Os
fabricantes de vacinas contra febre aftosa deverão disponibilizar ao mercado
brasileiro mais de meio bilhão de doses do produto durante 2007, praticamente
o mesmo volume produzido no ano passado. A previsão é do Sindicato
Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), entidade
que reúne os principais laboratórios veterinários do País.
Desse total, cerca de 395 milhões de doses devem ser efetivamente
utilizadas na vacinação do rebanho brasileiro, segundo a previsão
de demanda oficial feita pelo Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (MAPA) para 2007. O restante será utilizado na manutenção
dos estoques oficiais de segurança (hoje ao redor de 128 milhões
de doses) exigidos pelo governo para casos de emergência sanitária
e para exportação. |
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Estes
números indicam que a indústria veterinária atenderá
com folga à demanda de vacinas contra febre aftosa do mercado brasileiro.
A indústria faz o seu papel e temos vacinas para utilizar até mesmo
em eventual foco, com condições de vacinar um estado inteiro, se
assim decidir o governo brasileiro, ressalta Mário Eduardo Pulga,
Vice-Presidente do Sindan para Assuntos de Aftosa.
Pulga lembra que este
cenário só é possível porque, entre 2003 e 2005, o
parque industrial veterinário brasileiro recebeu investimentos da ordem
de R$ 50 milhões na ampliação da capacidade de produção
para acompanhar as demandas do mercado interno e externo. Tal demanda é
especial nas regiões Norte e Nordeste, prioritárias para o Plano
Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA), que determina como
meta a erradicação da forma clínica da doença até
2010 no território brasileiro.
A indústria veterinária
também realizou, recentemente, investimentos no contínuo aperfeiçoamento
da vacina, em antecipação a futuras normas nacionais e internacionais.
De acordo com Mario Pulga, cada fabricante investiu em torno de R$ 10 milhões
no desenvolvimento de processos de purificação da vacina, com o
objetivo de eliminar a interferência de proteínas não estruturais
quando de inquéritos sorológicos.
A vacina purificada
terá a mesma eficiência do produto que conhecemos hoje. Porém,
não conterá as proteínas não-estruturais que interferem
nos testes. Dessa forma, os níveis de reatividade, que, de acordo com os
inquéritos sorológicos oficiais, hoje estão entre 1 e 2%,
desaparecerão, permitindo às autoridades sanitárias confirmar
com exatidão a circulação ou não do vírus,
afirma Pulga, acrescentando que as pesquisas da indústria foram apoiadas
pelo MAPA e pelo Centro Panamericano de Febre Aftosa (PANAFTOSA).
A indústria
aguarda apenas a publicação da normativa oficial, que regulamentará
os níveis admissíveis de reatividade da vacina brasileira. Em 2006,
o Brasil utilizou 369,6 milhões de doses de vacinas na imunização
do rebanho bovino contra febre aftosa. No total, a indústria veterinária
registrou faturamento de cerca de R$ 2,4 bilhões com a comercialização
de produtos destinados a todos os segmentos animais (bovinos, aves, suínos,
eqüinos, cães e gatos, ovinos e caprinos, especialmente). |