Para
comemorar o décimo ano da pesquisa, já uma tradicional referência
do marketing rural brasileiro, a Revista Rural, que também completa em
2007 dez anos de vida, ampliou a amostragem, passando de 1.016 para 1.253 entrevistas,
em todas regiões produtoras do país. Os trabalhos foram realizados
de 30 de abril a 8 de maio, através de telemarketing. Os números,
embora não muito diferentes do ano passado, registraram um leve cescimento
no índice de respostas em quase todas a categorias avaliadas, reflexo da
recuperação que começa a acontecer nos principais setores
do agronegócio. Aprendendo a conviver com seus inimigos, como o dólar
barato e os juros, que caem a conta gotas, o produtor rural está encontrando
formas de contornar seus principais problemas, reaquecendo o setor aos poucos
e trazendo as empresas de volta a mídia. O resultado já pôde
ser conferido nesta décima edição do Top, afirma Flávio
Albim, diretor da revista Rural. |
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A
coerência dos resultados e a transparência com que eles são
divulgados garantem a credibilidade do Top of Mind, que se fortalece a cada nova
edição. A importância dada a pesquisa e a participação
das empresas na sua divulgação e a repercussão do prêmio
junto aos veículos de comunicação transformaram o "Top
of Mind Rural", seguramente, na mais expressiva premiação do
marketing rural brasileiro, já que é o único prêmio
do gênero neste setor onde a escolha dos vencedores se dá exclusivamente
por critérios técnicos, sem julgamentos de caráter subjetivo.
Conseguimos mostrar ao mercado a importância de um trabalho
deste gênero e os benefícios que ele pode trazer a cada uma das marcas
e empresas citadas na pesquisa, seja ela uma vencedora ou não, afirma
Flávio Albim. De acordo com ele, os números apurados servem única
e exclusivamente para subsidiar o trabalho de marketing das empresas. Quem
perde, ou vai mal na pesquisa, deve buscar encontrar onde a comunicação
com o consumidor está falhando, se as estratégias aplicadas realmente
estão bem definidas, se a linguagem está adequada ou se as opções
de mídia ou de ações atendem as expectativas da empresa,
aconselha. Culpar a amostragem, a metodologia ou o contexto em que a pesquisa
é feita, por um número desfavorável, muitas vezes, é
passar a culpa de um trabalho mal feito para terceiros, sentencia.
O diretor da Rural lembra que existem hoje inúmeras opções
de mídia e de ações disponíveis para se chegar ao
público consumidor, todas elas, de certo modo, bastante eficientes. O que
vai afetar de modo mais direto nesse sucesso é a mensagem que qualquer
ação ou campanha traz. Já vi muito gerente de marketing
de empresas grandes discutirem de forma sentencial qual é a forma correta
de divulgar seu produto. Se deve apostar em tv, jornal, revista, dias de campo,
mala direta ou feiras, mas se esquece daquilo que deveria consumir a maior parte
do brain storming: Como eu devo convencer o potencial consumidor daquilo que eu
quero?.
Albim cita o caso da Coca-Cola. Embora seja um exemplo
muito batido, quase clichê, vale lembrar que a Coca-Cola não faz
marketing exclusivamente em tv, jornal, revista, rádio, outdoor, eventos,
displays ou pontos de venda. Ela faz suas campanhas contando com todas essas opções,
ou seja, atua em todas as frentes. E não é a mídia A ou B
que vai ser determinante no sucesso da campanha, e sim a força do apelo
e a eficiência da mensagem, conta o diretor da Rural, afirmando que
é hora de profissionalizar mais a comunicação rural.
Outro ponto defendido por ele é a preparação de profissionais
para atuarem nesse setor, que conta com particularidades que não são
vistas em nenhuma outro. Publicitários e marketeiros que queiram
se dar bem no agronegócio, um dia vão ter que amassar esterco com
a botina, atravessar um pasto ou uma lavoura de soja ou cana, passar pelo menos
um dia da sua vida debaixo do sol, conversando com as pessoas que vivem da terra,
que tem calos de enxada na mão e que acordam com as galinhas. Definir as
estratégias de marketing de um cliente desse segmento sem nunca sair de
dentro de escritórios descolados das grandes cidades, no ar condicionado,
simplesmente aplicando receitinhas de bolo, baseadas em tiragem, perfil
e o tal custo por mil, pode até dar certo algumas vezes, porém,
mais cedo ou mais tarde, vai errar, aposta Albim.
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