O
Brasil é um dos grandes produtores mundiais de couros com o processamento
ao redor de 45 milhões de unidades, além de maior exportador com
embarques da ordem de 35 milhões de peças. Essa posição
de destaque é explicada por diversas vantagens comparativas, a começar
pela abundante oferta de matéria-prima. O País possui o maior rebanho
bovino comercial do mundo, estimado em mais de 200 milhões de cabeças.
Essa quantidade é transformada em qualidade por um moderno parque
industrial, operado por mão-de-obra das mais qualificadas do mundo. O nível
tecnológico do setor é dos mais apurados em nível internacional,
fruto de maciços investimentos na modernização de processos,
que absorveram mais de US$ 300 milhões nos últimos anos. Neste contexto,
o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) é a entidade
que representa as 800 empresas que atuam na produção e processamento
de couros, empregam 45 mil pessoas e movimentam um PIB de US$ 3 bilhões
anualmente..
Até maio, os embarques já somam U$ 936 milhões,
receita 33,61% superior aos US$ 701 milhões apurados no acumulado anterior.
Em 2006, a indústria curtidora exportou US$ 1,87 bilhão, receita
34% superior ao US$ 1,4 bilhão de 2005.
Este ano, o CICB está
comemorando 50 anos de atividades (ver retrancaCouro marca o cinquentenário
com debate sobre o futuro) estimando que os embarques de couros devam somar
US$ 2,3 bilhões, um substancioso aumento de 22% em comparação
ao ano passado. A entidade foi fundada em 15 de janeiro de 1957, com o objetivo
de defender o setor curtidor brasileiro. De natureza federativa, com abrangência
em todo o território nacional, o CICB é integrado por empresas e
entidades regionais associadas, nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste,
Sudeste e Sul do Brasil.
Em sua trajetória histórica (ver
retranca CICB: uma história de desafios e vitórias),
a entidade organizou institucionalmente a indústria curtidora e a comercialização,
definindo prioridades para a evolução de qualidade e produção
do couro nacional.
Cinco décadas após a sua criação,
as exportações brasileiras de couro foram multiplicadas por 21,
saltando das 19 mil toneladas embarcadas em 1956 para as 400 mil toneladas exportadas
em 2006.
O empresário Umberto Cilião Sacchelli é
o atual presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB),
além de diretor superintendente da Apucacouros Indústria e Exportação
de Couros, em Apuracana, Paraná, e vem conduzindo a sua gestão focada
no fortalecimento da cadeia coureiro-calçadista. Os trabalhos administrativos
são conduzidos pelo diretor-executivo, Luiz Bittencourt, e uma diretoria
estruturada em diversas áreas de atuação, que complementa
os quadros da entidade.
O Conselho Diretor do Centro das Indústrias
de Curtumes do Brasil é composto por Leonardo Swirski e Gladston José
Dantas Campelo, primeiro e segundo vice-presidentes, respectivamente. Também
o integram os vice-presidentes: Augusto Sampaio Coelho, (vice-presidente de Comércio
Exterior), Roberto Mota da Silva, (vice-presidente de Gestão Corporativa),
Arnaldo Frizzo, (vice-presidente de Marketing e Promoção Comercial),
Leogenio Luiz Alban, (vice-presidente de Matéria-Prima e Produtos), e Paulo
Enzweiller, (vice-presidente de Mercado Interno).
Os demais membros do
conselho diretor são Wayner Machado da Silva, (vice-presidente de Novas
Tecnologias), e Amadeu Pedrosa Fernandes, (vice-presidente de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentado). Debate
sobre o futuro Mais
de cem pessoas entre autoridades governamentais, parlamentares, além de
lideranças e representantes de todos os segmentos da cadeia produtiva coureiro-calçadista
participaram do IV Encontro Nacional do Couro, em Brasília, no início
de maio O evento também marcou a comemoração dos 50 anos
de existência do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB),
no Blue Tree Park.
O presidente do CICB, Umberto Sacchelli, abriu o encontro
saudando os participantes (ver discurso anexo). Depois, o consultor de planejamento
da entidade, Hélio Mendes, fez a apresentação A Estratégia
do Setor para o Século XXI e os Principais Gargalos da Cadeia Produtiva.
Posteriormente, Paulo Reimann, presidente da Gelita do Brasil, empresa
que é uma das maiores produtoras e exportadoras de gelatina, focou sua
palestra na competitividade brasileira (abundante oferta de matéria-prima,
condições climáticas favoráveis, busca da governança
e equilíbrio mercadológica entre os atores da cadeia produtiva e
a inovação como valor agregado). Salientou, entretanto, que o País
tem que ter mais cuidado e atenção com o aspecto sanitário
na produção, ilustrando com reportagens publicadas na imprensa internacional
que exploram negativamente esse tema.
Os participantes do IV Encontro
Nacional do Couro assistiram a um documentário sobre os 50 anos do CICB
e depois a uma apresentação do diretor da Revista Courobusiness,
Roberto Nogueira, que fez uma retrospectiva dos desafios e conquistas ao longo
de cinco décadas, citando trechos do seu livro Couro é insuperável
- 40 anos de CICB 1957 1997. Troféu
e homenagens A
solenidade CICB teve seu ponto alto com a entrega do Troféu O Curtidor
e da Placa Comemorativa dos 50 anos da entidade que contemplaram personalidades,
entidades e autoridades governamentais e parlamentares em reconhecimento ao seu
apoio à indústria curtidora nacional.
O Centro das Indústrias
de Curtumes do Brasil recebeu mensagens de congratulações pelo seu
cinqüentenário das seguintes autoridades do governo federal e entidades:
ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel
Jorge; do Presidente do Sebrae, Paulo Okamato; do secretário da Receita
Federal, Jorge Rachid; e do presidente da Confederação Nacional
da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto.
O IV Encontro Nacional
do Couro também foi prestigiado pelos deputados federais, lideranças
e representantes do setor coureiro-calçadista e de órgãos
federais e instituições. CICB
participa de cooperação técnica com a UNIDO Uma
das novas ações do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil
(CICB) neste ano, em que a entidade comemora o seu cinqüentenário
foi o acerto para cooperação técnica com a Organização
para o Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (UNIDO), durante
a 16ª edição do Painel do Couro e Produtos de Couro promovido
pela ONU em Gramado/RS, no final de maio.
Essa cooperação
abrange tecnologia e práticas de controle pelo Programa Brasileiro de Qualidade
do Couro, que o CICB desenvolveu em parceria com o Sebrae Nacional. Este programa,
focado na adoção de técnicas simples por parte de pecuaristas,
no transporte dos animais e no processamento dos curtumes, pretende reduzir perdas
perfeitamente evitáveis, que custam US$ 1 bilhão anuais à
cadeia produtiva.
Conduzido em dezenove estados, o Programa Brasileiro
de Qualidade do Couro mobilizou entre 2004 e 2006 500 mil pecuaristas, 18 mil
trabalhadores em esfola e 1.080 universitários, que atuaram como multiplicadores
de informações técnicas para pequenos criadores.
A
parceria entre o CICB e a UNIDO foi recebida com entusiasmo pelo Diretor de Pesquisa
e Estatística do órgão da ONU, o brasileiro Sérgio
M. Miranda-da-Cruz, que, inclusive, aceitou o convite feito pelo diretor-executivo
do CICB, Luiz Augusto Siqueira Bittencourt, para participar como palestrante do
V Encontro Nacional do Couro a se realizar em Brasília, em 2008. Couro
verde-amarelo está presente em quase 100 países O
produto nacional ganha espaço no competitivo mercado mundial e deve exportar
receita superior a US$ 2,4 bilhões até 2008 Além
de consolidar a liderança brasileira neste segmento, a indústria
do couro também garante o ingresso de divisas e empregos ao país.
Um bom exemplo é o trabalho conduzido pelo Centro das Indústrias
de Curtumes do Brasil (CICB), em conjunto com a Agência de Promoção
de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), órgão
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A iniciativa está abrindo espaços para a participação
do couro brasileiro no mercado internacional, em especial nos segmentos de maior
valor agregado.
Por meio do Programa Brasileiro para Expansão
da Exportação de Couro, também denominado Brazilian Leather,
as duas entidades reforçam e viabilizam a presença de empresas nacionais
em feiras e exposições internacionais.
O objetivo estratégico
do programa é aumentar os embarques de couros do País, de US$ 1,4
bilhão apurados em 2005 para receita superior a US$ 2,4 bilhões
até 2008.O couro brasileiro é muito apreciado no exterior, presente
em mais de 85 países. Em anos anteriores, o Brazilian Leather proporcionou
receita da ordem de US$ 33 milhões.Como resultado desta estratégia,
nada menos do que 66 indústrias curtidoras marcaram presença em
seis feiras internacionais realizadas em 2006 na Índia, Hong Kong, China
França, e Itália.
O desempenho das exportações
do setor atesta o sucesso da iniciativa. Os embarques de couros no ano passado
somaram US$ 1,87 bilhão receita 34% superior a igual período
de 2005. Até maio deste ano, as exportações brasileiras de
couros já cresceram 33,67% em relação ao acumulado de 2006,
aumentando de US$ 701 milhões para US$ 937 milhões, o que atesta
para 2007 um cenário promissor e de vigorosa expansão da indústria
curtidora. CICB:
uma história de desafios e vitórias Em
suas cinco décadas de existência, o CICB participou ativamente de
várias etapas da história do crescimento da indústria brasileira
do couro. A primeira, no início dos anos 70, quando o setor iniciou acelerada
industrialização e agregação de valor acentuada. Na
década de 80, também houve grande crescimento industrial, com fortes
investimentos, estimulado pelo incremento do rebanho bovino nacional. Já
nos anos 90, os investimentos da indústria foram direcionados aos produtos
de maior valor agregado, com o crescimento da indústria de estofamento,
moveleira e automotivo.
Atualmente, entre as suas ações
institucionais, a entidade apóia a regulamentação da Lei
nº 11.211 (aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente
da República, Luiz Inácio Lula da Silva), também conhecida
como Lei do Couro, que obriga fabricantes e importadores de calçados e
artefatos a identificar os materiais empregados na fabricação de
produtos oriundos de pele animal.
Outra iniciativa do CICB que também
merece destaque é o Programa Brasileiro da Qualidade do Couro, desenvolvido
com o Sebrae, que capacitou 58.341 produtores, profissionais e estudantes de 23
estados do País.
O Centro das Indústrias de Curtumes do
Brasil também participa ativamente nos Fóruns de Competitividade
do setor coureiro-calçadista, e realiza, em parceria com a Agência
Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI, órgão vinculado
ao governo federal), um levantamento de cenários e possibilitar identificar
fatores de competitividade, prospecção de mercados e tendências
futuras. Couro
e pecuária bovina: uma longa trajetória histórica de sucessos Do
século XVII ao segundo milênio, uma longa estrada de desafios e vitórias
da pecuária bovina e da indústria brasileira do couro Neste
segundo milênio, a cadeia produtiva do couro está reeditando um capítulo
de sucesso na história da economia brasileira. A primeira versão
foi escrita nos idos do século XVII, quando o negócio assumiu tal
importância que passou para a história do país como o ciclo
do couro.
O couro, à época, despontava como importante
derivado do gado vacum, introduzido no Brasil pelo colonizador português
Martim Afonso de Sousa, em 1534. A pecuária, de fato, mostrou-se uma competente
ponta-de-lança para promover o desenvolvimento da então colônia.
Além de importante provedor de alimentos carne e leite
para as populações das fazendas e povoados, o gado era empregado
como força motriz auxiliar dos escravos nos engenhos de açúcar
e dos garimpeiros na exploração das minas de ouro e pedras preciosas
do Brasil Central.
Mas foi no século XIX que surgiu a indústria
do curtimento, em 1824, com a chegada dos primeiros imigrantes alemães,
que se instalaram no Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul.
A produção,
inicialmente caseira e feita na confeccção de arreios de montaria,
ganhou força com a Guerra do Paraguai (1864-1870). A partir de então,
surgem os primeiros curtumes e a necessidade de ampliar o mercado. Dessa forma,
em 1888, é instalada, no Vale dos Sinos, RS, a primeira fábrica
brasileira de calçados. Curiosidades
históricas (box acessório) Alguns
estudos indicam que há 10 mil anos a.C. já existiam os primeiros
calçados eram sandálias confeccionadas com fibras de plantas ou
couro. No Egito Antigo, entre 3.100 a.C e 32 a.C., apenas os nobres usavam sandálias
de couro, enquanto os faraós usam calçados deste tipo adornados
com ouro.
Os persas inventaram por volta de 1.500 a.C. o primeiro sapato
macio feito com tiras de couro. Na Idade Média, o rei Eduardo (1272-1307),
da Inglaterra, padronizou a numeração dos sapatos. No mesmo país,
em 1642, há o registro da primeira produção em massa
de sapatos em todo o mundo: quatro mil pares de calçados e 600 pares de
botas para o Exército. Mas foi durante a Revolução Industrial,
no início do século XVIII, na Inglaterra, que as máquinas
passaram a produzirem calçados em larga escala.
O modelo bico
fino é oriundo da época da Reforma Protestante, no século
XVI, e por volta de 1842 foi que os norte-americanos criaram os primeiros sapatos
direito e esquerda, para proporcionar maior conforto dos pés. E em 1930,
surgem as sandálias plataformas. Informações e dados
para gráficos, tabelas e pizzas Exportações brasileiras
de couro 2004 a 2006 US$ (em milhões) 2004 2005 2006 US$ 1,29
US$ 1,40 US$ 1,87 Cresc. s/ano anterior (22%) (8%) (34%) Fonte: Secex/CICBCouro
Indústria Brasil 2006 (produção e exportação) Receita Exportação
US$ 1,87 bilhão PIB da indústria curtidora US$
3 bilhões (*) Volume Produção 44,4 milhões
de unidades Exportação 34 milhões de peças Disponibilidade:
46,4 milhões de unidades Fonte: CICB Consumo de couro (*)
50% ?Indústria calçadista 30% ?Indústria automobilística
10% ?Setor moveleiro 10% ? Segmento vestuário (*) Estimativa CICB |