Diagnosticar
doenças da bananeira é fundamental para a manutenção
de satisfatórios índices de produtividade. A cultura da banana é
afetada, durante todo o seu ciclo vegetativo e produtivo, por um grande número
de doenças e pragas, que podem ser causadas por fungos, bactérias,
vírus, nematóides e insetos. Em Rondônia, as sigatokas-negra
e amarela e o mal-do-panamá são as doenças que causam maiores
danos. Recentemente, outra doença que vem ganhando importância no
Estado é o moko da bananeira.
Estas doenças e pragas vêm
colocando em xeque a manutenção da bananicultura rondoniense.
Para melhorar a qualidade fitossanitária do produto no Estado, existe a
necessidade de capacitação dos técnicos da Agência
de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril de Rondônia, Idaron, responsável
por esta atividade. | |
De
acordo com o gerente de defesa sanitária vegetal da Idaron, Sérgio
Miranda, desde 2004 a Agência vem realizando o levantamento da sigatoka-negra
e do Moko. Este treinamento, salienta Miranda, irá capacitar os técnicos
para continuarem este trabalho de mapeamento e controle da sigatoka-negra e diagnosticar
a existência ou não de áreas livres e erradicação
do Moko.
Em 2006, a Idaron e a SFA distribuíram mudas para todo
o Estado, livres destas doenças, visando ampliar o mercado, tornando os
produtores aptos a venderem a produção para outros estados. O diagnóstico
consiste na identificação do agente causal da doença, visando
o seu controle de forma mais eficiente. O diagnóstico correto pode significar
a diferença entre o lucro e o prejuízo para o produtor, enfatiza
o técnico da Embrapa Rondônia e um dos instrutores do curso, Zenildo
Ferreira. O material coletado no Estado pelos órgãos responsáveis
são encaminhados ao laboratório de fitopatologia da Embrapa Rondônia
para análise.
Considerada a doença mais grave dentre as
que ocorrem na bananicultura, a sigatoka-negra foi detectada em 1999 em Rondônia.
A doença é de difícil controle e está amplamente disseminada
no Estado, salientam os pesquisadores da Embrapa Rondônia e instrutores
do curso, Cléberson Fernandes e José Roberto Vieira.
Desta
forma, em locais onde a doença ainda não está instalada,
recomenda-se a adoção do principio da exclusão, que visa
a regular o trânsito de materiais vegetais suscetíveis, buscando,
com isso, manter o patógeno fora destas áreas. Em áreas afetadas,
o manejo integrado de doenças apresenta-se como forma mais eficiente e
ecologicamente correta para controlar a sigatoka-negra.
Doutor em fitopatologia,
José Roberto, alerta que a presença de lesões nas folhas
das bananeiras que permanecem nas plantas favorecem a disseminação
da doença por meio do aumento do potencial de inoculo desta plantação.
Por outro lado, a retirada das folhas afetadas e a colocação destas
sobre o solo reduzem drasticamente a produção de ascósporos,
sendo, portanto, uma medida importantíssima para o controle da sigatoka-negra.
Com relação à disseminação da doença,
a obtenção de mudas em locais afetados e o transporte inadequado
dos frutos, são fatores que contribuem para a disseminação
da doença.
Outra doença que vem ganhando importância
e preocupação dos técnicos é o Moko, uma das mais
destrutivas doenças da bananeira, tendo presença disseminada em
todos os paises produtores de banana das Américas Central e do Sul. A ampla
gama de hospedeiros e a facilidade de disseminação contribuem para
a rápida disseminação da doença, que em condições
favoráveis pode provocar elevadas perdas de produção. Desta
forma, o controle da doença torna-se um desafio para produtores, técnicos
e pesquisadores. Antes de mais nada, salienta Fernandes, para um bom controle
torna-se necessário à correta identificação da doença
no campo. A Idaron até o momento já erradicou mais de 15 mil plantas
de banana com sintomas de Moko. A
Cultura Em
Rondônia, a bananeira é a fruteira de maior importância, ocupando
a maior área plantada. Todavia, nos últimos anos a área de
plantio vem progressivamente diminuindo. Em 1995 a área cultivada era de
30.354 ha, posicionando-se em 7° lugar em relação as outras
culturas no Estado. A partir de 1998 houve um declínio no cultivo, reduzindo-se
drasticamente ao longo dos anos, atingindo apenas 5.723 há na safra 2005/2006.
A época em que começou a se registrar redução de área
plantada, coincide com aquela em que foi constatada a sigatoka-negra no Estado.
Embora o Estado apresente excelentes condições de clima
e solo para o cultivo de banana, ainda é preciso superar a baixa produtividade
e qualidade dos frutos. Estes problemas, associados aos de manejo na fase de pré
e pós colheita, podem resultar em elevadas perdas na produção
da cultura, razão pela qual, o Estado precisa urgentemente se preocupar
com a elevação do nível tecnológico da bananicultura,
para se engajar nos objetivos nacionais, e produzir banana de alta qualidade,
enfatiza um dos pesquisadores da Embrapa Rondônia, José Nilton Medeiros.
O Brasil dispõe de um acervo tecnológico e de conhecimento
capaz de dar suporte a um salto qualitativo na produção de banana
e competir em qualidade com os demais paises exportadores. Portanto, há
necessidade de cada estado produtor procurar utilizar, da melhor forma, essas
tecnologias disponíveis em nível nacional, visando a melhoria da
produção e produtividade, do manejo em pré e pós-colheita,
e na comercialização da banana, com vistas à participação
no agronegócio da banana. |