característica fundamental para
o agronegócio. Outro destaque da Agrishow, as plantadeiras
DB, com 45 linhas de plantio, e a 2130 DualFlexPro representaram
as mudanças radicais na operação de plantio.
A primeira é capaz de plantar até 180 hectares
em uma jornada, com alta qualidade de trabalho. A autonomia
de 3.500 litros de semente em tanques, torna a máquina
capaz de plantar soja, com apenas três abastecimentos
de menos de 10 minutos por dia. A segunda pode plantar 30
linhas com 45 centímetros de espaçamento e tem
capacidade de dois mil litros de sementes e seis toneladas
de fertilizante. Os modelos são assinados por uma das
mais tradicionais montadoras americana, a John Deere, que
em dezembro de 2007 inaugurou sua terceira fábrica
no País.
Ao longo de 10 anos foram investidos cerca de US$ 2 bilhões,
resultados de investimentos feitos no Brasil e que colocou
muitas inovações em todas as linhas de produtos
da fabricante, entre tratores, colheitadeiras e plantadeiras.
E para diversos produtores, desde pequeno aos grandes empresários
do campo. Com relação aos desenvolvimentos,
a John Deere é uma empresa que não para, indiferente
da crise ou não. Tanto que lançamos 50 produtos
aqui, reforça o diretor de vendas para a América
Latina da John Deere, Paulo Hermann. Com tantas novidades,
a expectativa de vendas é equivalente ao ano de 2008,
o ano de ouro para nós, fabricantes,
acentua.
Máquinas para construção e lavoura
O cenário favorável estimula os fabricantes
a realizar novos investimentos para ampliar suas linhas de
produção. Um exemplo disso é a Case Construction
Equipment, que trouxe para a Agrishow os benefícios
dos equipamentos de construção para o agronegócio
com agilidade e economia. A marca aproveitou o momento para
mostrar as máquinas mais utilizadas no setor agrícola,
como a retroescavadeira 580 M; as skids (pequenas máquinas)
Case 410 e 430; a motoniveladora 865; as pás carregadeiras
621D, 721E versão canavieira e 821E e as escavadeiras
hidráulicas CX130B e CX160B. Ao lado da sua marca irmã,
a Case Agrícola, lançou tecnologia que passa
pelo monitoramento à distância, com GPS e computador
de bordo, que ajusta as condições da máquina,
até sistema de wireless. O sucesso da tecnologia era
um triunfo na conquista de novos compradores. Em 2008,
nós fechamento 40 ou 50 equipamentos esse ano estamos
imaginando quase o dobro disto, em torno de 70 máquinas
diz o diretor comercial para a América Latina da Case
Construction, Roque Reis. Os novos modelos foram exibidos
durante uma das maiores feiras em Munique, na Alemanha. Lá,
estava se comemorando a venda de 70 equipamentos durante a
semana. Então, você imaginar a maior feira do
mundo, a maior feira de construção do mundo
da Europa, em comparação a uma feira regional,
o resultado é fantástico. Estamos otimistas
e para o resto do ano esperamos ser um dos melhores,
conta.
E como não poderia ficar de fora, assim como a família,
a Case IH desfilou os dois modelos da sua linha, as colheitadeiras
Axial-Flow 2688 e 2799, que vieram para substituem as anteriores.
As máquinas apresentadas representam o que há
de mais moderno em desenvolvimento no sistema axial de colheita.
Elas ganharam mais capacidade hidráulica e um reservatório
de grãos maior, aumentando a eficiência e melhorando
a logística de campo. Mas, quando o assunto era solução
para o mercado canavieiro, a fabricante mostrou o eixo estendido
de três metros para a linha de tratores Maxxum 165 e
180. O kit de extensão do eixo é fácil
de instalar e possibilita que o agricultor tenha uma máquina
versátil, capaz de realizar os mais diversos trabalhos,
além de eliminar o problema de compactação
da soqueira da cana no momento da colheita.
Período de boas safras
A realização do evento ocorre anualmente entre
os meses de abril e maio, período que os produtores
iniciam sua programação para a próxima
safra, o que inclui os investimentos na compra de máquinas
agrícolas para renovar ou ampliar a frota de suas propriedades.
Com isso, a feira funciona como um termômetro dos humores
do campo. E foi com o sinal de entusiasmo que a AGCO, uma
das maiores fabricantes mundiais de equipamentos para a agricultura,
comemorou na Agrishow o aumento de 61% nas vendas de tratores
no Brasil no primeiro trimestre de 2010, em comparação
ao mesmo período do ano passado. Sucesso absoluto para
as marcas de empresa: Massey Ferguson, Valtra e Challenger.
Segundo a fabricante, as duas primeiras representam hoje 57%
do mercado brasileiro de tratores e 20% do mercado de colheitadeiras.
A elevação desses números foi graças
ao sucesso de programas governamentais de linhas de crédito
para o pequeno agricultor na aquisição de máquinas,
implementos e insumos agrícolas. Vários
fatores foram positivos, nesse segundo semestre, como o Programa
Mais Alimentos, do governo federal e, no Estado de São
Paulo, o Pró-Trator. Além disso, podemos contar
com o Programa de Sustentação do Investimento
[PSI], do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES), que oferece condições como
redução dos juros em 4,5% ao ano até
junho de 2010 e 5,5% até dezembro de 2010, explica
o diretor comercial da Massey Ferguson, Carlito Eckert. Esperamos
que os programas continuem sendo o sucesso, que foram desde
o início. A nossa empresa é bastante tradicional
neste segmento da agricultura familiar. Porém, o mercado
aguarda a aproximação dos grandes agricultores,
que agora têm acesso a essa linha de crédito
do PSI, atesta o gerente de marketing da Massey Ferguson,
Paulino Jeckel.
A fábrica chegou otimista à Agrishow. A Massey
Ferguson, líder no mercado brasileiro de tratores há
quase 50 anos, ampliou a sua participação na
feira e com direito a um espaço de seis hectares para
a realização de test drive das máquinas.
Entre as novidades estão: a nova série de tratores,
a MF 4200, a Série MF 7000 Dyna-6, Série MF
7100 e plataforma de Milho Série 3000 (Cyclone). Outras
novidades que desembarcou no interior paulista foi a colheitadeira
axial MF 9690 ATR, lançamento que combina tecnologia
de ponta com simplicidade de operação. As novas
séries já vêm equipadas de tomada de potência
independente, tanque de combustível plástico
com maior capacidade, capô basculante, freio de acionamento
hidráulico, plataforma de operação plana
e câmbio lateral em todos os modelos.
Outra que comemorou 50 anos na feira e com grande estilo,
batendo recordes de vendas foi a Valtra. A aposta da empresa
para no ano de 2010 é a safra recorde e o retorno de
novos investimentos no agronegócio. Com isso, ela entra
no mercado com tudo. Entre os destaques em Ribeirão
Preto da marca estão os novos modelos da Série
A: a linha leve de tratores lançada em 2009 para atender
à forte demanda por modelos abaixo de 100 cavalos-vapor
(cv). Preparada para o cenário positivo no setor, a
Valtra oferece ao mercado também os primeiros modelos
de tratores a trazerem transmissão PowerShift robotizada,
a Série BT HiSix, em quatro versões: BT150 (150
cv), BT170 (170 cv), BT190 (190 cv) e BT210 (210 cv). A novidade
na transmissão HiSix com PowerShift permite 24 velocidades
à frente e 24 velocidades para ré, possibilitando
fazer programações para cada tipo de operação.
Porém, vale ressaltar que para adquirir essas ferraris
do campo, dependendo do modelo, opcionais, potência
e o Estado da compra, o produtor poderá pagar no mínimo
entre 500 mil a 1 milhão. E teve gente que desembolsou
o valor, tanto que as grandes fabricantes marcaram presença
e promoveram uma movimentação no mercado com
margem de 20% de crescimento em negócios fechados,
em comparação a 2008 (ano da última participação
das grandes fabricantes na feira). Em uma estimativa preliminar,
os bancos presentes na feira anunciaram um montante de propostas
de negócios da ordem de R$ 840 milhões, atingindo
às expectativas de organizadores e expositores. A
Agrishow 2010 se caracterizou pela qualificação
do público visitante, bastante focado em fazer negócios
e que encontrou uma estrutura com mais conforto, agilidade
e praticidade no novo formato da feira. Mesmo com um dia a
menos de feira, visitaram a Agrishow 141 mil pessoas,
afirma o gerente geral da feira, José Danghesi.
Pequenos cenários
Green Horse Tratores trouxe para a Agrishow 2010, toda linha
nacional dos tratores, entre eles, o GH 204. Trator de pequeno
porte, com 20 HP de potência, com tração
nas quatro rodas, que proporciona uma desenvoltura excelente
para trabalho em propriedades de até 40 ha. Trabalha
com uma transmissão de 12 marchas a frente e quatro
a ré, sendo o trator, de sua potência, que apresenta
a maior combinação de velocidades possíveis,
proporcionando melhor qualidade aos trabalhos exercidos e
maior conforto ao operador.
A Agrale S.A. expôs na Agrishow 2010, sua linha completa
de modelos, com destaque para o recém-lançado
5065.4 Compact, desenvolvido para o trabalho em culturas que
exigem equipamentos de menores dimensões. A empresa
apresentou também seus modelos leves e médios
destinados ao programa, além de motores estacionários,
roçadeiras e geradores Lintec.
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