Com
relação à cultura do milho, tem-se verificado um progresso
palpável nas práticas de fertilização, emprego de
sementes selecionadas, tratos culturais, etc. Quanto ao controle de pragas, a
cultura, praticamente, não sofreu grandes evoluções, motivo
pelo qual defrontamos com lavouras muito bem semeadas, adubadas e cultivadas,
mas chegando à colheita com produtividade relativamente baixa.
Um
dos principais fatores responsáveis pelo baixo rendimento obtido na cultura
de milho no nosso meio é a ausência de controle de pragas. Dentre
as causas da não adoção dessa prática, pela grande
maioria dos lavradores, pode-se citar: - O milho sendo uma cultura extremamente
difundida, sofre uma variação muito grande no grau de tecnificação,
de acordo com regiões, grau de instrução e poder aquisitivo
dos lavradores, tamanho das culturas e principalmente com a finalidade da produção; -
O produto, via de regra, apresenta uma grande oscilação de preço,
com baixas acentuadas durante a safra, concorrendo para que os lavradores sintam-se
inseguros no sentido de investir maior soma com a cultura; - Dificuldade de
aplicação de inseticidas, devido ao rápido desenvolvimento
das plantas, atingindo porte que torna difícil o tratamento com aplicadores
manuais ou mesmo mecanizados, que convencionalmente, são utilizados em
outras culturas de porte menos elevado; - Falta de divulgação,
entre os lavradores, da existência de aparelhos adequados para aplicação
mais eficiente e correta dos inseticidas; - Falta de demonstração
da viabilidade econômica e vantagens que o tratamento contra as pragas proporciona
sobre o rendimento da cultura; - Falta de conhecimento, por parte dos lavradores,
sobre as principais pragas da cultura e os prejuízos que acarretam; -
Falta de um esquema de tratamentos, como os existentes outras culturas, que venha
a servir de orientação aos lavradores fornecendo-lhes, também,
condições para calcular o custo dos inseticidas e das aplicações.
Esse aspecto, talvez, seja um dos importantes, pois, havendo possibilidade de
se fazer essa previsão de gastos, os mesmos poderão ser ajustados
com maior segurança dentro dos limites econômicos que a cultura permite.
Uma vez apontadas as principais causas e dificuldades que impedem a adoção
da prática de controle de pragas na cultura de milho, surge necessidade
de encarar o problema com o objetivo de fazer com que os lavradores passem a adotá-la
e a mesma se torne rotina, evitando que grandes prejuízos ocorram, principalmente,
nos anos que ocorrem ataques mais intensos.
Tem-se verificado que os maiores
prejuízos devido às pragas ocorrem na fase inicial de desenvolvimento
da cultura, quando as plantas ainda, estão com um porte que permite fazer
o tratamento sem maiores dificuldades e empregando-se aparelhamento convencional,
tanto manual como mecanizado.
Uma orientação que inicialmente
pode ser adotada a fim de diminuir prejuízos e com o objetivo de introduzir
paulatinamente essa prática entre os lavradores, é a recomendação
de um tratamento até, mais ou menos, dez dias após a germinação.
A partir desse tratamento, a cultura deve ficar sob observação principalmente
visando detectar o início do ataque da lagarta do "cartucho"
(S. Frugiperda), quando o segundo tratamento será efetuado se houver necessidade.
Esse segundo tratamento, se necessário, via de regra, poderá ser
executado sem grandes dificuldades porque as plantas ainda possuem um tamanho
que não impede a operação seja ela executada com aparelhos
manuais ou mecânicos. Daí para frente, as plantas com porte já
elevado, havendo ataque intenso de lagartas, o único meio mais viável
de controle será o polvilhamento e empregando-se polvilhadeira mecanizada
com grande capacidade de alcance. Para culturas de pequenas áreas a aplicação
pode ser executada com aparelhos manuais, mas com certo desconforto para o operador
e expondo-o à ação maléfica do inseticida.
Aparelhos
especiais para aplicação de inseticidas na forma ultraconcentrada
(LVC), podem ser usados e com grande resultado, contornando essa dificuldade de
aplicação devido ao porte elevado das plantas já numa fase
mais adiantada de seu desenvolvimento.
Como última recomendação,
não se pode esquecer a importância do controle cultural, que consiste
de uma série de medidas que sendo executadas, concorre de maneira efetiva
para a diminuição das infestações podendo reduzi-las
a níveis mais baixos. É interessante frisar que o controle cultural
implica em operação normal da cultura de milho, mas que devem ser
executadas com certo critério, principalmente no que diz respeito à
época, sendo, portanto uma medida que não implica em gastos extras.
Medidas que devem ser adotadas
-
Colheita em época certa, seguida de destruição dos restos
culturais e entorno dos mesmos; - Preparo do solo bem executado e na época
adequada; - Manutenção da cultura e das áreas adjacentes
no limpo, ou seja, isentas de ervas daninhas e outros tipos de vegetação
que, normalmente, servem de hospedeiros das pragas. - Rotação
de culturas é uma medida importante não só sob o aspecto
de controle cultural das pragas, mas também sob o ponto de vista de fertilidade
e conservação do solo.
Quanto
ao controle biológico, algumas pragas têm inimigos naturais, que,
geralmente também, são insetos, mas, o controle por essa via é
praticamente desprezível, o controle biológico, geralmente ocorre
por parasitismo mas não pode ser considerado um fator importante. Mais
importante são os predadores, especialmente os pássaros. Principais
pragas do solo.
Formigas: causam grandes prejuízos, principalmente,
quando as plantas ainda são pequenas. As formigas devem ser combatidas
antes da aração e se necessário, far-se-á um repasse
depois do solo estar preparado, antes da semeadura. Quanto ao controle da formiga,
deve-se consultar o Técnico Agrícola e ele, fornecerá instruções
detalhadas, sobre a maneira de aplicar o veneno e quais os que devem ser usados.
Cupins: são insetos subterrâneos e atacam as raízes
das plantas e podem ocasionalmente causar sérios danos à cultura.
Seu combate é feito através de aplicação de inseticidas
aplicados no sulco da semeadura.
Percevejo Castanho: vive sob o solo e
ataca as raízes. O seu controle é feito da mesma maneira que dos
cupins; Lagarta Rosca: uma lagarta de hábitos noturnos. Durante o dia
ela fica escondida debaixo da terra e à noite sai, atacando o colo das
plantas no início do crescimento. Seu combate é feito com inseticidas,
aplicados em pulverização;
Lagarta Elasmo: Esta lagarta
ataca as plantas no início do crescimento, na parte da planta próxima
ou logo abaixo do solo. Ela constrói galerias no interior do colmo, prejudicando
grandemente o desenvolvimento das plantas. Seu combate é feito através
de inseticidas. As aplicações podem ser feitas tanto em polvilhamento
como em pulverização, procurando sempre atingir o colo das plantas.
Principais pragas da parte aérea
Lagarta dos Milharais:
ataca as folhas e posteriormente introduz-se no cartucho, alimentando-se das folhas,
atrasando o crescimento das plantas, causando prejuízos consideráveis.
É considerada como uma das pragas que mais prejuízos causam à
cultura;
Lagarta dos Capinzais: alimenta-se das folhas e tem grande voracidade,
destruindo todas as folhas, deixando somente o colmo e causando grandes danos
à cultura;
Essas duas lagartas são combatidas com inseticidas
em pó ou líquido.
Para a lagarta dos milharais (lagarta
do cartucho) deve-se preferir a forma líquida e dirigir o jato do pulverizador
para o interior do cartucho das plantas.
Lagarta das Espigas: ataca as
espigas desde o início da formação dos grãos e durante
a fase do estado leitoso, podendo também atacar as folhas. Além
de destruir em parte as espigas, deixa orifícios na palha, por onde penetram
fungos e outros microorganismos e água de chuva, concorrendo assim para
a deterioração da espiga. Seu controle é difícil,
pois a lagarta aloja-se dentro da espiga e fica muito bem protegida. Usa-se para
o seu controle inseticidas clorados, misturados com óleos miscíveis,
que auxiliam a penetração do inseticida no interior da espiga, através
dos cabelos. O jato de pulverização deve ser dirigido diretamente
à extremidade da espiga, na região dos cabelos;
Pulgão:
o milho ainda é atacado por pulgões que além de sugarem as
plantas, são transmissores de doenças viróticas. Seu controle
é feito com inseticidas fosforados; Pragas
no armazém O
milho quando armazenado, quer seja em grão ou em palha, é atacado
por diversas pragas que podem facilmente comprometer a qualidade do produto bem
como provocar grande perda de peso.
As duas principais pragas do milho
armazenado são: carunchos e traças. O controle dessas pragas deve
ser feito com inseticidas misturados aos grãos na dosagem indicada. Se
o milho for armazenado em palha, devemos limpar e desinfetar bem o paiol e depois
de cada camada de espigas (com cerca de 20 cm) polvilhar bem o inseticida na dose
indicada. A eficiência desse tratamento do milho em palha é discutida
e experiências demonstram que o controle não é satisfatório.
|