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MEIO AMBIENTE – O CAMPO CADA VEZ MAIS LIMPO
rev 126 - agosto 2008

Nova unidade de reciclagem de embalagens vazias de produtos fitossanitários, instalada em Taubaté (SP), já está em funcionamento, e tem capacidade para processar 4.500 toneladas de plástico. sexta unidade de reciclagem de embalagens de produtos fitossanitários do País foi oficialmente inaugurada em junho (23) em Taubaté (SP). Idealizada pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), a Campo Limpo Reciclagem e Transformação de Plásticos S.A. tem como objetivo fechar o ciclo da gestão das embalagens pós-consumo, dentro da indústria fabricante e promover a auto-sustentabilidade do sistema de destinação final de embalagens vazias de defensivos agrícolas.

Com capacidade de processamento de 4.500 toneladas anuais de plásticos, inicialmente para a produção de resinas pós-consumo, a unidade, a partir de 2009, estará devidamente estruturada para fabricar embalagens plásticas, inclusive para a própria indústria de defensivos agrícolas. “O projeto está em etapas”, explica o presidente do Inpev, João César Rando. “Nesse primeiro momento estamos reciclando e fazendo pellets, mas já a partir de setembro e outubro [deste ano], nós estaremos recebendo os equipamentos que vão soprar para fabricar as novas embalagens”. O pellet [termo em inglês] é uma forma compacta e granulada do plástico (como bolinhas), resultado da moagem das embalagens após o processo de reciclagem. É através do trabalho de máquinas de sopro poderão ser moldadas e dar o formato às embalagens.

Para a instalação da nova recicladora foi necessário um investimento inicial de cerca de R$ 8 milhões. Mais R$ 20 milhões serão investidos até o ano de 2011. Composta por 31 acionistas, entre eles fabricantes de defensivos agrícolas, a unidade terá um papel importante no quadro de destinação de embalagens de produtos fitossanitários. Segundo dados do Inpev, de janeiro a maio deste ano, foram recolhidas mais de 9.600 toneladas de embalagens vazias.

Com o material resultante da reciclagem das embalagens são fabricados 12 artigos como barricas de papelão, conduítes, caixas de passagem de fios elétricos, embalagem para óleo lubrificante, sacos plásticos para descarte de lixo hospitalar, entre outros.

“Hoje, 95% ou mais os agricultores conhecem o sistema, sabem que existe uma lei, querem devolver as embalagens, lavam e devolvem efetivamente as embalagens – isso faz o Brasil líder no mundo, retirando mais de 95% do volume das embalagens plásticas colocadas no mercado. Estados Unidos retira 20%, Canadá 70%, Alemanha e França, cerca de 50%”, declara Rando.

A Campo Limpo foi construída de forma a não gerar impacto ambiental. Uma estação de tratamento de água e esgoto industrial faz o processamento dos efluentes da recicladora, com reaproveitamento da água da chuva e uso racional da luz solar. As outras cinco recicladoras, parceiras do Inpev, estão distribuídas em outros estados – Mato Grosso (Plastibrás, em Cuiabá), Minas Gerais (Recipack, em Contagem), Paraná (Cimflex, em Maringá), Rio de Janeiro (Recicap Garboni, em Xerém) e São Paulo (Arcelor Mittal Brasil, em Piracicaba).

O Inpev

O sistema de destinação final de embalagens vazias de defensivos agrícolas é oficialmente instituído com Lei nº 9.974/2000. Ela determina responsabilidades para o agricultor, o distribuidor, o fabricante e o poder público, no sentido de priorizar o recolhimento do material.

Criado em 14 de dezembro de 2001, e iniciando as funções em março de 2002, o Inpev foi criado para representar a indústria fabricante de defensivos agrícolas no papel de conferir a destinação final (reciclagem ou incineração) às embalagens devolvidas pelos agricultores. Atualmente, a entidade possui 70 empresas e sete entidades de classe do setor agrícola como associadas. “Hoje, (...) há todo um sistema organizado e estruturado no Brasil, e isso o faz líder no mundo nessa questão. Tendo uma infra-estrutura que vai desde 375 unidades de recebimento [de embalagens vazias], com mais de duas mil pessoas treinadas no campo”, afirma Rando. “Hoje, nós podemos afirmar, com dados científicos, que o sistema reduziu as emissões de 98 mil toneladas de carbono desde a existência do sistema desde 2002 a 2006”.


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