Com
a perspectiva de crescimento no setor de biocombustíveis no Brasil, novas
áreas de mercado começam a se movimentar para poder atender a forte
demanda gerada por este segmento.
O
setor de logística e transporte é um dos que mais será afetado
por essa expansão. Empresas de transportes rodoviários e ferroviários,
prestadoras de serviços e usuárias desses modais já entram
no ritmo de aceleração e requerem a criação de serviços
especializados.
Para o presidente da UDOP União dos Produtores de Bioenergia,
José Carlos Toledo, o setor de bioenergia teve um crescimento acentuado
no último ano e a perpespectiva é de contínua expansão
para o próximo período. |
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As
projeções futuras do setor mostram que o crescimento da bioenergia
requer passos largos na direção de qualificação tanto
na mão de obra, como serviços especializados de logística,
diz. Para Toledo, este último precisa de estudos de viabilidade e projetos
econômicos viáveis, principalmente, para o usineiro.
No
setor ferroviário a questão logístico-operacional não
se limita penas às concessionárias de ferrovias, é um trabalho
também das usuárias delas. Muitas empresas possuem seus próprios
equipamentos de transporte (vagões) em que transportam seus produtos, utilizando
as concessionárias como gestoras do processo.
Em meio a esse segmento
surge uma nova modalidade de serviço. Trata-se do gerenciamento de
frota, ou seja, a gestão completa dos equipamentos logísticos para
o usuário do setor ferroviário. Esse serviço é feito
geralmente através de leasing, ou arrendamento mercantil. Para o
vice-presidente da ABEL Associação Brasileira de Leasing
Osmar Roncolato, o leasing ferroviário no Brasil ainda é uma prática
pouco utilizada. Para ele, o baixo volume nessas operações se deve
ao conceito intensivo de capital empregado, mas acredita no aquecimento dessa
modalidade de negócio. Na medida em que as taxas de juros se tornarem
mais atraentes, outros investidores e em maior escala, participarão desse
mercado, diz. Roncolato ainda lembra a macro economia nacional, que até
pouco tempo atrás não se falava em operação com mais
de 48 meses de prazo.
Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da ANTF
Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários
acredita que é melhor alugar vagões do que comprar. "O
valor da locação é menor do que o investimento necessário
para a compra de vagões, além disso, a empresa que opta pelo aluguel
pode devolver os vagões em caso de quebra de contrato por algum cliente,
e não fica com um ativo imobilizado", afirma.
Mas as características
particulares de cada setor, produto e companhia exigem o desenvolvimento de soluções
sob medida. É sob essa expectativa que surgiu, há cinco anos a Ferrolease
que, além de prover contratos de locação, gerenciamento e
manutenção de frota, também oferece consultoria para resolver
questões operacionais e identificar alternativas para utilização
da frota no período entre safras. Acompanhando a demanda de crescimento
do transporte de líquidos, a empresa acaba de lançar 35 vagões
para operar na malha brasileira. Nosso investimento vem de encontro com
a necessidade do mercado nacional, implantando tecnologias de acordo com a demanda,
diz o presidente da empresa Estefano Vaine Junior. Os vagões adquiridos
pela Ferrolease são tanques, com capacidade de 86m3 e podem operar tanto
na bitola larga, com possibilidade de rápida conversão para métrica.
Esse investimento foi de R$ 10,5 milhões. |