Estes
números exemplificam claramente a evolução tecnológica
do setor nesse período, graças a um forte trabalho dos técnicos
e criadores nas áreas de genética, nutrição e manejo.
Mas o melhor exemplo dos avanços da tecnologia à serviço
da saúde humana é que na metade do século 20, o suíno
apresentava 40% a 45% de carne magra na carcaça e espessuras de toucinho
de 5 a 6 cm. Hoje além da maior quantidade de carne magra, a espessura
de toucinho não ultrapassa 1 cm. O suíno light, por exemplo tem
31% menos gordura do que outras linhagens, 14% menos calorias e taxa de colesterol
10% menor do que há 30 anos, afirmam estudos científicos publicados
em revistas médicas. Proteína
magra e de qualidade A
crescente preocupação com a saúde e bem-estar na última
década impulsionou a indústria e grupos pesquisadores a investir
em suínos com menor teor de gordura, colesterol e calorias. A Embrapa,
em parceria com cooperativas, foi pioneira em 1996 ao lançar no mercado
o macho suíno Embrapa MS58 (mínimo de 58% de carne magra na carcaça),
obtido por meio do melhoramento genético e cruzamentos entre diferentes
raças.
Tendo em vista o grande sucesso comercial, as parceiras
decidiram avançar seu programa e desenvolveram o macho Embrapa MS60 (mínimo
de 60% de carne magra na carcaça). O novo animal foi lançado oficialmente
ao mercado em agosto de 2000. Em 2004, o suíno light foi responsável
por 8% de todos os suínos abatidos no país com inspeção
federal: cerca de 1,78 milhão de cabeças. Crescimento
de até 20% nas próximas décadas Dados
mundiais mostram que o Brasil tem tudo para ocupar um posto mais avançado
na produção de carnes no mercado internacional. Segundo as perspectivas
da FAO Organização das Nações Unidas para Agricultura
e alimentação , de 2000 a 2030, o mundo terá que aumentar
a produção per capita de carne em 20 %. O maior crescimento ficará
com a carne de aves (40,4%) e o menor com a carne bovina (12,7%).
O Peixe,
que hoje é a proteína animal mais consumida no mundo, deverá
aumentar a produção em quase 19%, enquanto que a carne suína,
deverá crescer 20% . Hoje a carne suína é a carne mais consumida
no mundo na atualidade (15,9 kg por pessoa), quando comparada com a de aves (12,6
kg) e a de bovinos (9,4 kg). Essa concentração de consumo acontece
principalmente na Europa e América do Norte. ( Brasil : cerca de 12,5Kg).
A boa notícia é que as regiões de menor consumo
e menor poder aquisitivo, África, América Latina e Ásia,
com grande concentração populacional, são um excelente mercado
no futuro, representando uma expectativa positiva para o mercado de suínos.
Mas estudos apontam que para atingir esses mercados, os paises exportadores terão
que produzir uma carne com baixo custo, justamente o melhor diferencial para a
produção brasileira que já tem excelente qualidade sanitária.
Especialistas prevêem que países com alto custo de produção
não serão competitivos nestes mercados. A Europa, por exemplo, que
produz um quilo de suíno vivo por 1,50 a 1,70 dólares, terá
muita dificuldade de poder atender a esse crescimento da população,
segundo análise de especialistas.
Vantagem para o Brasil, que
é um país competitivo para atender estes mercados, pois produz por
um dos menores custos do mundo. As previsões são de que a produção
animal crescerá em países com clima favorável e com terras
disponíveis, bons recursos humanos e tecnologia de produção,
que produzam com qualidade e segurança alimentar, que respeitem o meio
ambiente e produzam com preços competitivos. Números
da suinocultura A
suinocultura tem crescido nos últimos 10 anos numa proporção
de 2,78% ao ano. Este crescimento, porém, foi muito mais acentuado nos
paises em desenvolvimento, com a média de 4,45% de aumento ao ano, contra
o aumento de apenas 0,83% ano nos paises desenvolvidos.
Os quatro maiores
produtores mundiais são a China, com 50 milhões de toneladas, a
União Européia (com 25 países atuais), com 21 milhões,
os EUA próximo a 10 milhões e o Brasil com 2,7 milhões de
toneladas . Esses 4 maiores produtores mundiais de carne suína detêm
juntos cerca de 80 % da produção mundial.
Quarto maior
produtor mundial de carne suína, em 2006, a produção brasileira
de carne suína chegou a 2,83 milhões de T, com um abate próximo
a 36 milhões de cabeças. O Brasil tem atualmente um plantel de 32,9
milhões de cabeças e estima-se que 700 mil pessoas dependam diretamente
da cadeia produtiva da suinocultura brasileira. O valor da cadeia produtiva da
suinocultura é estimado em U$ 1,8 bilhões.
Segundo a ABIPECS
em 2006, o rebanho brasileiro chegou a 2,427 milhões de matrizes, sendo
que são consideradas tecnificadas 1,513 milhões. É uma suinocultura
que caminha fortemente para o sistema de integração: hoje, 70% dos
suínos produzidos são sob a forma integrada e 30% sob a forma de
produtores independentes.
A região Sul detém 57,5% da produção
do país. É a região onde predomina o sistema de integração
e o forte parque industrial das Agroindústrias. A região Sudoeste,
onde predomina o suinocultor Independente, tem uma participação
de 17,6% e a região Centro Oeste, continuando sua expansão, tem
uma participação de 14,5% na produção nacional.
Hoje cerca de 65 % da carne suína consumida no Brasil é sob a forma
industrializada e apenas 35% sob a forma in natura. Como 65% da carne
suína é comercializada sob a forma de embutidos, que custam mais
caro que a carne in natura e são consumidos por pessoas de
melhores salários, a queda no poder aquisitivo afeta diretamente o seu
consumo. |