A
disponibilidade de água é importante, principalmente,
em dois períodos de desenvolvimento da soja: germinação-emergência
e floração-enchimento de grãos. Durante
o primeiro período, tanto o excesso quanto o déficit
de água são prejudiciais à obtenção
de uma boa uniformidade na população de plantas.
A semente de soja necessita absorver, no mínimo, 50%
de seu peso em água para assegurar boa germinação.
Nessa fase, o conteúdo de água no solo não
deve exceder a 85% do total máximo de água disponível
e nem ser inferior a 50%.
A necessidade de água na cultura da soja vai aumentando
com o desenvolvimento da planta, atingindo o máximo
durante a floração-enchimento de grãos
(sete a oito mm/dia), decrescendo após esse período.Déficits
hídricos expressivos, durante a floração
e o enchimento de grãos, provocam alterações
fisiológicas na planta, como conseqüência,
causam a queda prematura de folhas e de flores e abortamento
de vargens, resultando, por fim, em redução
do rendimento de grãos.
A Necessidade total de água na cultura da soja, para
obtenção do máximo rendimento, varia
entre 450 a 800 mm/ciclo, dependendo das condições
climáticas, do manejo da cultura e da duração
do ciclo.
Para minimizar ao déficit hídrico, indica-se
semear apenas cultivares adaptados à região
e à condição de solo; e adotar práticas
que favoreçam o armazenamento de água pelo solo.
A irrigação é medida eficaz, porém
de custo elevado.
A soja melhor se adapta a temperaturas do ar entre 20ºC
e 30ºC; a temperatura ideal para seu crescimento e desenvolvimento
está em torno de 30ºC.
Sempre que possível, a semeadura da soja não
deve ser realizada quando a temperatura do solo estiver abaixo
de 20ºC porque prejudica a germinação e
a emergência. A faixa de temperatura do solo adequada
para semeadura varia de 20ºC a 30ºC, sendo 25ºC
a temperatura ideal para uma emergência rápida
e uniforme.
O crescimento vegetativo da soja é pequeno ou nulo
a temperaturas menores ou iguais a 10ºC. Temperaturas
acima de 40ºC têm efeito adverso na taxa de crescimento,
provocam distúrbios na floração e diminuem
a capacidade de retenção de vagens. Esses problemas
se acentuam com a ocorrência de déficits hídricos.
A floração da soja somente é induzida
quando ocorrem temperaturas acima de 13ºC. As diferenças
de data de floração, entre anos, apresentadas
por uma cultivar semeada numa mesma época, são
devido ás variações de temperatura. Assim,
a floração precoce ocorre, principalmente, em
decorrência de temperaturas mais altas, podendo acarretar
diminuição na altura de planta. Esse problema
pode se agravar se, paralelamente, houver insuficiência
hídrica e/ou fotoperiódica durante a fase de
crescimento. Diferença de data de floração
entre cultivares, numa mesma época de semeadura, é
devido, principalmente, à resposta diferencial dos
cultivares ao comprimento do dia (fotoperíodo).
A manutenção pode ser acelerada pela ocorrência
de altas temperaturas.
Quando vêm associadas a períodos de alta umidade,
as temperaturas contribuem para diminuir a qualidade da semente
e, quando associadas à condição de baixas
na fase da colheita, associadas a período chuvoso ou
de alta umidade, podem provocar atraso na data de colheita,
bem como haste verde e retenção foliar.
A adaptação de diferentes cultivares e determinadas
regiões depende, além das exigências hídricas
e térmicas, de sua exigência fotopriódica.
A sensibilidade ao fotoperíodo é característica
variável entre cultivares, ou seja, cada cultivar possui
seu fotoperíodo crítico, acima do qual o florescimento
é atrasado. Por isso, a soja é considerada planta
de dia curto. Em função dessa característica,
a faixa de adaptabilidade de cada cultivar varia à
medida que se desloca em direção ao norte ou
ao sul. Entretanto, cultivares que apresentam a característica
"período juvenil longo" possuem adaptabilidade
mais ampla, possibilitando sua utilização em
faixas mais abrangentes de latitudes (locais) e de épocas
de semeadura.
O
Manejo do Solo
O
manejo do solo consiste num conjunto de operações
realizadas com objetivos de propiciar condições
favoráveis à semeadura, ao desenvolvimento e
à produção das plantas cultivadas, por
tempo ilimitado. Para que esses objetivos sejam atingidos,
é imprescindível a adoção de diversas
práticas, dando-se prioridade ao uso do Sistema Plantio
Direto visto que envolve, simultaneamente, todas as boas práticas
conservacionistas. Alternativamente justificado, poderão
ser utilizadas práticas racionais de preparo do solo.
Para a implantação do Sistema Plantio Direto
(SPD) é necessário que sejam atendidos alguns
requisitos relativos aos recursos humanos, técnicos
e de infra-estrutura.
O sistema de produção de soja na região
central do Brasil, algumas vezes ainda, tem como forma de
preparo do solo o uso continuado de grades de disco, com várias
operações anuais. Como resultado, ocorre degradação
de sua estrutura, com formação de camadas compactadas,
encrostamento superficial e perda por erosão.
O SPD pode ser a melhor opção para diminuir
a maioria dos problemas antes apontados, pois, os usos contínuos
das tecnologias que compõem o SPD proporcionam efeitos
significativos na conservação e na melhoria
do solo, da água, na redução dos recursos
e insumos como os fertilizantes, na redução
dos custos de produção, na estabilidade de produção
e nas condições de vida do produtor rural e
da sociedade.
O Conhecimento detalhado da propriedade agrícola é
essencial para obtenção de sucesso no SPD. Para
tanto, é necessário o levantamento dos seguintes
recursos:
Solo:
Coletar e organizar informações referentes ao
tipo de solo, à fertilidade, a presenças de
compactadas, à distribuição e espécies
de plantas daninhas, à topografia, à ocorrência
de erosão, às práticas conservacionistas
existentes, às vias de acesso, à drenagem, aos
córregos, aos açudes, etc.
Plantas
Daninhas: O levantamento e o mapeamento da ocorrência
de plantas daninhas será muito útil, para definir
o herbicida a ser utilizado e a programação
das aplicações dos mesmos.
Máquinas
e Equipamentos: No SPD, é essencial a existência
de pulverizador de herbicidas devidamente equipados com bicos
adequados para as diferentes condições e controladores
de pressão. O uso de equipamentos de avaliação
das condições climáticas é também
muito útil nesse caso. Quanto ás semeador existe
disponíveis no mercado inicial de implantação
do sistema, pode-se utilizar semeadoras tradicionais com adaptações,
fazendo com que os agricultores reduzam as despesas.
Humanos:
Para a execução do SPD, a mão-de-obra
deverá estar conscientizada dos princípios do
sistema e adequadamente informada quanto ao uso das tecnologias
que compõem. São necessários treinamentos,
especialmente para os operadores de máquinas, quanto
ao uso de semeadoras e pulverizadores e tecnologia de aplicação
(características de bicos, horário de aplicação,
etc.) de defensivos, além de conhecimentos sobre plantas
daninhas e herbicidas. O treinamento da mão-de-obra
deve ser planejado de forma que, no momento de realizar as
operações, haja conhecimento suficiente para
realizar as ações de forma adequada. A participação
do produtor e da assistência técnica em associações
ou grupos de troca informações e experiências
como Grupo de Plantio Direto, Clube Amigos da Terra, etc,
são importantes para facilitar e impulsionar a adoção
do SPD.
Em qualquer atividade, o planejamento é fator importante
para reduzir erros e riscos e aumentar as chances de sucesso.
São etapas do planejamento: a) análise dos resultados
e produtos do levantamento dos recursos humanos e materiais;
b) elaboração e interpretação
de mapas, croquis e esquemas de trabalho; c) divisão
da fazenda em glebas e a seleção cronológica
das mesmas para adoção do SPD, tendo a rotação
de culturas como tecnologia essencial. Para isso, deve-se
dividir a propriedade em glebas ou talhões, tomando
como base às informações obtidas nos
levantamentos, principalmente de fertilidade, topografia,
vias de acesso, etc. Não existem padrões estabelecidos
de tamanho das áreas, devendo o critério técnico
prevalecer nessa decisão. É importante, ao adotar
o SPD, faze-lo apenas em parte da propriedade, iniciando pelas
melhores glebas, para familiarizar-se com as novas glebas
de forma gradual, até abranger o total da propriedade,
mesmo que vários anos sejam necessários; d)
elaboração de cronograma de ações,
onde devem ser organizadas, para cada gleba, as ações
para correções de acidez e fertilidade, operações
de incorporações de adubos e corretivos, descompactação,
pulverização, manejo de coberturas vegetais,
semeadura, sucessão de culturas, etc.
O cultivo da soja em SPD, em áreas de campo bruto,
com correções superficiais e sem incorporação,
embora haja alguns exemplos de sucesso no Rio Grande do Sul
e no Paraná, ainda não está indicada
para as condições dos Cerrados, estando em fase
de estudos e experimentações.
Cobertura
do Solo
O
Sistema de Plantio Direto pressupõe a cobertura permanente
do solo que, preferencialmente, deve ser de culturas comerciais
ou, quando não for possível, culturas de cobertura
de solo. Tal cobertura deverá resultar do cultivo de
espécies que disponham de certos atributos, como: produzir
grande quantidade de massa seca, possuir elevada taxa de crescimento,
ter certa resistência à seca e ao frio, não
infestar áreas, ser de fácil manejo, ter sistema
radicular vigoroso e profundo, ter elevada capacidade de reciclar
nutrientes, ser de fácil produção de
sementes, apresentam elevada relação C/N, entre
outras.
A pequena produção de palha pela soja, principal
cultura dos Cerrados, aliadas à rápida decomposição
dos seus resíduos, pode tornar-se grande à viabilização
do SPD, especialmente quando essa leguminosa é cultivada
como monocultura. Para contornar essa dificuldade, a soja
deve compor sistemas de rotação de culturas
adequadamente planejados. Com isso haverá permanente
cobertura e suficiente reposição de palhada
sobre a superfície do solo, viabilidade o SPD.
Preparo
do Solo
Em
caso de impossibilidade do produtor de adoção
do SPD, o preparo do solo compreende um conjunto de práticas
que, quando usadas racionalmente, podem permitir preservação
do solo e boas produtividades das culturas a baixo custo.
Entretanto, quando usadas de maneira incorreta, tais práticas
podem levar, rapidamente, o solo às degradações
física, química e biológica e, paulatinamente,
diminuir o seu potencial produtivo.
É necessário que cada operação
seja realizada com implementos adequados. O solo deve ser
preparado com o mínimo de movimentação,
não implicando isso em diminuição da
profundidade de trabalho, mas sim na redução
do número de operações, deixando rugosa
a superfície do solo e mantendo o máximo de
resíduos culturais sobre a superfície.
Em áreas onde o solo foi sempre preparado superficialmente,
principalmente no caso de solos distróficos e álicos,
o preparo profundo poderá trazer para a superfície
a camada de solo não corrigida, contendo alumínio,
manganês e ferro em níveis tóxicos e com
baixa disponibilidade de fósforo, podendo prejudicar
o desenvolvimento das plantas. Nesse caso, é necessário
conhecer a distribuição dos nutrientes e o pH
no perfil do solo.
O preparo primário do solo (aração, escarificação
ou gradagem pesada), deve atingir profundidade adequada ao
próprio equipamento. Em substituição
a gradagem pesada, deve-se utilizar aração ou
escarificação. A escarficação,
como alternativa de preparo, substitui, com vantagem, a gradagem
pesada, desde que se reduza o número de gradagens niveladoras.
Além disso, possibilita a permanência, do máximo
possível, de resíduos culturais na superfície,
o que é desejável.
O preparo secundário do solo (gradagens niveladoras),
se necessário, deve ser feito com o mínimo de
operações e próximo da época de
semeadura.
As semeadoras, para operarem eficazmente em áreas com
preparo mínimo e com resíduos culturais, devem
ser equipadas com disco duplo para a colocação
da semente e roda reguladores de profundidade para propiciar
um pequeno adensamento na linha de semeadura.
O preparo do solo, portanto, deve ser realizado considerando
o implemento, a profundidade de trabalho, a umidade adequada
e as condições de fertilidade.
A condição ideal de umidade para o preparo do
solo pode ser detectada facilmente a campo: um torrão
de solo, coletas do na profundidade média de trabalho
do implemento, submetido a uma leve pressão entre os
dedos polegar e indicador, deve desagregar-se sem oferecer
resistência.
Quando for usados o arado e a grade, para preparar o solo,
considerar como umidade ideal à faixa variável
de 60% a 70% da capacidade de campo, para solos argilosos,
e de 60% a 80%, para solos arenosos, ou seja, quando o solo
estiver na faixa de umidade friável. Quando for usado
o escarificador, visando a quebra de camadas compactadas,
a faixa ideal de umidade será de 30% a 40% da capacidade
de campo, para solos argilosos.
O uso excessivo de um mesmo implemento no preparo do solo,
operando sistematicamente na mesma profundidade e, principalmente,
em condições de solo úmido, tem provocado
a formação de camada compacta. A alternância
de implementos de preparo do solo, que trabalham a diferentes
profundidades e possuam diferentes mecanismos de corte, além
da absorvância do teor adequado de umidade para minimizar
a sua degradação. Além disso, utilizar
alternadamente os implementos de discos e os implementos de
dentes.
A compactação do solo é provocada pela
ação e pressão dos implementos de preparo
do solo, especialmente quando essas operações
são feitas em condições de solo muito
úmido, continuamente na mesma profundidade, e quando
o tráfego de máquinas agrícolas é
intenso. A presença de camada compactada no solo pode
acarretar infiltração de água, ocorrência
de enxurrada, raízes deformadas, estrutura degradada
e resistência à penetração dos
implementos de preparo, exigindo maior potência do trator.
Após a identificação do problema, a utilização
de pequenas trincheiras possibilita a determinação
da profundidade de ocorrência de compactação,
através da observação do aspecto morfológico
de estrutura do solo, ou da verificação da resistência
oferecida pelo solo ao toque com um instrumento pontiagudo
qualquer. Normalmente, o limite inferior da camada compactada
não ultrapasse 30 cm de profundidade.
O rompimento da camada compactada deve ser feito com um implemento
que alcance profundidade imediatamente abaixo do seu limite
inferior. Podem ser empregados, com eficiência, arado,
subsolador ou escarificador, desde que sejam utilizados na
profundidade adequada.
O sucesso do rompimento da camada compactada está na
dependência de alguns fatores:
- Profundidade de trabalho: o implemento deve ser regulado
para operar na profundidade imediatamente abaixo da camada
compactada;
- Umidade do solo: no caso de arado, seja de disco ou aiveca,
a condição de umidade apropriada é aquela
em que o solo está na faixa friável; em solos
muito úmidos, há aderência deste nos componentes
ativos dos implementos e em solos secos há maior dificuldade
de penetração (arados de discos). Para escarificar
o subsolar, a condição apropriada é aquela
em que o solo esteja seco. Quando úmido, o solo não
sofre descompactação, mas amassamento entre
as hastes do implemento e selamento dos poros, no fundo e
nas laterais do sulco;
- Espaçamento entre as hastes: quando for usado o escarificador
ou o subsolar, o espaçamento entre as hastes determina
o grau de rompimento da camada compactada pelo implemento.
O espaçamento entre as hastes deverá ser de
1,2 a 1,3 vezes a profundidade de trabalho pretendida.
A efetividade dessa prática está condicionada
ao manejo do solo adotado após a descompactação.
São indicadas, em seqüência a essa operação,
a implantação de culturas com alta produção
de massa vegetativa, com alta densidade de plantas e com sistema
radicular abundante e agressivo, além de redução
na intensidade dos preparos de solo subseqüentes.
Escolha
de a cultivar ideal
Considera-se
sempre oportuna à divulgação dos cultivares
de soja indicadas para cultivo em cada estado através
desta publicação, com o propósito de
informar aos técnicos e os empresários do setor
produtivo os avanços que ocorrem, a cada ano, nesse
aspecto tecnológico. As publicações periódicas,
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), das listas de cultivares inscritas no Registro Nacional
de Cultivares e no Zoneamento Agrícola de cada Unidade
da Federação são importantes sob o prisma
do caráter legal que imprimem a essa tecnologia. Estas
não são, porém, elaboradas na forma e
com o propósito de se constituírem em manuais
de orientação para técnicos e produtores.
A tabela a seguir refere-se ás cultivares indicado
pelas instituições detentoras para cultivo no
País, nos diversos estados. Na quase totalidade, essas
cultivares são registradas não consta nas tabelas,
pelo fato de não terem sido apresentadas na Reunião
de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil-foro
de informações para a elaboração
deste documento de indicações técnicas.
Cultivares melhorados, portadores de genes capazes de expressar
alta produtividade, ampla adaptação e boa resistência/tolerância
a fatores bióticos ou abióticos adversos, representam
usualmente uma das mais significativas contribuições
à eficiência do setor produtivo. O ganho genético
proporcionado pelos novos cultivares ao setor produtivo tem
sido muito significativo-maior 1% ao ano.
Nos últimos anos, atendendo à demanda por produtos
com maior valor agregado, têm sido lançados cultivares
de soja com características especiais para o consumo
in natura e para a indústria de alimentos. Para essa
linha de produtos, são consideradas diversas características
tais como: semente graúda com alto teor de proteína,
tonalidade clara do hilo e que confere boa qualidade organoléptica
aos produtos de soja (QO); ausência das enzimas lipoxigenases
(AL), conferindo sabor mais suave aos produtos de soja; teor
reduzido do inibidor de tripsina Kunitz (KR), o que permite
a redução de tratamento térmico e dos
custos de processamento; e tamanho, coloração
e textura de semente ideal para produção de
"natto" (PN-alimento fermentado japonês).
Dentre as cultivares desenvolvidas para esse fim e que apresentam
algumas das características citadas, destacam-se: BR-36
(QO), BRS 155 (KR), BRS 213 (AL), UFVTN 103 (AL), UFVTN 104
(AL), UFVTN 105 (AL), UFVTNK 106 (AL, KR).
Mais recentemente, diversas instituições vêm
dedicando parcela considerável das suas atividades
ao desenvolvimento de cultivares geneticamente modificado
para tolerância a herbicidas pós-emergentes.
Vários desafios, no campo da sanidade, vêm ocupado
sobremaneira a atenção dos geneticistas, melhoristas,
fitologista e entomologistas brasileiros de soja, nos últimos
anos. Citam-se a prospecção e a transferência
de genes de resistência à ferrugem, ao vírus
da necrose da haste e ao nematóide de cisto, visando
eliminar ou reduzir riscos de prejuízos sérios
causados por essas enfermidades. A resistência ou tolerância
a insetos-pragas, principalmente os sugadores, é outro
campo de grande interesse de avanço, com vistas à
redução de uso de agroquímicos e à
viabilização do processo orgânico de produção.
Cuidados
com a semente
No
Brasil, dois sistemas de produção de sementes
operam integrados nos diversos estados, o de certificação
e o de fiscalização, que ofertam sementes certificadas
e fiscalizadas, respectivamente. Nessas duas classes de sementes,
a qualidade é garantida através de padrões
mínimos de germinação, pureza física
e varietal e sanidade, exigidos por normas de produção
e comercialização estabelecidas e controladas
pelo governo.
Na compra de sementes, indica-se que o agricultor conheça
a qualidade do produto que está adquirindo. Para isso,
existem laboratórios oficiais e particulares de análise
de sementes que podem prestar esse tipo de serviço,
informando a germinação, as purezas físicas
e varietal e a qualidade sanitária da semente. Essa
última informação é extremamente
importante para a decisão do tratamento da semente
com fungicida.
Outra maneira de conhecer a qualidade do produto que está
adquirindo é consultando o Atestado de Garantia de
Semente, fornecido pelo vendedor. Esse atestado transcreve
as informações dos laudos oficiais de análise
de semente que têm validade até cinco meses após
a data de análise. Ao consultar o Atestado de Garantia
de Semente. O agricultor deve prestar atenção
às colunas de germinação (%), pureza
física (%), pureza varietal! (outras cultivares e outras
espécies, sementes silvestres, sementes nocivas toleradas),
mancha-café (%) e validade de germinação.
Esses valores devem estar de acordo com os padrões
mínimos de qualidade de semente estabelecidos para
cada estado.
Além do Atestado de Garantia de Semente, diversos produtores
dispõem de resultados de análise complementar,
e os resultados podem também ser solicitados para facilitar
a escolha dos lotes de sementes a serem adquiridos, como por
exemplo, o teste de emergência em campo, em condições
ideais de umidade e de temperatura de solo. Tais resultados
são de grande valia, visando à aquisição
de sementes que comprovadamente apresentam boa qualidade.
Após a aquisição, as sementes são
armazenadas na propriedade, até a época de semeadura.
As sementes, como ser biológico, devem receber todos
os cuidados necessários para se manterem vivas e apresentarem
boa germinação e emergência no campo.
Assim sendo, devem ser tomados cuidados especiais no seu armazenamento,
tais como:
-
Armazenar as sementes em galpão bem ventilado, sobre
estradas de madeira;
- Não empilhar as sacas de sementes contra paredes
do galpão;
- Não armazenar sementes juntamente com adubo, calcário
ou agroquímicos;
- O ambiente de armazenagem deve estar livre de fungos e roedor;
Dentro
do armazém a temperatura não deve ultrapassar
25ºC e a umidade relativa não deve ultrapassar
70%.
Caso essas condições não sejam possíveis
na propriedade, indica-se que o agricultor somente retire
a semente do armazém do seu fornecedor o mais próximo
possível da época de semeadura.
Phomopsi spp. anamorfo de Diaporthe spp. e Colletotrichum
truncatum. O melhor controle dos quatro primeiros patógenos
citados é propiciado pelos fungicidas do grupo dos
benzimidazóis. Dentre os produtos avaliados e indicados
para o tratamento de sementes de soja, carbendazin, tiofanato
metílico e thiabendazole são os mais eficientes
no controle de Phomopsis spp., podendo assim ser considerados
opção para o controle do agente do cancro da
haste, em sementes, pois Phomopsis é a forma imperfeita
de Diaporthe. Os fungicidas de contato tradicionalmente conhecidos
(captan, thiram e tolyfluanid), que têm bom desempenho
no campo quanto à emergência, não controlam,
totalmente, Phomopsis ssp. e Funsarium semitectum nas sementes
que apresentam índices elevados desses patógenos
(>40%).
A maioria dos fungicidas quando aplicadas juntamente com Bradyrhizobium
reduzem a sobrevivência das bactérias nas sementes,
a nodulação e a eficiência de fixação
biológica do nitrogênio. Cuidados especiais devem
ser observados ao se efetuar junto essas duas práticas.
A função dos fungicidas de contato é
proteger a semente contra fungos do solo e o dos fungicidas
sistêmicos é controlar fitopatógenos presentes
nas sementes. Assim, é importante que os fungicidas
estejam em contato direto com a semente. O tratamento de semente
com fungicidas, a aplicação de micronutrientes
e a inoculação podem ser feitos de forma seqüencial,
com máquinas específicas de tratar sementes,
desde que essas disponham de tanques separados para os produtos,
uma vez que foi proibida a mistura de agrotóxicos em
tanques (Instrução Normativa 46/2002, de 24
de julho de 2002, que revoga a Portaria DAS nº 67 de
30 de maio de 1995).
O tratamento das sementes com fungicidas oferecem garantia
de melhor estabelecimento da população de plantas
por controlar patógenos importantes transmitidos pelas
sementes, diminuindo a chance de sua introdução
em áreas indenes. As condições desfavoráveis
à germinação e emergência da soja,
especialmente a deficiência à hídrica,
tornam mais lento esse processo, expondo as sementes por mais
tempo a fungos do solo, como Rizoctonia solani, Pythium spp.,
Fusarium spp. e Aspergillus spp. (A flavus), entre outros,
que podem causar a sua deterioração ou a morte
da plântula.
Para a produção de sementes de alta qualidade,
o ideal é que a temperatura média, durante as
fases de manutenção e colheita, seja igual ou
inferior a 22ºC.
Utilizar, preferencialmente, áreas com fertilidade
elevada, pois níveis adequados de Ca e Mg exercem influência
sobre o tecido de reserva da semente, além de interferirem
na disponibilidade de outros nutrientes, no desenvolvimento
de raízes e na nodulação. A deficiência
de K e P reduz o rendimento de grãos, influencia negativamente
na retenção de vagens, aumenta a incidência
de patógenos, que também contribui para redução
da qualidade da semente.
Utilizar os testes de tetrazólio e patologia de sementes
como método de avaliação da qualidade
da semente, sempre que ocorrer baixa germinação,
detectada pelas análises de rotina efetuada nos laboratórios
credenciados. Informações adicionais sobre o
assunto (França-Neto et al., 1998- Documentos 116;
Henning, 1996- documentos 90; França-Neto & Henning,
1992- Circular Técnica 10).
Devido à possível ocorrência de chuvas
freqüentes durante as fases de maturação
e colheita das sementes de soja, situação que
pode ocorrer em diversas regiões produtoras brasileiras,
poderá ser comum o problema de baixa germinação
de sementes em laboratório, pelo método rolo-
de- papel. Tais problemas são ocasionados pelos altos
índices de sementes infectadas por Phomopsis spp. e/ou
por Fusarium semitectum. A presença de tais fungos
infectando as sementes mortas no teste de germinação.
Tal fato pode comprometer o sistema de avaliação
de germinação adotado pelos laboratórios,
uma vez que, em tal situação, lotes de boa qualidade
podem apresentar baixa germinação, porém
a emergência a campo e a viabilidade determinada pelo
teste de tetrazólio podem ser elevadas. O uso dos testes
de tetrazólio, de análise sanitária e
de emergência em areia, conforme preconiza o DIACOM,
evita a perda de lotes de boa qualidade, que normalmente seriam
descartados, caso apenas o teste de germinação
em substrato rolo- de- papel fosse utilizado.
Teste
de germinação alternativo
Tal
metodologia deverá ser aplicada para as cultivares
de soja sensíveis ao dano de embebição,
quando lotes de sementes desses cultivares apresentar um elevado
índice de plântulas anormais, maior que 6,0%,
devido à anormalidade na radícula, durante a
avaliação da germinação padrão,
com substrato de rolo- de- papel. A adoção de
tal procedimento alternativo visa evitar o descarte de lotes
de boa qualidade.
Duas metodologias alternativas poderão ser utilizadas:
a) realização do teste de germinação
em substrato de areia, sem a necessidade do pré-condicionamento
das sementes; b) realização do pré-condicionamento
da amostra de sementes em ambiente úmido, antes da
semeadura em substrato rolo- de- papel. Para efeito de comercialização,
deverão ser considerados os lotes cujos incrementos
em germinação sejam de no mínimo 6,0%.
O pré-condicionamento consiste na colocação
das sementes em "gerbox" com tela (do tipo utilizado
no teste de envelhecimento acelerado), contendo 40 ml de água,
pelo período de 16 a 24 horas a 25ºC. Após
o pré-condicionamento, as sementes são semeadas
normalmente em rolo- de- papel, conforme prescrevem as Regras
de Análise de Sementes.
A disseminação do nematóide de cisto
pode ocorrer através de torrões de solo infestados
que possam contaminar os lotes de sementes. Esse modo de transmissão
foi considerado como um dos mais importantes no início
do processo de disseminação do nematóide
de cisto nos Estados Unidos. A contaminação
com os torrões ocorre durante a operação
de colheita. Uma vez ocorrida, torna-se trabalhosa a sua separação
das sementes.
A taxa de disseminação, através dos estoques
de sementes, depende da quantidade de torrões no lote
de semente, do número de cistos do nematóide
e do número de nematóides (ovos e/ou juvenis)
viáveis nos cistos.
A remoção dos torrões que acompanham
a semente é uma forma de reduzir as chances de disseminação
dessas pragas. Os torrões diferem da semente de soja
em tamanho, forma e peso específico. A diferença
em cada uma dessas características físicas pode
ser utilizada pela máquina de ventilador e peneiras,
separador em aspiral e mesa de gravidade, nessa seqüência,
objetivando a obtenção em nível de separação
satisfatório.
Cuidados
na colheita
A
colheita constitui uma importante etapa no processo produtivo
da soja, principalmente pelos riscos a que está sujeita
a lavoura destinada ao consumo ou à produção
de sementes.
A colheita deve ser iniciada tão logo a soja atinja
o estágio R8 (ponto de colheita), a fim de evitar perdas
na qualidade do produto.
Para reduzir perdas, é necessário que se conheçam
as suas causas, sejam elas físicas ou fisiológicas.
A seguir, são abordadas algumas das causas "indiretas"
de perdas na colheita.
Mau preparo do solo: solo mal preparado pode causar prejuízos
na colheita devido a desníveis no terreno que provocam
oscilações na barra de corte da colhedora, fazendo
com que ocorra corte em altura desuniforme e muitas vagens
sejam cortadas ao meio e outras deixem de ser colhidas.
Inadequação da época de semeadura, do
espaçamento e da densidade: a semeadura, em época
pouco indicada, pode acarretar baixa estatura das plantas
e baixa inserção das primeiras vagens. O espaçamento
e/ou a densidade de semeadura inadequada podem reduzir o porte
ou aumentar o acamamento, o que, conseqüentemente, fará
com que ocorram maior perda na colheita.
Cultivares
não adaptados: o uso de cultivares não adaptado
a determinadas regiões pode prejudicar a operação
da colheita, decorrente de características como baixa
inserção de vagens e acamamento.
Ocorrência
de plantas daninhas: a presença de plantas daninhas
faz com que a umidade permaneça alta por muito tempo,
prejudicando o bom funcionamento da colhedora e exigindo maior
velocidade no cilindro de trilha, resultando em maior dano
mecânico às sementes. Além disso, em lavouras
infestadas, a velocidade de deslocamento deve ser reduzida,
causando menor eficiência operacional pela menor capacidade
efetiva de trabalho.
Retardamento
da colheita: em lavouras destinadas à produção
de sementes, muitas vezes a espera de menores teores de umidade
para efetuar a colheita pode provocar a deterioração
das sementes pela ocorrência de chuvas inesperadas e
conseqüentes elevação da incidência
de patógenos. Quando a lavoura for destinada à
produção de grãos, o problema não
é menos grave, pois quanto mais seca estiver a lavoura,
maior poderá se a deiscência, havendo ainda casos
de reduções acentuadas na qualidade do produto.
Umidade
inadequada: a soja, quando colhida com teor de umidade entre
13% e 15%, tem minimizado os problemas de danos mecânicos
e perdas na colheita. Sementes colhidas com teor de umidade
superior a 15% estão sujeitas a maior incidência
de danos mecânicos latentes e, quando colhidas com teor
abaixo de 12%, estão suscetíveis ao dano mecânico
imediato, ou seja, à quebra.
A subestimação da importância econômica
das perdas e a conseqüente falta de monitoramento (avaliação
com metodologia adequada) das perdas durante todos os dias
da colheita: sem dúvida, são as principais causas
das perdas durante a colheita, uma vez que a operação
de colheita propriamente dita, deveria ser realizada com base
nesse monitoramento.
Má
regulagem e operação da colhedora: na maioria
das vezes, é causada pelo pouco conhecimento do operador
sobre regulagens e operação adequada da colhedora.
O trabalho harmônico entre o molinete, a barra de corte,
a velocidade de operação, e as ajustagens do
sistema de trilha e de limpeza são fundamental para
a colheita eficiente, bem como o conhecimento de que a perda
tolerável é de no máximo uma saca de
60 kg/há.
Tendo
em vista as várias causas de perdas ocorridas numa
lavoura de soja, os tipos ou as fontes de perdas podem ser
definidos da seguinte maneira:
a)
Perdas antes da colheita- causadas por deiscência ou
pelas vagens caídas ao solo antes da colheita;
b) Perdas causadas pela plataforma de corte - que incluem
a perdas por debulha, as por altura de inserção
e as por acamamento das plantas que ocorrem na frente da plataforma
de corte;
c) Perdas por trilha, separação e limpeza -
em forma de grãos que tenham passado através
da colhedora durante a operação;
Embora
as origens das perdas sejam diversas e ocorram tanto antes
quantos durante a colheita, cerca de 80% a 85% delas ocorrem
pela ação dos mecanismos da plataforma de corte
das colhedoras (molinete, barra de corte e caracol), 12% são
ocasionadas pelos mecanismos internos (trilha, separação
e limpeza) e 3% são causadas por deiscência natural.
Para avaliar as perdas durante a colheita, recomenda-se a
utilização do copo medidor de perdas. Este copo
correlaciona volume com massa, permitindo a determinação
direta de perdas em sacas/há de soja, pela simples
leitura dos níveis impressos no próprio copo.
As perdas serão mínimas se forem tomados alguns
cuidados relativos à velocidade adequados de operação
e pequenos ajustes e regulagens desses mecanismos de corte
e recolhimento, além dos mecanismos de trilha, separação
e limpeza.
Instalando
a lavoura de soja
A
semente de soja, para a germinação e a emergência
da plântula, requer absorção de água
de, pelo menos, 50% do seu peso seco. Para que isso ocorra,
deve haver adequado umidade e aeração do solo
e a semeadura deve propiciar o melhor contato possível
entre solo e semente. Semeadura em solo com insuficiência
hídrica, ou "no pó", prejudica o processo
de germinação, podendo torna-lo mais lento,
expondo as sementes às pragas e aos microorganismos
do solo, reduzindo a chance de obtenção da população
de plantas desejada. Em caso de semeadura nessas condições,
o tratamento de sementes com fungicidas pode prolongar a capacidade
de germinação das mesmas, até que ocorra
condição favorável de umidade no solo.
A temperatura média do solo, adequada para semeadura
da soja, vai de 20ºC a 30ºC, sendo 25ºC a ideal
para uma emergência rápida e uniforme. Semeadura
em solo com temperatura média inferior a 18ºC
pode resultar em drástica redução nos
índices de germinação e de emergência,
além de tornar mais lento esse processo. Isso pode
ocorrer em semeaduras anteriores à época indicada
em cada região. Temperaturas acima de 40ºC, podem
ser prejudiciais.
Cuidados
na semeadura
Mecanismo
da semeadura - A qualidade da semeadura é função,
entre outros fatores, do tipo de máquina semeadora,
especialmente o tipo de dosador de semente, do controlador
de profundidade e do compactador de sulco.
Tipo de dosador de semente - Entre os tipos existentes, destacam-se
os de disco horizontal e os pneumáticos. Os pneumáticos
apresentam maior precisão, ausência de danos
à semente e são mais caros. No caso do disco
horizontal, de uso mais comum, indica-se os com linhas duplas
de furos (alvéolos), por garantir melhor distribuição
das sementes.
Limitador de profundidade - O sistema com roda flutuante acompanha
melhor o relevo do solo, mantendo sempre a mesma profundidade
de semeadura.
Compactador de sulco - O tipo em "V" aperta o solo
contra a semente, eliminando as bolsas de ar sem compactar
a superfície do solo sobre a linha de corte do sulco,
como ocorre com o tipo de roda única traseira.
Velocidade
de operação da semeadora - A velocidade de deslocamento
da semeadora influi na uniformidade de distribuição
e nos danos provocados às sementes, especialmente nos
dosadores mecânicos (não pneumático).
A velocidade ideal de deslocamento está entre 4 Km/h
e 6 Km/h. Nesse intervalo, a variação de velocidade
depende, principalmente, da uniformidade da superfície
do terreno.
Profundidade
- Efetuar a semeadura a uma profundidade de 3 a 5 cm. Semeaduras
em profundidades maiores dificultam a emergência, principalmente
em solos arenosos, sujeitos a assoreamento, ou onde ocorre
compactação superficial do solo.
Posição
semente/adubo - O adubo deve ser distribuído ao lado
e abaixo da semente, pois o contato direto prejudica a absorção
da água pela semente, podendo até matar a plântula
em crescimento, principalmente em caso de dose alta de cloreto
de potássio no sulco (acima de 80 Kg de KCL/há).
Compatibilidade
dos produtos químicos - Produtos químicos como
fungicidas e herbicidas, nas doses recomendadas, normalmente,
não afetam a germinação da semente de
soja. Porém, em dose excessiva, prejudica tanto a germinação
quanto o desenvolvimento inicial da plântula.
A
época de semeaduras é um dos fatos que mais
influenciam o rendimento da soja. Como essa é uma espécie
tremo e fotossensível, está sujeita a alterações
fisiológicas, quando as suas exigências, nesse
sentido, não são satisfeitas. A época
de semeadura determina a exposição da soja à
variação dos fatores climáticos limitantes.
Assim, semeaduras em época inadequadas podem afetar
o porte, o ciclo e o rendimento das plantas e aumentar as
perdas na colheita. A altura das plantas está, também,
relacionada com a população de plantas, com
a cultivar utilizada e com a fertilidade do solo.
As flutuações anuais do rendimento, para uma
mesma época, são, principalmente, determinadas
por variações climáticas anuais. Uma
prática eficiente para evitar tais flutuações
é o emprego de duas ou mais cultivares, de diferentes
ciclos, numa mesma propriedade, procedimento especialmente
indicado para médias e grandes áreas.
Desse modo, obtém-se uma ampliação dos
períodos críticos da cultura (floração,
formação de grãos e maturação),
havendo menor prejuízo se ocorrem, entre outros fatores,
deficiência ou excesso hídrico, os quais atingirão
apenas uma parte da lavoura.
Em função de avanços nos sistemas de
semeadura (maior precisão das semeadoras), de cultivares
mais adaptadas, de melhoria de capacidade produtiva dos solos,
de adoção de práticas conservacionistas,
de cobertura vegetal do solo e da semeadura direta, entre
outros fatores, a população padrão de
plantas de soja foi reduzida gradativamente, nos últimos
anos de 400 mil para, aproximadamente, 320 mil plantas por
hectare, porque as condições acima permitem
melhor crescimento e maior rendimento por planta. Esse número
de plantas pode variar, ainda, em função da
cultivar e/ou do regime de chuvas da região (volume
e distribuição) no período de implantação
e de crescimento das plantas e da data de semeadura.
Em áreas mais úmidas e/ou em solos mais férteis
(fertilidade natural ou construída), onde, com freqüência,
ocorre acamamento das plantas, a população pode
ser reduzida de 20% - 25% (ficando em torno de 240 - 260 mil
plantas), quando em semeadura de novembro, para evitar acamamento
e possibilitar maior rendimento.
Em semeaduras de outubro e de dezembro, é recomendável,
na maioria das situações, especialmente em regiões/áreas
onde a soja não apresenta porte alto, ou para cultivares
que se comportam assim, mesmo na melhor época de semeadura,
não reduzir a população para menos de
300 mil plantas, para evitar o desenvolvimento de lavouras
com plantas de porte muito baixo. Em condições
extremas, é aconselhável até aumento
para 350 - 400 mil plantas/há.
De acordo geral cultivares de porte alto e ciclo longo requerem
populações menores. O inverso também
é verdadeiro.
Indicam-se espaçamentos entre fileiras de 40 a 50 cm.
Espaçamentos mais estreitos que 40 cm resultam em fechamento
mais rápido da cultura, contribuindo para o controle
das plantas daninhas, mas não permitem a realização
de operações de cultivo entre fileiras.
Para
calcular o número de sementes a serem distribuídas,
é necessário que se conheça o poder germinativo
do lote de sementes. Essa informação é
fornecida pela empresa onde as sementes são adquiridas,
porém esse valor (% germinação) pode
ser superior ao valor de emergência das sementes no
campo. Por isso, recomenda-se fazer um teste de emergência
em campo. A partir de uma amostra representativa, separam-se
quatro subamostras de 100 sementes cada - que deverão
ser semeadas a uma profundidade de 3 a 5 cm, em solo deve
ser mantida em nível adequado para a emergência,
durante a execução da avaliação.
Faz se contagem em cada uma das quatro fileiras, quando as
plantas estiverem com o primeiro par de folhas completamente
aberto (10 dias após a semeadura), considerando apenas
as vigorosas. O percentual de emergência em campo será
média aritmética do número de plantas
emergidas nas quatro repetições de 100 sementes.
O número de plantas/metro a ser obtido na lavoura estimado
levando em conta a população de plantas desejada/há
e o espaçamento adotado, usando a seguinte fórmula:
Nº
de pl/m = [pó/há x espaçamento (ml)]
10.000
De
posse desses valores, calcular o número de sementes
por metro de sulco:
Nº
de sementes/m = (nº de plantas desejado/m x 100)
% de emergência em campo
Para
estimar a quantidade de sementes que será gasta por
há, pode-se usar a seguinte fórmula:
Q
= (1000 x P x D) x 1,1
G x E
Onde: Q = Quantidade de sementes, em kg/há;
P: Peso de 100 sementes, em gramas;
D = Nº de plantas que deseja/m;
E = Espaçamento utilizado em cm; e
G = % de emergência em campo.
A
constante 1,1 na fórmula acima se refere a um acréscimo
de 10% no número de sementes, como fator de segurança.
Aplicando essa fórmula numa situação
esperada de 14 plantas/metro, a semeadora deverá ser
regulada para distribuir em torno de 19 sementes/metro.
A semeadora a ser utilizada deverá ser previamente
regulada para distribuir o número desejado de sementes.
Para maior precisão na regulagem da semeadora, utilizar,
caso disponível, sementes previamente classificadas
por tamanho, bem com discos específicos, conforme recomendados
pela empresa produtora da semente ou pelo fabricante da semeadora.
O sucesso da lavoura inicia-se pela semeadura bem feita. O
bom resultado da semeadura, por sua vez, não depende
apenas da semente mas, também, da maneira como foi
executada e dos fatores climáticos ocorridos após
a operação.
Controle
de plantas daninhas
O
controle de plantas daninhas é uma prática de
elevada importância para a obtenção de
altos rendimentos em qualquer exploração agrícola
e tão antiga quanto à própria agricultura.
As plantas daninhas constituem grande problema para a cultura
da soja e a necessidade de controla-las, um imperativo. Conforme
a espécie, a densidade e a distribuição
da invasora na lavoura, as perdas são significativas.
A invasora prejudica a cultura, porque com ela compete pela
luz solar, pela água e pelos nutrientes, podendo, a
depender do nível de infestação e da
espécie, dificultar a operação de colheita
e comprometer a qualidade do grão.
Os métodos normalmente utilizados para controlar as
invasoras são o mecânico, o químico e
o cultural. Quando possível, é aconselhável
utilizar a combinação de dois ou mais métodos.
O controle cultural na utilização de técnicas
de manejo da cultura (época de semeadura, espaçamento,
densidade, adubação, cultivar, etc.) que propiciem
o desenvolvimento da soja, em detrimento ao da planta daninha.
O método mais utilizado para controlar as invasoras
é o químico, isto é, o uso de herbicidas.
Suas vantagens são a economia de mão de obra
e a rapidez na aplicação. Para que a aplicação
dos herbicidas seja segura, eficiente e econômica, exigem-se
técnicas refinadas. O reconhecimento prévio
das invasoras predominantes é condição
básica para a escolha adequada do produto (Tabelas
9.1 e 9.2), que resultará no controle mais eficiente
das invasoras.
Informações
importantes
a)
não aplicar herbicidas pós-emergentes na presença
na presença de muito orvalho e/ou imediatamente após
chuva;
b) não aplicar na presença nos ventos fortes
(> 8 Km/h), mesmo utilizando bicos específicos para
redução de deriva;
c) pode utilizar baixo volume de cada (mínimo de 100
L há) quando as condições climáticas
forem favoráveis e desde que sejam observadas as condições
do fabricante (tipo de bico, produtos);
d) a aplicação de herbicidas deve ser realizada
em ambiente com umidade relativa superior a 60%. Além
disso, deve-se utilizar água limpa;
e) não aplicar quando as plantas, da cultura e invasoras,
estiverem sob estresse hídrico;
f) para facilitar a mistura do herbicida trifluralin com o
solo e evitar perdas por valorização e fotodecomposição,
o solo deve estar livre de torrões e preferencialmente,
com baixa umidade;
g) para cada tipo de aplicação, existem várias
alternativas de bicos, os quais devem ser utilizados conforme
indicação do fabricante. Verificar a uniformidade
de volume de pulverização, tolerando variações
máximas de 10% entre bicos;
h) aplicações seqüenciais podem trazer
benefícios em casos específicos, melhorando
o desempenho dos produtos pós-emergentes e podendo,
em certas situações, reduzir custos. Consiste
em duas aplicações com intervalos de cinco a
15 dias, com parcelamento da dose total;
i) em solos de arenito, (baixo teores de argila), indica-se
precaução na utilização de herbicidas
pré-emergentes, pois podem provocar fitotoxicidade
na soja. Para tais situações, recomenda-se reduzir
as doses ou não utiliza-los;
j) o uso de equipamento de proteção individual
é indispensável em qualquer pulverização.
Semeadura
direta
O
manejo de entressafra das invasoras requer a utilização
de produtos a base de paraquat, paraquat + diuron, glyphosate,
2-4-D, chlorimuron e carfentrazone. O número de aplicações
e as doses a serem utilizadas irão variar, em função
da comunidade presente na área e seu estádio
de desenvolvimento. Paraquat requer a mistura com surfactante
não iônico na base de 0,1% a 0,2% v/v.
Aplicações seqüências na entressafra
têm proporcionado excelentes resultados, principalmente
quando se trata de espécies de difícil controle.
A primeira aplicação geralmente ocorre cerca
de 15 a 20 dias após a colheita da cultura comercial
ou espécie cultivada para cobertura do solo.
No caso de espécies perenizadas, como o capim-amargoso
e o capim-brachiaria, a dose de glyphosate poderá chegar
a 5 L há. Nessa situação, recomenda-se
inicialmente o manejo mecânico (roçadeira, triturador)
visando remover a folhagem velha e forçando a rebrota
intensa, que deverá ser pelo menos 30 cm de altura
no momento da dessecação.
O 2,4-D, indicado para o controle de folhas largas, deve ser
utilizado na formulação amina, com intervalo
de 10 dias de carência entre a aplicação
e a semeadura da soja. Aplicações que não
obedecem às recomendações técnicas
podem provocar danos às culturas suscetíveis,
como videira, algodão, feijão, café e
a própria soja.
A utilização de espécies de inverno para
cobertura morta é uma alternativa que tem possibilitado
a substituição ou a redução no
uso de herbicidas em semeadura direta.
Em semeadura direta sobre pastagem, na integração
lavoura-pecuária, o período entre a dessecação
e a semeadura da soja irá variar de 30 a 60 dias. Para
espécies como Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha,
30 dias de antecedência poderão ser suficientes.
Para Paspalum notatun, conhecida como grama mato grosso ou
batatais, o período irá variar 40 a 60 dias.
As doses variarão entre 5 e 6 litros de glyphosate
ou de sulfosate. No caso de Paspalum, devido à pilosidade
excessiva nas folhas, a adição de 0,5% de óleo
poderá ajudar a eficiência do produto.
As áreas que utilizam o herbicida tordon para o controle
das plantas daninhas da pastagem podem apresentar resíduos
que prejudicam a soja, podendo, até, causar morte das
plantas. Poderá ser necessário um período
de dois anos que os resíduos sejam degradados e viabilizados
a implantação da cultura. Recomenda-se monitorar
a área.
Qualquer que seja o sistema de semeadura e a região
em que se está cultivando as sojas, cuidadas especiais
devem ser tomadas quanto à disseminação
das plantas daninhas. Tem-se observado aumento de infestação
de algumas espécies de difícil controle químico,
(Cardiospermum halicacabum) o balãozinho, por exemplo.
No entanto, é comum confundir-se falta de controle
com resistência. A maioria dos casos de seleção
e de resistência podem ser esperados quando se utiliza
o mesmo herbicida, ou herbicidas com o mesmo mecanismo de
ação, consecutivamente. Erros na dose e na aplicação
são as causas da maioria dos casos de falta de controle.
Prevenir a disseminação e a seleção
de espécies resistentes são estratégias
fundamentais para evitar-se esse tipo de problema. A utilização
e a rotação de produtos com diferentes mecanismos
de ação e a adoção do manejo integrado
(rotação de culturas, uso de vários métodos
de controle, etc) fazem parte do conjunto de indicações
para um eficiente controle das invasoras.
A dessecação da soja é uma pratica que
pode ser utilizada somente em área de produção
de grãos, com o objetivo de controlar as plantas daninhas
ou uniformizar as plantas com problemas de haste verde/retenção
foliar.
Sendo necessária a dessecação em pré-colheita,
é importante observar a época apropriada para
executá-la.
Aplicações realizadas antes da cultura atingir
o estádio reprodutivo "R7", provocam perdas
no rendimento. Esse estádio é caracterizado
pelo início da maturação (apresenta uma
vagem amarronzada ou bronzeada na haste principal - Fehr &
Caviness, 1981). Os produtos utilizados são o paraquat
(Gramoxone, na dose de 1,5-2,0 L há do produto comercial,
classe toxicológica II) ou diquat (Reglone, na dose
de 1,5-2,0 L há do produto comercial, classe toxicológica
II). Doses mais elevadas devem ser utilizadas em áreas
com maior massa foliar. No caso de predominância de
gramíneas, utilizar o Gramoxone. Quando houver predominância
de folhas largas, principalmente corda-de-viola (Ipomoea grandifolia).
Controle
de insetos
A
cultura da soja está sujeita está, durante todo
o seu ciclo, ao ataque de diferentes espécies de insetos
sobre a lavoura. Embora esses insetos tenham suas populações
reduzidas por predadores, parasitóides e doenças,
em níveis dependentes das condições ambientais
e do manejo de pragas que se pratica, quando atingem populações
elevadas, capazes de causar perdas significativas no rendimento
da cultura, necessitam ser controlados.
Apesar de os danos causados na cultura da soja serem, em alguns
casos, alarmantes, não se indica a aplicação
preventiva de produtos químicos, pois, além
do grave problema de poluição ambiental, a aplicação
desnecessária eleva os custos da lavoura e contribui
para o desequilíbrio populacional dos insetos.
O controle das principais pragas da soja deve ser feito com
base nos princípios do "Manejo de Pragas".
Consistem de tomadas de decisão de controle com base
no nível de ataque, no número e tamanho dos
insetos-pragas e no estádio de desenvolvimento da soja,
informações essas obtidas em inspeções
regulares na lavoura com esse fim. Nos casos das lagartas
desfolhadoras e dos percevejos, as amostragens devem ser realizadas
com um pano-de-batida, de cor branca, preso em duas varas,
com 1 m de comprimento, o qual deve ser sacudidas vigorosamente
sobre o mesmo, promovendo a queda dos insetos, que deverão
ser contados.
Especificamente para os percevejos, as amostragens devem seguir
as seguintes indicações: a) ser realizadas nos
períodos mais frescos do dia, quando os percevejos
se movimentam menos; b) ser feitas com maior intensidade nas
bordas da lavoura, onde, em geral, os percevejos iniciam seu
ataque; c) ser repetidas, de preferência.
Doenças
da soja
Entre
os principais fatores que limitam a obtenção
de altos rendimentos em soja estão as doenças.
Aproximadamente 40 doenças causadas por fungos, bactérias,
nematóides e vírus já foram identificadas
no Brasil. Esse número continua aumentando com a expansão
da soja para novas áreas e como conseqüência
da monocultura. A importância econômica de cada
doença varia de ano para ano e de região para
região, dependendo das condições climáticas
de cada safra. As perdas anuais de produção
por doenças são estimadas em cerca de 15% a
20%, entretanto, algumas doenças podem ocasionar perdas
de quase 560.
Na safra 2001/2002 uma nova doença, a ferrugem da soja
causada pelo fungo Phakopsora pacchyrhizi, foi detectada desde
o Rio Grande do sul até o Mato Grosso e na safra seguinte
espalhou-se em praticamente todas regiões produtoras
representando uma ameaça para a cultura em função
dos prejuízos causados e do aumento de custo de produção
para seu controle.
A expansão de áreas irrigadas nos Cerrados tem
possibilitado o cultivo da soja no outono/inverno para a produção
de sementes. Esse cultivo favorece a sobrevivência dos
fungos causadores da antracnose, da ferrugem, do cancro da
haste, da podridão branca da haste, da podridão
vermelha da raiz e dos nematóides de galhas e do de
cisto. Os cultivos do feijão, da ervilha, da melancia
e do tomate, que são também realizados sob irrigação
na mesma época, são afetados pela podridão
branca da haste, pela podridão radicular e mela de
Rhizoctonia (R. solani) e pelos nematóides de galhas
e nematóides de cisto (feijão e ervilha), aumentando
o potencial de inoculo desses patógenos para a safra
seguinte de soja.
A maioria dos patógenos é transmitida através
das sementes e, portanto, o uso de sementes sadias ou o tratamento
das sementes é essencial para a prevenção
ou a redução das perdas. Os exemplos mais evidentes
de doenças que não disseminadas através
das sementes são a antracnose (Colletotrichum dematium
var. Truncata), a seca da haste e vagem (Phomopsis spp.),
a mancha púrpura da semente e o crestamento foliar
de Cercospora (Cercospora kikuchii), a mancha "olho-de-rã"
(Cercospora sojina), a mancha parda (Septoria glycines) e
o cancro da haste (Diaporthe phaseolorum f.sp. Meridionalis).
O nematóide de cisto da soja (Heterodera glycines Ichinohe),
identificado pela primeira vez na Região dos Cerrados
em 1991/92, na safra 1996/97 já havia sido constatado
em mais de 60 municípios brasileiros nos estados do
Rio Grande do Sul, do Paraná, de São Paulo,
de Goiás, de Minas Gerais, do Mato Grosso e do Mato
Grosso do Sul. A cada safra, diversos municípios são
acrescentados à lista de municípios atingidos,
representando um grande desafio para a pesquisa, à
assistência técnica e o produtor brasileiro de
soja.
A
ferrugem da soja
A
ferrugem da soja é causada por duas espécies
de fungo do gênero Phakopsors: P. meibomiae (Arth.)
Arth. , causadora da ferrugem "americana", que ocorre
naturalmente em diversas leguminosas desde Porto Rico, no
Caribe, ao sul do Estado do Paraná (Ponta Grossa) e
P. pachyrhizi Sydow & Sidow, causadora da ferrugem "asiática",
presente na maioria dos países que cultivam a soja
e, a partir da safra 2000/01, também no Brasil e no
Paraguai. A distinção das duas espécies
é feita através da morfologia de teliósporo
e da análise do DNA.
Ferrugem "asiática" - Constatada pela primeira
vez, no Continente Americano, no Paraguai, em 5 de março
e no Estado do Paraná, em 26 de maio de 2001. Atualmente,
foi identificada em praticamente todas as regiões produtoras
de soja. A doença é favorecida por chuvas bem
distribuídos e longos períodos de molhamento.
A temperatura ótima para o seu desenvolvimento varia
entre 18º - 26ºC. Em condições ótimas,
as perdas na produtividade podem varia de 10% a 80%.
Na ferrugem "asiática", as lesões
dos cultivares suscetíveis são predominantemente
castanho-claras ("Tan"), porém, quando em
alta incidência, pode causar crestamento foliar, assemelhando
ao crestamento foliar de Cercospora; em cultivares resistentes
ou tolerantes, as lesões são predominantemente
castanho-avermelhadas (RB).
Os sintomas iniciam-se nas folhas inferiores da planta e são
caracterizados por minúsculos pontos (1-2mm de diâmetro)
mais escuros do que o tecido sadio da folha, com coloração
esverdeada a cinza esverdeada. Devido ao hábito biotrófico
(necessita-se de tecido vivo do hospedeiro plantas) do fungo,
em cultivares suscetíveis, as células infectadas
morrem somente após ter ocorrido abundante esporulação.
Assim, as lesões não são facilmente visíveis,
no início da infecção.
Modo de disseminação - A disseminação
da ferrugem é feita principalmente através da
dispersão dos uredosporos pelo vento.
Efeitos da ferrugem - A infecção por P. pachyrhizi
causa rápido amarelecimento ou bronzeamento e queda
prematura das folhas, impedindo a plena formação
dos grãos. Quanto mais cedo a desfolha, menor será
o tamanho dos grãos e, conseqüentemente, maior
a perda do rendimento e da qualidade (grãos verdes).
Em casos severos, quando a doença atinge a soja na
fase de formação das vagens ou no início
da granação, pode causar o aborto e a queda
das vagens, resultando em até perda total do rendimento.
Elevadas perdas de rendimento têm sido registradas na
Austrália (80%), na Índia (90%) e em Taiwan
(70% - 80%). No Brasil, reduções de produtividade
de até 70% têm sido observadas, quando se compara
área tratada e não tratadas com fungicidas.
As regiões onde a doença tem sido mais agressiva
têm variado de safra para safra, em função
das condições climáticas.
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