A
seleção para lã foi obtida durante o processo de domesticação:
os ovinos primitivos apresentavam pelagem formada por dois tipos de fibras, uma
de pêlos longos, grossos e ásperos e outra com pelos finos, curtos
e crespos. Com a evidencia da utilidade da lã sobre o pêlo, foi sendo
realizada progressivamente a seleção para sua obtenção.
No Brasil, os primeiros ovinos chegaram em 1556, trazidos pelos colonizadores.
Austrália, China, Nova Zelândia, Índia, Espanha,
Reino Unido, Argentina, Uruguai e Brasil são países que possuem
grandes contingentes de ovinos. No Brasil, estima-se que existam 18 milhões
de ovinos de 18 raças diferentes e as maiores criações estão
no Rio Grande do Sul e na região Nordeste. Em São Paulo, o rebanho
é de cerca de 250 mil animais, ocupando áreas usadas no passado
para a produção de café, como é o caso da região
de São Manuel.
As condições básicas para
a criação, além da escolha cuidadosa da raça, são
o clima, solo, pastagens, aguadas, condições de mercado, não
esquecendo também a boa capacidade técnico-administrativa do criador
e habilitação dos empregados.
O clima mais propício
para a criação é o temperado frio em latitudes de 250 a 400
Norte e Sul; a baixa latitude pode ser compensada pela altitude. A temperatura
adequada está entre 22 e 25ºC, com umidade relativa entre 55% a 70%
(em altas temperaturas) e 65% a 91% (em baixas temperaturas). A precipitação
pluviométrica anual deve estar entre 4900 e 1400 mm.
As características
do solo são importantes para a escolha da raça a ser criada. Raças
mistas são mais exigentes e devem ser criadas em planícies e vales
férteis, com solo permeável. Solos pobres, com baixo valor nutritivo,
podem ser utilizados para a criação de raças mais leves,
produtoras de lã. O solo precisa ser corrigido, drenado e deve haver bastante
sombra nas áreas de pastagem, pois a radiação solar direta
causa efeitos nocivos ao conforto térmico do animal. Alimentação
e pastagens A
ideal é a pastagem rasteira, abundante e de boa qualidade. Em boas pastagens,
com manejo rotativo, podem ser mantidos 10 animais por hectare; em pastos mais
pobres, de uso continuo, a capacidade é de 3 cabeças por hectare.
Consomem também as plantas infestantes do pasto, inclusive a que não
é consumida pelos bovinos. Na época de escassez de pasto, é
necessário complementar a alimentação com forrageiras de
inverno, como a aveia e o centeio, alimentos concentrados e mistura mineral. Para
a formação de piquetes utilizar gramíneas rasteiras, de hábito
prostrado e decumbente, se possível consorciadas com leguminosas. As gramíneas
mais utilizadas são o capim Transvala, Pangola, Pensacola, Setária,
Coast-Cross, grama Seda, Missioneira, Batatais e Brachiaria humidícula.
Os ovinos ingerem 3 a 4 litros de água no inverno e de 5 a 6
litros no verão. É interessante que a propriedade possua aguadas
sem poluição, com fundo pedregoso ou arenoso. Brejos e baixadas
pantanosas são indesejáveis, e na falta de cursos de água
naturais devem ser construídos bebedouros de acordo com o tamanho do rebanho.
A nomenclatura "intensiva" e "extensiva" não
se aplica à criação de ovinos. O que se considera é
que existem as criações menores, desde as domésticas até
as de tamanho médio, e aquelas de larga escala com sólida infra-estrutura
de manejo, estas são, consideradas criações extensivas. Recentemente
tem sido incentivados o sistema de confinamento, com a criação em
cabanhas e fornecimento de ração balanceada. Nesse sistema, semelhante
ao que ocorre no confinamento de bovinos, o custo é maior mas permite a
produção de animais precoces e livres de verminoses, com abate entre
60 e 120 dias, com peso médio entre 30 e 35 kg. Criações
Domésticas Uma
criação pode começar com lotes pequenos, de 7 a 10 ovelhas
e um macho, utilizando os animais para capinar pomares ou para acompanhar outras
criações (como bovinos e eqüinos) e culturas (café,
citrus). Para o pasto, com até 10 animais em um hectare, sem baixadas úmidas
e com árvores para sombreamento, é suficiente para um ano (Capim
Pangola, Quiquio, CoastCross, Seda). Se não tiver pasto suficiente, forneça
alimentação no cocho. Os piquetes devem ser de arame liso com 1,24
m de altura, com espaçamento menor na parte inferior, e ter unia fonte
de água (natural ou bebedouro) e cocho de sal mineral. O melhor é
dividir uma área de até dois hectares em quatro piquetes e fazer
rodízio a cada 10 dias (1 mês de descanso/piquete).
A partir
de 30 animais, a criação já pode ser considerada comercial
e a escolha da raça depende das proximidades do mercado para lã,
carne ou leite e derivados. Utilizar 1 carneiro com idade acima de um ano e meio
para cada 30 ovelhas. Nesse tipo de criação, além da alimentação
mencionada para a criação doméstica, é recomendável
um reforço diário à base de grãos, especialmente para
ovelhas que pariram gêmeos. Na época da seca, complementar com fenos,
silagens ou ração. Adicionar farelo de soja com uréia pecuária
ao cocho de sal mineral (fonte de proteína suplementar). Se a criação
for para corte, o desmame dos cordeiros deve ocorrer aos 3 meses; para leite,
aos 10 dias, fornecendo leite de vaca com (250 ml/dia com 1 colher de sopa de
óleo de soja por litro).
Em criações de porte médio,
recomenda-se que a criação seja mista (lã e cordeiros para
o abate), com uni rebanho de 100 a 150 cabeças e algumas das raças
recomendadas são a Corriedale, Ideal e Romney Marsh A escolha de bons machos
reprodutores é fundamental para o sucesso da criação, que
devera contar com boa infra-estrutura (cercas, divisões para separar os
animais de acordo com sexo e idade, pastagens, abrigos, aguadas etc.). E possível
fazer consorciamento com gado, alternando os rebanhos bovino e ovino, mas deixando
pastar somente bovinos adultos para evitar contaminação exagerada
dos piquetes com verminoses comuns às duas espécies.
Para
grandes extensões de terra, são criações que comportam
de 200 a 1000 cabeças, calculando 3 cabeças por hectare; são
utilizadas principalmente as raças Merino, Ideal, Corriedale, Romney Marsh,
para as regiões mais úmidas (Sudeste); e as deslanada e Somalis,
em regiões mais quentes e secas (Nordeste). Infra-estrutura De
acordo com o tamanho do rebanho será necessário formar bons pastos,
que devem ser suficientes para poder dispensar suplementação; recomenda-se
fazer uma análise do solo para correção de deficiências
(calagem). O pasto deverá ser preferencialmente em terras altas, divididos
em piquetes para fêmeas gestantes e recém-paridas, borregos e borregas,
reprodutores, cordeiros de 2 a 6 meses, capões e ovelhas solteiras. Se
não houver aguada natural no local de pastagem, providenciar bebedouro~
higiênicos, que deverão ser mantidos sempre limpos. Se não
existirem abrigos naturais, como árvores de boa copa ou bosques, construir
abrigo rústico de sapé, com capacidade compatível com o tamanho
do rebanho; sob o abrigo, providenciar cocho para sal mineral.
As cercas
entre piquetes deverão ser construídas com mourões a cada
10 m, intercalados com 4 ou 5 balancins; formada com seis a sete fios de arame
liso, e recomenda-se que o primeiro, de baixo parass cima, esteja a 10 cm do solo
e a seguir o espaçamento entre eles seja, consecutivamente: 18, 22 e 28
cm para os demais, numa altura total de 1,24 m. Quando em consórcio com
bovinos, recomenda-se o espaçamento 10, 15, 20, 25, 30 e 30 cm, com altura
total de 1, 30m. Se necessário, construir uni aprisco (cabanha) para proteção,
próximo às pastagens, em terreno seco e ensolarado.
A construção
poderá ser rústica, com piso ripado (1,5 cm de espaçamento),
elevado a 1 metro do solo, pé direito de 2,5 m para uma boa aeração
e com paredes de 1,50 m de altura. A área recomendada por cabeça
e de 1,5 m2. A cabanha é recomendada quando a criação for
para produção de matrizes e reprodutores e deve ter divisões
internas (boxes) medindo 2 x 2m a 2 x 3m cada um, com comedouro e bebedouro. É
imprescindível a construção de um curral de manejo, dividido
em mangueiras e bretes, para os trabalhos de vacinação, marcação,
descola, vermifugação etc., de acordo com o tamanho do rebanho (recomenda-se
1 m2/cabeça). Para contenção, seringa em área coberta,
com tronco de 90cm de altura x 50cm de largura no alto e 30cm em baixo; pedilúvio
de 10 cm, e banheira anti-sárnica profunda, para imersão, com curral
para escoamento contíguo para evitar desperdício do produto. Todo
o corredor lateral da seringa deve ter piso à 50cm do solo, para facilitar
os trabalhos. Para rebanhos grandes, é necessário um galpão
de tosquia.
O pasto é o principal alimento dos ovinos e quando
este é de boa qualidade a suplementação pode ser mínima
É preferível fornecer pastagens mistas, formadas por gramíneas
e leguminosas. Devido ao sistema de criação adotado (extensivo larga
escala), deve-se providenciar piquetes para as diversas categorias: ovelhas de
cria e seus cordeiros; ovelhas velhas e falhadas, capões, borregos (as),
ovelhas terço final da gestação, etc. As ovelhas de cria
são separadas, segundo a qualidade de suas lãs ou por seu grau de
sangue. Quando o plantel possui "pedigree" destinar piquetes de melhor
qualidade e de fácil vigilância.
Os carneiros reprodutores,
fora da época de monta, são postos em boxes separados ou outras
construções. Utilizar a construção de abrigos nos
piquetes para a proteção dos animais contra chuvas e ventos fortes.
É indispensável a construção de banheiro sarnífugo
para o combate da sarna. Deve possuir escorredouro, currais e bretes para separação
e mangas de contenção. As mangas e os bretes devem ser aparelhados
de modo a permitirem a aplicação de vacinas, vermifugações
e demais tratamentos e operações que se fazem no rebanho.
A construção de um galpão apropriado para a tosquia ou tosa,
é necessário, devendo o mesmo ser feito nas proximidades dos currais
e bretes, para evitar movimentação e despesas ao criador. Nas grandes
propriedades deve-se prever a construção de bretes giratórios,
destinados à inseminação artificial.
Considerando
que os requerimentos nutricionais dos animais e as disponibilidades dos pastos
variarem consideravelmente durante o ano, um bom esquema de manejo é aquele
que é adequado aos períodos de maior necessidade alimentar dos animais
(prenhez, lactação, crescimento) com os períodos de maior
disponibilidade de pastos, todavia, isto depende das condições climáticas
que varia muito a cada ano. Entretanto, o emprego de normas adequadas permite
melhorar os principais parâmetros que caracterizam uma produção
deficiente: - alta mortalidade dos cordeiros nascidos em relação
ao número de ovelhas acasaladas; - pouco desenvolvimento dos animais
na fase de crescimento; - baixa quantidade de lã produzida por animal
e - alta porcentagem de lã de categoria inferior.
Ao programar
suas atividades, o produtor deve ter claros os seguintes aspectos que incidem
diretamente na sua produção: - o momento de acasalar, sinalar
e desmamar os cordeiros; - o momento de tosquiar; - o momento de dosificar,
vacinar, banhar os animais e - quando selecionar os animais.
Tem-se
observado que a falta de conhecimento sobre alimentação, entre a
maioria dos criadores, é um dos fatores que mais contribui para a baixa
produtividade das diferentes espécies e pelo manejo inadequado dos rebanhos
em diferentes épocas e em determinadas circunstâncias.
Os
nutrientes reconhecidos como essenciais são, geralmente, classificados
de acordo com as propriedades químicas, físicas e biológicas
em 6 grupos: água, hidratos de carbono, proteínas, gorduras, minerais
e vitaminas. - Água: auxilia na dissolução ou suspensão
de outros nutrientes; responsável pela conservação da forma
do corpo e é vital no controle da temperatura corporal. Ela representa
ao redor de 70% da composição do corpo do cordeiro, O ovino consome
1 -6 l/d. - Hidratos de carbono ou glicídios: os açúcares,
o amido e a celulose são hidratos de carbono que apresentam quase a mesma
composição química, mas difere no processo de digestão
pelo organismo animal. O hidrato de carbono não contém N, que é
o elemento característico das proteínas, por isso, são encontrados
como E.N.N. (açúcares, amido, hemicelulose) a outra parte dos hidratos
de carbono são chamados de fibra bruta (celulose e outros glicídios).
O valor destas duas frações para os ovinos se apresenta sob dois
aspectos: 1º- a parte fibrosa dá volume à ração,
fator importante na alimentsação dos herbívoros; 2º-
a fração dos hidratos de carbono solúveis funciona como fonte
de energia de utilização imediata. - Proteínas: são
formadas nas plantas pelo nitrogênio, fosfatos e outros sais obtidos do
solo e combinadas com o carbono, oxigênio e hidrogênio. As proteínas
que o ovino consome são quase exclusivamente de origem vegetal. As folhas
e as sementes das plantas são fontes ricas em proteínas. A qualidade
da proteína, nos ruminantes é sintetizada desde que receba materiais
necessários, os diferentes aminoácidos, que são por sua vez
formadores de proteínas. A principal função das proteínas
é construir ou reparar os tecidos, que constituem os músculos, pele,
órgãos internos, parte do tecido ósseo e nervoso. A lã
é constituída por um composto protéico, a queratina. Os ovinos
necessitam da proteína para o crescimento, reprodução, crescimento
de 11, além da reposição de tecidos e fluidos do organismo.
- Gorduras: possuem os mesmos elementos químicos que os hidratos de
carbono, porém, com menor proporção de oxigênio. Nos
vegetais, pastos, fenos e silagens, o termo gordura, não diz respeito a
gordura, propriamente dita, mas também outras substâncias esteróis,
ceras, fosfolipídios, clorofilas, carotenos e outros pigmentos vegetais.
Nas sementes, porém, o seu conteúdo em gordura, representa gordura
verdadeira. A função da gordura é destinada a produção
de calor e energia. - Minerais: são indispensáveis para o animal
e aumentam grandemente o valor da forragem. Os elementos minerais mais importantes
geralmente contidos nos alimentos são; cálcio, fósforo, potássio,
magnésio, sódio, ferro, cobre, enxofre, iodo, zinco, cloro e cobalto.
Destinam-se, no organismo animal a atender às seguintes finalidades: -
formar os ossos e dar-lhes a necessária rigidez; - constituir uma parte
dos músculos, células do sangue e lã; - integrar as substâncias
solúveis que compõem a parte líquida do corpo; - estimular
a absorção dos alimentos e preservar de decomposição
os princípios orgânicos consumidos; - tonificar todos os sistemas
do organismo animal, reforçando a resistência as doenças.
A quantidade de minerais contidos nas plantas forrageiras será
diretamente proporcional ao teor desses alimentos contidos no solo. - Vitaminas:
importante para perfeito estado de saúde dos animais. Vitamina "A"
- sintetizada pelo animal à partir do caroteno das plantas: deficiência;
cegueira noturna, perda de apetite, aborto, natimorto, infecções
respiratórias é importante na reprodução; fonte;-
forragens verdes, principalmente fenos; Vitamina "K" - anti-hemorrágica,
função: garantir a saúde dos vasos capilares. Os ruminantes
a sintetizam no rúmen; Vitamina "D" - regula a assimilação
do Ca e P, evitando o raquitismo. É sintetizada pela presença do
sol; Vitamina "E" - importante na reprodução, está
presente na maioria das forragens. A doença muscular branca em cordeiros
é resultante de uma deficiência de vitamina E. Vitamina "C"
- é sintetizada pela maioria dos animais, sua inclusão é
necessária para os cordeiros recém-nascidos. Vitamina "B"
- é sintetizado pelo rúmen do animaL O complexo B estimula o apetite,
protege contra distúrbios nervosos e gastrointestinais e é essencial
para a reprodução e lactação. Pastagens,
Fenos e silagens, palhadas e concentrados Planejamento
na forma de pastagens e preparo de alimentos complementares (rações
e concentrados); cuidados especiais com a sanidade do rebanho (vacinas, vermifugação
e banhos sanitários), acompanhamento da cobertura, gestação
e parto dos animais (assim como a sua desmama) e os preparativos para a tosquia
e abate são os principais itens de manejo na ovinocultura.
Os
ovinos possuem a capacidade de aproveitar alimentos fibrosos e grosseiros como
capins, ramos e palhas. Isto se deve à constituição do aparelho
digestivo - características dos ruminantes quando apresentam o estômago
muito desenvolvido e dividido em retículo, rúmen, omaso e abomaso.
A capacidade de digestão e o aproveitamento de forragem, dependerão
da eficiência de seu desempenho e da qualidade nutricional das forragens
ou outros materiais fibrosos oferecidos como parte maior da dieta. Pesquisas realizadas
em várias espécies ruminantes mostram que o ideal é o fornecimento
mínimo de 50 a 70% da MS da dieta na forma de volumoso.
Portanto,
a alimentação dos ovinos deve ser feita basicamente à pasto,
havendo necessidade de suplementação somente em situações
especiais. O fornecimento excessivo de concentrado, também pode favorecer
a ocorrência de problemas fisiopatológicos nos animais, tais como,
timpanismo, cetose, enterotoxemia e diarréias. Hábito
de pastejo Os
ovinos pastejam de preferência gramíneas, realizando corte uniforme
e baixo nos vegetais, a medida que andam pela pastagem, já as raças
deslanadas tendem a apresentar um comportamento semelhante ao dos caprinos, ingerindo
uma quantia considerável de ramos e folhas fazendo um pastejo mais seletivo
e menos uniforme. Outro aspecto importante do comportamento dos ovinos em pastagem
é o fato de evitarem pasto alto (acima de sua altura). Nessa situação,
o plantel tende a permanecer na periferia do posto, penetrando na pastagem somente
após o rebaixamento do mesmo, através do pastejo ou pisoteio por
bovinos ou roçadeiras.
Se for considerado o hábito de pastejo
do ovino, de pastejo baixo, ou seja, colhe as forragens bem próximas ao
solo, as forrageiras mais indicadas são; Pangola (Digitaria decumbens c.
v. Pangola) , Estrela Africana (Cynodon plectastachyns), Pensacola (Paspalum notatum),
Coast-Cross (Cynodon dactdon), e Quiquio (Penninsetun Clandestinum). Outras forrageiras
podem ser utilizadas, desde que manejadas baixas, como; Capim de Rhodes (Chlorys
Gayanus), Andropogon (Andropogon Gayanus) e algumas variedades de Panicum (Centauro,
Tanzânia). Estas forrageiras são muito bem aceitas pelos ovinos e
apresentam bom valor nutricional. Em regiões de clima ameno, pode-se fazer
uso de forrageiras de inverno como a Aveia Preta (Avena Strígosa) ou o
Azevém (Lolium Multzflorum), quando são anuais.
A escolha
das forrageiras utilizadas nos pastos se baseará nas características
de clima e solo da região onde se localiza a propriedade, sendo interessante
utilizar mais de uma espécie, este método garantirá maior
variedade de nutrientes oferecidos, além de representar uma garantia adicional
quanto á diminuição da ocorrência de pragas, doenças,
intempéries climáticas, já que diversas forrageiras se comportam
de maneira diferente diante das condições ambientais. O consórcio
gramínea/leguminosa em pastagem para ovinos é um procedimento aconselhável,
não só no âmbito da nutrição (eleva o nível
de proteína da dieta) como também melhora a produtividade da pastagem,
devido à capacidade das leguminosas, em fixar N atmosférico pelas
bactérias (Rhizobium) que vivem em simbiose com suas raízes.
Sem uma boa alimentação, é inútil pensar-se em raças
especializadas. Esta é necessária para a economia e o aperfeiçoamento
de um rebanho, pois é sabido que as raças especializadas são
conseguidas em boa parte, com os cuidados com a alimentação.
Os ovinos preferem pastos rasteiros, vegetais baixos, forragens finas, macias,
leguminosas, arbustos. Preferem lugares altos, descampados, secos e permeáveis.
Fogem às umidades das baixadas, os campos de carrapichos. Escolhem campos
abrigados dos fortes ventos por eucaliptos e outros arvoredos que lhes servem
de proteção.
Os ovinos produziram mais, recebendo boa alimentação.
Daí ser necessário cultivar forrageiras de alto valor nutritivo.
As pastagens devem ser racionalmente divididas, e o emprego de arame liso. Algumas
forrageiras recomendadas: - Capim de Rhodes: muito utilizado na formação
de pastagens; é bem aceito pelos ovinos tem bom valor nutritivo. -
Trevo Branco: ótimo para a formação de pastagem, consorciado
com outras forrageiras. Prefere solos argilosos, mas adapta-se a qualquer qualidade
de terreno. - Grama Bermuda: a sua utilização para ovinos é
grande, capim de crescimento rápido, boa cobertura do terreno, resistente
ao pisoteio e a seca, muito rústica. Boa palatabilidade e valor nutricional.
- Capim Quiquio: forma densos gramados, de folhas estreitas, colmos finos,
enraíza com facilidade, resiste ao pisoteio, ao fogo e ao frio. - Aveia
Perene: gramínea muito precoce, produtiva, resistente ao frio, adapta-se
a diversos tipos de solos, não muito exigentes. E utilizada como forragem
de inverno, podendo ser pastejo direto ou cortada para feno ou forragem verde. -
Azevém: gramínea não exigente em solo, vegeta bem em locais
de boa umidade (sem água estagnada). É bem aceita tanto no pastejo
como fenada. Pode ser consorciada com frevo, alfafa. - Setária Anceps:
resistente á seca, pouca exigência em solos, tolerante á geada
(menor teor de oxalato), usada para pastejo ou fenação. - Centrozema
pubescen; leguminosa, trepadeira, pouca resistência ao frio, geada, vegeta
bem tanto em solos pobres como férteis, resistente à seca. Usada
principalmente para pastoreio.
Lotação e Manejo dos pastos:
um dos aspectos mais importantes no manejo das pastagens é a determinação
da carga animal que permanecerá no pasto. Considera-se a produtividade
da forrageira utilizada em MS e o consumo médio diário de um animal
adulto 3% PV em MS. A lotação pode ser estimada de 8 a 10 an./ha.,
sendo que este número poderá ser maior ou menor, conforme as condições
ambientais.
Aguadas: permanentes correntes; na ausência há
necessidade de construção de bebedouros.
Tranqüilidade:
não é necessário recolhe-las à noite em abrigos, podendo
ficar solta no campo. Deve ter abrigos para os ovinos se protegerem das grandes
chuvas e ventos fortes (pode-se empregar bosques de eucaliptos). Evitar presença
de cães, que são inimigos naturais. Manejo
dos cordeiros Aleitamento
artificial para cordeiros fracos: (nascidos de partos múltiplos) com o
fornecimento de colostro nos primeiros dias, leite de ovelha até o 300
dia e após leite de vaca (fazer adaptação prévia)
e óleo de soja (01 colher sopa/500 ml de leite) até o desmame (média
de 02 meses); desmame tardio de 03 a 04 meses. Fornecer a partir do 7º dia
feno e ração à vontade de boa qualidade. Os cordeiros poderão
ser confinados a partir do 2º mês de idade (evitando-se a exposição
à verminose). Para a engorda mais rápida, pode-se oferecer ração
150 g/an./dia, sal mineral e água devem ser fornecidos à vontade.
Aborto é muito freqüente nas ovelhas, sendo as causas mais comuns
as pancadas, os apertões nas porteiras.
Para um bom aleitamento
é preciso que as ovelhas sejam bem alimentadas, tenha bom pasto e suplementação
com ração, aveia, alfafa, silagem. Nem sempre a ovelha aceita com
facilidade o seu cordeiro, sendo forçoso habituá-la com a sua presença,
o que se consegue colocando a cria em pequeno curral, obrigando a mãe a
deixá-lo mamar, até que fique acostumada a isso. Esse fato é
freqüente na raça Merina, que requer maior vigilância que as
outras. |