O
concurso é realizado todos os anos em Tietê, na fazenda Pau d´Alho,
de propriedade dos criadores Carson e Helen Geld, casal de origem norte-americana,
assim como a raça, que é uma das raças sintéticas
mais antigas do mundo. As 17 novilhas foram julgadas pelo médico veterinário
Marcos Santana, que cita algumas das qualidades da raça: É
uma raça que se adapta a qualquer tipo de pastagem, tipo de clima e é
muito boa produtora de carne. As fêmeas da raça Santa Gertrudis,
além dessas características são boas mães, têm
uma boa habilidade materna. É uma raça ideal para produzir carne
aqui no Brasil, afirma o juiz.
De acordo com Clayton Emerin Marques,
juiz do concurso em 2005, o que se procura dentro da raça é um animal
com caracterização racial definida. A pelagem deve ser uniforme
e variar de cereja ao pinhão. O animal deve apresentar volume de couro,
sem excesso, uma pigmentação da mucosa ocular rosa e cascos pretos.
Na avaliação de carcaça, busca-se um animal com boa distribuição
traseira e dianteira. Ele deve ser comprido, apresentar profundidade e uma ossatura
forte, condizente com o corpo.
Uma das principais características
da raça é a rusticidade, como afirma Luiz Bannwart Junior, criador
há 36 anos, mas que acompanha a raça desde que ela chegou ao Brasil,
em 1954: É uma raça que trabalha bem em qualquer canto do
país, suporta bem qualquer tipo de clima, seja ele quente ou frio, portanto
do norte ao sul, então é uma raça bem diferente das raças
européias. Marcos Santana faz coro a Bannwart Junior: A gente
pode ver que tem [gado] Santa Gertrudis desde o sul até o Pará.
Do norte ao sul, do leste ao oeste.
O leilão é uma
atração à parte e uma ótima oportunidade de fechar
bons negócios, como explica o criador Luís Fernando Doneaux Júnior:
Nós trabalhamos hoje com animais do padrão de 3000 reais,
mais ou menos, e isso em preços reais. Não existem muitas especulações
financeiras e sim [preços] muito mais próximos do mercado comercial;
e se os animais forem vendidos com liquidez total, a esse preço, nós
estaremos muito contentes afirma. A novilha Babilônia da Taquari,
pertencente a Henricus Joseph Beckers ficou em primeiro lugar no Concurso. Sandi
da Angélica e Mara da Pau d´Alho conquistaram o segundo e terceiro
lugar, respectivamente, na classificação geral. A quarta e a quinta
colocada foram as prenhezes Bali e Vitória da Taquari. Os leilões
tiveram 18 lotes vendidos e totalizaram R$ 52.640,00 em vendas. Uma média
de R$ 2.925,00 por animal. O maior comprador foi Antônio Roberto Alves Corrêa.
O maior vendedor foi Carson Geld e o leiloeiro foi José Eduardo Matuck.
Conhecida por sua rusticidade, precocidade e adaptabilidade, a raça
apresenta um bom ganho de peso, possui uma carga genética elevada, é
a única raça sintética que possui pedigree e se destaca na
produção e no cruzamento industrial, como ressalta o criador Carlos
Alberto Correia de Lima: É a grande raça que pode suprir o
rebanho brasileiro de touros no cruzamento industrial, mas acredito firmemente
nesse propósito da raça que é produzir touros que vivem em
pasto, comendo baquearia e que acompanham as vacas, sem nenhum problema de enfrentar
calor ou excesso de frio. Os criadores garantem satisfação
e retorno financeiro com a raça, como demonstra Carlos Alberto: Estou
muito feliz de ser o criador de [gado] Santa Gertrudis. Estou ainda na fase inicial
e tenho tido muito apoio da associação, dos demais criadores e dos
meus vizinhos. Tenho tido um estímulo muito grande e principalmente apoio.
Só tenho coisas boas a dizer sobre a raça. |