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Brasil produz 39,12% dos 45,4 bilhões de litros de etanol que é
usado como combustível no mundo. São cerca de 17 bilhões
de litros/ano, sendo que o Estado de São Paulo é responsável
pela produção de 10 bilhões. O escoamento da produção
paulista, hoje feito por transporte rodoviário, poderia ser oito vezes
mais barato se fosse por comboios fluviais pela hidrovia Tietê-Paraná.
É o que revela um estudo que será apresentado durante o XX Congresso
Pan-americano de Engenharia Naval, Transporte Marítimo e Engenharia Portuária
(COPINAVAL), que acontece de 22 e 26 de outubro, em São Paulo. |
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O
estudo comparou os impactos econômico (valor do frete) e ambiental (esgotamento
de combustíveis fósseis, aquecimento local e global, eutrofização
da água e poluição do ar) na operação de comboios
fluviais pela hidrovia Tietê-Paraná com uma frota de caminhões-tanques
em rotas correlatas. O resultado mostra que o valor anual do frete
dos caminhões-tanque é oito vezes maior que o comboio fluvial. Já
o impacto ambiental é três vezes maior, afirma o autor do estudo,
o engenheiro Newton Narciso Pereira, da Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo (Poli/USP).
Para tornar o transporte fluvial viável,
o trabalho de Pereira indica a necessidade de quatro rotas, em que seriam instalados
terminais distribuidores: um em São Simão (GO) e os demais nas cidades
paulistas de Presidente Epitácio, Araçatuba, Jaú. Essas rotas
terminariam em um terminal receptor localizado em Conchas (SP), de onde o álcool
seria transportado por duto até a refinaria de Paulínia (SP), e
de lá para os portos de São Sebastião (SP) ou Ilha Grande
(RJ). Essas rotas estão localizadas nas regiões de maior produtividade
de álcool e com fácil acesso à hidrovia, explica Pereira.
Com a vantagem de que na ida o comboio levaria álcool, e na volta
derivados de petróleo, acrescenta.
Para chegar à
conclusão de que o transporte fluvial é muito mais barato que o
rodoviário, Pereira levou em consideração todos os custos
envolvidos na operação para cada rota (veículos, capital,
seguro, tripulação, manutenção e reparo, administração,
combustível e lubrificante, uso da via, porto e terminal). No rodoviário,
também considerou o número de caminhões-tanque necessários
para levar a mesma quantidade de álcool que o comboio de navios. Já
com relação ao meio ambiente, o pesquisador contabilizou todos os
impactos gerados pela queima de combustível fóssil e, em seguida,
quantificou os valores dessas substâncias para cada modal nas diferentes
rotas.
Barreiras ambientais A conclusão de que o transporte
fluvial gera menos impacto ambiental é de extrema importância para
o setor. Pereira explica que, embora a produção brasileira tenha
um custo muito competitivo, já existem movimentos em outros países
para que sejam aplicadas ao etanol brasileiro restrições que não
se limitarão às tarifas alfandegárias. Ou seja, muito
em breve será exigido que o produto brasileiro seja certificado e tenha
selo de qualidade. Inclui-se aí a questão do meio ambiente, em que
a pesquisa mostra que o pior impacto do transporte rodoviário é
justamente o aquecimento global, finaliza. |